(Fotografia: Movistar Team)
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Nairo Quintana está a realizar um início de temporada mais típico da sua parte, depois de um ano em que esteve mais em acção devido à participação no Giro. Em 2018 praticamente não se o viu em competição, tendo só participado na Colombia Oro y Paz - na qual até sofreu uma queda sem gravidade - e o regresso às corridas está previsto para a Volta a Catalunha, a 19 de Março. Esta época, tudo será preparado a pensar na Volta a França, a grande que lhe falta. Enquanto Alejandro Valverde anda a somar vitórias, Mikel Landa também preferiu maior discrição - só fez a Ruta del Sol -, pelo que se espera por ver quando pelo menos o espanhol e o colombiano possam coincidir, já que ambos vão disputar o Tour. E ambos querem ganhar! Valverde já disse que não se quer meter no meio de uma possível guerra de egos (não o disse por estas palavras, mas é basicamente isso) e já se sabe que não se importa de assumir um papel de gregário. Quintana falou agora sobre a Movistar, os seus objectivos... e dos de Landa.
Logo para começar, a pergunta foi se se sentia cómodo com a equipa para esta temporada. "É um grupo em que continua a faltar pessoas para o que realmente queremos e necessitamos. Foram contratadas peças importantes, mas teremos de trabalhar e descobrir onde podem ser importantes. Há objectivos pessoais, de equipa e isso está mais ou menos claro, mas na estrada será outra história", respondeu, em entrevista ao El Tiempo. O ciclista colombiano realçou que ter três líderes é algo bom, até porque permite a equipa discutir as corridas "de uma maneira ou de outra". E avisa que "não poderá haver desculpas", pois todos têm "de chegar a 100% ao Tour". "Se se chegar assim, com uma estratégia podem fazer-se coisas boas."
Sobre o muito falado mal-estar pela chegada de Mikel Landa, Quintana afirmou que gosta do espanhol e que é um corredor que há muito agradava o director desportivo da Movistar, Eusebio Unzué. Porém... "Queria manter pessoas que se foram [embora], os amigos que estavam comigo há muito tempo, porque já nos conhecíamos. Eram pessoas que tinham o interesse em fazer bem o trabalho."
Mas afinal a contratação de Landa agradou ou não a Quintana? "É um ciclista diferente, não é que não o quisesse, ele tem os seus objectivos pessoais e são muito respeitáveis, porque tenho-os eu, o Valverde e os outros." O colombiano tenta não provocar polémicas, mas houve insistência neste assunto. Será que irá ser fácil Quintana ajudar Landa ou vice-versa? "No momento que tenha de trabalhar ele ou eu, é a equipa que tem de decidir. Claro que a corrida coloca cada um no seu lugar." E a pergunta que se exigia: "Landa disse que quer ganhar o Tour e que chegou a hora de ser líder. Como analisa isso?" Resposta: "Todos queremos ganhá-lo. Cada pensamento, cada objectivo pessoal é respeitável. Vamos tentar. Vamos tentar todos."
Quintana já tinha afirmado no passado que ele seria o líder. O problema é que do lado de Landa vinha a versão que estava na altura de ser ele o número um e que queria ganhar a Volta a França. Durante umas semanas, Landa admitiu que o Giro até poderia ser uma possibilidade, mas regressou ao objectivo inicial. Vai a França. A Movistar vai levar o trio de líderes ao Tour, com Carlos Betancur a ver ser acedido o pedido de também ele ser líder numa grande volta, partilhando essa responsabilidade com Andrey Amador, que tem novamente liberdade na Volta a Itália, depois de duas edições na sombra primeiro de Valverde (o ciclista da Costa Rica até andou de camisola rosa, mas quebrou) e depois de Quintana.
Na disputa pela liderança entre Quintana e Landa, nas palavras do colombiano, será a estrada que irá definir quem será o número um. Afirmou na entrevista que o importante é a Movistar ganhar o Tour, mas a ambição de Quintana é mais do que voltar a adiar o sueño amarillo. A questão será mesmo, como irá a Movistar gerir dois egos, não havendo dúvidas que Valverde terá um papel importante, pois não sendo um líder indiscutível no Tour, a sua voz de liderança poderá ser o que manterá o equilíbrio emocional na equipa.
A dobradinha Giro/Tour
Em 2017 Quintana falhou por completo este objectivo. Ainda foi segundo no Giro, mas no Tour mal se o viu, ficando inclusive fora do top 10 (12º a 15:28 de Chris Froome). No entanto, o colombiano acredita que se pode ganhar as duas grandes voltas no mesmo ano e admite a possibilidade de tentar novamente.
Chris Froome quer arriscar este ano - o tema do salbutamol e a possível suspensão não foi abordado - e Quintana acredita que o britânico poderá ter sucesso. "Só porque eu, o Contador e o Nibali não conseguimos, não quer dizer que o Froome não o possa fazer." E no frente-a-frente com o britânico, perguntaram se a questão da idade poderá ter o seu peso, com Quintana a ter 28 anos e Froome, na altura do Tour, 33. "Não sei se o Froome estará ou não, mas há outros rivais que estarão fortes e que irão concentrar-se somente no Tour", salientou Quintana, não falando sobre a idade, mas abordando, como quem não quer a coisa, uma possível ausência do britânico da Sky.
Quintana quer começar a aumentar o ritmo já na Volta à Catalunha e depois na Volta ao País Basco, mas o colombiano afirmou que irá também estar numa das clássicas do pavé. Esta é uma opção que está a ser tomada por muitos dos ciclistas que vão apostar no Tour, pois terão de enfrentar este piso na edição deste ano. No entanto, Quintana referiu que ainda está por decidir qual será a corrida eleita.
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