Ruben Guerreiro está a ter o início de temporada que desejava. Sem azares. Há um ano teve uma estreia auspiciosa na Trek-Segafredo e no World Tour. Porém, a época acabaria marcada por problemas que foram quebrando o seu ritmo. Em 2018, tudo está a ser diferente. "Finalmente tenho boa saúde e assim é tudo mais fácil. Tenho estado na discussão das corridas, tento sempre fazer o meu trabalho da melhor maneira e encaro todas as provas com a maior ambição", salientou o campeão nacional. Demonstra muita confiança e ao mesmo tempo calma para encarar uma temporada importante para se afirmar ao mais alto nível. Mesmo em final de contrato, está descansado com o futuro e acredita que depois de já ter estado tão perto de vencer, a vitória irá chegar.
"Vou continuar a trabalhar, mas não vou estar muito obcecado com isso [triunfo]. Acho que as coisas acontecem naturalmente e a época é muito longa. Espero conseguir uma vitória", afirmou Ruben Guerreiro, depois de este ano já ter dois terceiros lugares na Herald Sun Tour, um segundo na Volta ao Algarve, além do nono lugar na geral no Tour Down Under e o quarto numa Herald Sun Tour que não irá esquecer tão cedo. Claro que correr em Portugal tem sempre um sabor especial, pelo que recorda orgulhoso a subida ao Malhão, no final da Algarvia. Guerreiro fez uma perseguição feroz a Michal Kwiatkowski (Sky), com o português a dizer que o polaco foi mais forte e que se está perante um dos melhores ciclistas do mundo: "Pensava em tentar acabar o mais rápido possível. Já ia bastante justo porque a etapa tinha sido muito desgastante e nos últimos metros vi que o Kwiatkowski não tinha assim tanta vantagem e tentei anulá-la, mas já não foi possível."
"Este ano tudo tem corrido bem e consegui atingir um bom nível de condição física e espero manter até ao final da época"
Agora é altura de olhar para a frente. A Trek-Segafredo tem apostado no jovem de 23 anos e Ruben Guerreiro está determinado em agarrar as oportunidades. "Como não temos assim tantos corredores de geral, já tenho um papel mais importante em certas corridas, mas sem muita pressão", realçou ao Volta ao Ciclismo, acrescentando que esta confiança também foi ganha com os resultados que está a apresentar. E para as próximas competições, o ciclista português irá ser um dos homens ao lado do líder da equipa para a Volta a França: "Posso dizer que vou correr com o Bauke Mollema. Ele é o líder, mas se ele falhar poderemos ter mais cartas para jogar, digamos assim. Dentro dessa perspectiva posso ter oportunidades."
Volta ao País Basco - que começa na segunda-feira - e semana das Ardenas vão preencher o calendário de Abril de Ruben Guerreiro, mas para quando a estreia numa corrida de três semanas? "Volta a Espanha. Acho que é a ideal para mim. Será um orgulho lá estar", frisou. Mas muito irá acontecer até ao arranque da Vuelta a 25 de Agosto e o campeão nacional espera conseguir manter a evolução física que tem alcançado nos últimos meses. "No ano passado já estava a realizar esse trabalho, mas não tive muita sorte com a saúde. Ora por isto ou por aquilo, tinha sempre uma quebra e assim era difícil ser constante. Este ano tudo tem corrido bem e consegui atingir um bom nível de condição física e espero manter até ao final da época", afirmou.
"Sinto-me bastante bem nesta equipa. Se não for aqui, penso que encontrarei um boa equipa para mim"
A renovação de contrato é, por isso, algo que não o preocupa, pois acredita que se cumprir os objectivos não terá problemas em definir o seu futuro: "As coisas são faladas quando têm de ser e sinto-me bastante bem nesta equipa. Se não for aqui, penso que encontrarei um boa equipa para mim. Mas isso não é importante. Estou focado no meu trabalhado e em realizar boas corridas. Tento mostrar o meu valor e tenho tido sorte em fazer grandes corridas com a Trek-Segafredo."
Apesar de reiterar que está a pensar prova a prova, foi irresistível questionar Ruben Guerreiro sobre os Mundiais de Innsbruck, na Áustria. "É um Campeonato do Mundo que me assenta bastante bem, mas a época é longa. No entanto, sim, está no meu horizonte", admitiu o ciclista português, que não escondeu o "sabor amargo" dos últimos Mundiais, em Bergen, nos quais uma apendicite o obrigou a abandonar. Antes, haverá, em Junho, os Nacionais, que também entram nos seus planos, para assim tentar manter a camisola que agora veste.
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