(Fotografia: © Bahrain-Merida) |
Começando pela marca que está intocável há quase cinco décadas. Foi em 1971 e 1972 que pela última vez um ciclista conquistou três monumentos consecutivos, então a Liège-Bastogne-Liège, Lombardia e Milano-Sanremo. Nibali venceu a Lombardia (pela segunda vez na carreira) em Outubro - último monumento do ano - e bateu uma concorrência de luxo de sprinters, e não só, com um arranque fenomenal a caminho de Sanremo, há duas semanas, no primeiro monumento de 2018. Agora tem a Flandres no horizonte. Se vencer iguala... pois claro: Eddy Merckx. Quem mais!
Esta época os chamados voltistas têm andado pelo pavé, para prepararem a etapa de Roubaix da Volta a França. No entanto, ir a um monumento é mais do que treinar para o Tour. Ainda houve alguma dúvida se o italiano iria mesmo ser o líder, mas isso é certo, com a Bahrain-Merida a levar uma equipa com o intuito de proteger Nibali, ainda que tenha outras alternativas, como é o caso de Sonny Colbrelli e Heinrich Haussler.
Equipa da Bahrain-Merida para a Volta a Flandres (Imagem: © Bahrain-Merida) |
Aos 33 anos, o italiano está a viver uma nova experiência e há muitos segredos a desvendar na Flandres para um estreante, mesmo que já tenha uma longa carreira. Tem 32 presenças em monumentos, mas nenhuma nas duas do pavé. No entanto, não se pode dizer que Nibali não saiba andar no empedrado. Quando em 2014 ganhou a Volta a França, nessa edição houve uma etapa neste tipo de piso e o ciclista, então da Astana, bateu alguns dos especialistas. Esta sexta-feira foi dia de reconhecer a fase final do percurso, com Nibali a protagonizar um momento insólito na conferência de imprensa horas depois. Kwaremont e Paterberg são nomes bem conhecidos da Volta a Flandres, mas o italiano não conseguiu lembrar-se do primeiro.
Depois de pedir desculpa pelo lapso, o italiano salientou como a sequência de subidas no final endurece muito a corrida e espera poder contar com a experiência de alguns companheiros da equipa, já que não conhece bem a Flandres. Será uma estreia ambiciosa como Nibali sempre encara qualquer desafio a que se propõe, mas também cautelosa, pois o ciclista não quer arruinar a temporada com uma queda grave. Quanto a tácticas, parece que ideias não faltam, mas... "Ao andar no pavé esta manhã tive muitas ideias, contudo, penso que é necessário conhecer uma corrida como esta antes de avançar com uma ideia ou inventar qualquer coisa. A minha condição [física] é boa e talvez eu seja capaz de inventar qualquer coisa. No entanto, penso que na Flandres pode-se inventar muito pouco."
Este ano, Nibali voltou a colocar o Tour como principal objectivo nas grandes voltas. Porém, também resolveu tentar aumentar a sua conta de monumentos. A Liège-Bastogne-Liège surgia como uma das principais corridas de 2018. Vencer a Milano-Sanremo foi um daqueles bónus que não contava e vencer na Flandres será algo de excepcional. Está longe de surgir entre os favoritos, mas quando o "Tubarão" planeia a atacar uma corrida, então é melhor que ninguém o perca de vista.
»»Nibali surpreendido com dureza do percurso dos Mundiais««
»»Nibali deixou todos a verem-no pelas costas numa grande vitória frente aos sprinters««
Sem comentários:
Enviar um comentário