20 de agosto de 2016

"O facto de termos duas vagas para a disciplina Olímpica do BTT atesta bem a evolução que temos tido"

David Rosa participa pela segunda vez nos JO (Fotografia: Facebook David Rosa)
Já se fala da cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos, com a judoca Telma Monteiro a ser a porta-estandarte (merecidamente dada a medalha de bronze conquistada), e de como o Rio2016 está perto do fim. Mas calma, Portugal ainda tem dois atletas que vão mostrar este domingo (16:30) o que valem no BTT (XCO). Há quatro anos David Rosa foi o representante solitário. Em 2016 tem a companhia de Tiago Ferreira, que em Junho se sagrou campeão do mundo de XCM. Não se vai aqui começar a falar de medalhas (vontade não falta), mas certo é que somos um país com dois fortes atletas que estão no Rio de Janeiro para comprovar como o BTT nacional está a conquistar respeito.

"O facto de termos duas vagas para a disciplina Olímpica do BTT atesta bem a evolução que temos tido", salientou David Rosa ao Volta ao Ciclismo. Depois da estreia em Londres2012, na 23ª posição, o atleta de 29 anos explicou que agora "algumas coisas já estão mais automatizadas". Porém, considera que a experiência de 2012 por si só não é o factor mais determinante: "Na corrida em si não vai fazer muita diferença, a experiência mais importante é a que se ganha com provas internacionais. Particularmente em secções mais técnicas."

No entanto, há algo que é igual a 2012: "A vontade de fazer uma boa corrida mantém-se." David Rosa - seis vezes campeão nacional de XCO em elite, mas com muitos outros troféus desde os tempos de juniores - quer melhorar o lugar dos Jogos de Londres, mas realçou: "O principal é saber que dei o meu máximo, assim não terei, certamente, qualquer arrependimento."


"Normalmente no XCO não dá para fazer uma estratégia de corrida como na estrada, mas se der para nos ajudarmos durante a corrida, claro que o faremos."

Quanto ao percurso, David Rosa diz não ser o melhor para si, pois "as subidas não são tão selectivas", como gosta "e é bastante rápido". "No entanto, dia após dia, tenho vindo a sentir-me mais à vontade", referiu, afirmando ainda que "é um pouco mais técnico do que parece". Apesar de serem dois os representantes portugueses, não se pode falar numa estratégia para tentar um melhor resultado, o que não significa que não possa existir um apoio mútuo: "Normalmente no XCO não dá para fazer uma estratégia de corrida como na estrada, mas se der para nos ajudarmos durante a corrida, claro que o faremos."

Para David Rosa, os principais candidatos são nomes que já têm medalhas olímpicas no currículo. O checo Jaroslav Kulhavy (31 anos) conquistou o ouro há quatro anos e volta a surgir como forte candidato. Porém, para o suíço Nino Schurter (30 anos) os títulos mundiais já não chegam e tem contas a ajustar com Kulhavy, com quem perdeu ao sprint, tendo ficado com a medalha de prata em Londres2012. O francês Julien Absalon (36 anos) é o mais experiente de todos e foi campeão olímpico em 2004 e 2008.

Mas é inevitável perguntar: e Peter Sagan? O eslovaco, campeão do mundo de estrada, que resolveu optar por um regresso ao BTT, é candidato ou está no Rio contribuindo para dar alguma notoriedade à competição? "Acho que não é candidato à vitória, mas também não vai só para dar notoriedade à prova. Ele aponta certamente para um top dez", considerou David Rosa.

Têm sido vários os atletas portugueses que falam do apoio do público brasileiro e David Rosa frisou que "esse apoio é importante", pois ajuda a que se sentiam "um pouco mais em 'casa'".

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