22 de agosto de 2016

Uma Movistar ao estilo Sky e um Froome... ao seu estilo

Froome assustou, mas terminou no 4º lugar (Fotografia: Team Sky)
Enquanto Alexandre Geniez festejava a vitória de etapa, enquanto Rubén Fernández pensava que tinha ganho, enquanto Nairo Quintana e Johan Esteban Chaves faziam uma aliança colombiana momentânea para deixar para trás a concorrência e enquanto pensavam que estavam a conseguir, eis que... Hello, "vroome, vroome", Chris Froome chegou! O britânico parecia que ia ter uma etapa pesadelo, mas afinal foi mais um dia ao estilo do britânico: não entrou em pânico quando não conseguiu ir ao ritmo da Movistar, até desapareceu das imagens e na curva que antecedia a meta, lá apareceu Froome, a tempo até de bater os colombianos. Fez a subida como quis e não como os adversários queriam que a fizesse. Primeira demonstração de força? Pelo menos é uma demonstração que o ciclista da Sky está mesmo na Vuelta para ganhar, mesmo depois do esforço da Volta a França.

Mirador de Ézaro ia ser o primeiro teste às pernas de quem se diz ou quer ser candidato. São apenas 1800 metros, mas chegam a ter 30% de inclinação! A fuga até triunfou, apenas um conseguiu, mas para a FDJ a vitória de Alexandre Geniez é um alívio depois de um Giro e principalmente após uma Volta a França longe do esperado e preparado. Mas o destaque vai para a Movistar. Parecia uma Sky. Aquela Sky que todos os anos surge no Tour. Aquele ritmo simplesmente "partiu" toda a concorrência. Alberto Contador até parecia ser o único que conseguia acompanhar, com Chris Froome em aparente dificuldades, mas o homem da Tinkoff acabaria a perder mais 54 segundos. Em apenas três etapas, o espanhol já tem 1:31 minutos para recuperar.

Regressando à Movistar, Alejandro Valverde nem parece que vai na terceira grande volta em 2016. Foi terceiro. Afinal, a subida que diziam que não era para Nairo Quintana fez o colombiano aparecer e um jovem Rubén Fernández parece ter recebido a prenda para tentar a vitória. Ele até celebrou. Porém, alguém se esqueceu de o avisar que Geniez já tinha cortado a meta. Ainda assim, de um momento sempre humilhante - a Volta a Portugal também o teve com Wilson Diaz, da Funvic -, o jovem espanhol (25 anos) acabaria com razões para celebrar: a camisola vermelha da liderança é dele, com sete segundos de avanço sobre o colega Valverde e 11 sobre Chris Froome.

Dos vencedores do dia, aos que ainda fizeram pior que Alberto Contador. Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo) terá de fazer muito, mas mesmo muito mais para repetir o brilharete do Giro. O holandês perdeu 2:02 e nem o próprio soube explicar o que aconteceu. No entanto, não atira a toalha ao chão apesar dos 2:14 que tem de recuperar. Boa atitude, pelo menos.

Já Miguel Ángel López é o azarado deste início de Vuelta. Primeiro foi o problema mecânico no contra-relógio do equipas e hoje foi uma queda que o atrasou. Perdeu mais de 12 minutos, ou seja, já são 13:16 para o líder. O jovem de 22 anos terá de esperar por outra oportunidade para se mostrar na geral de uma grande volta, pois está na altura é de se concentrar em ganhar uma etapa. Quanto à Astana, afinal aquele a quem deu o dorsal número um terá mesmo de ser a escolha principal. O problema é que Michele Scarponi já tem 2:03 de desvantagem.

Quanto aos portugueses, José Gonçalves (Caja Rural) até surpreendeu quando começou a última subida com os melhores. Perdeu apenas 1:06 minutos, mas também José Mendes (Bora-Aragon 18) e Tiago Machado (Katusha) estiveram bem nesta brutal subida: ficaram a 1:32 de Geniez.

A terceira etapa também teve a sua primeira desistência: Warren Barguil. Que ano para esquecer do francês. Quando pretendia que fosse o da sua confirmação, foi o da desilusão. O melhor resultado acaba por ser o terceiro lugar na Volta à Suíça. Uma sinusite terá sido a razão do abandono da Volta a Espanha. Depois de há um ano a Giant-Alpecin ter sido uma das equipas em destaque da Vuelta devido a Tom Dumoulin, em 2016 será complicado alcançar um resultado digno de nota. Tudo por uma etapa, portanto.

Etapa 4: Betanzos-San Andrés de Teixido (163,5 quilómetros)
Etapas planas, nem pensar nesta Vuelta. Nesta tirada a atenção vira-se para a última subida. São pouco mais de 11 quilómetros com uma média de 4,8% de pendente média até ao topo do Mirador Vixia de Herbeira. Mais uma vez, espera-se uma subida animada pela luta pela vitória na tirada. Quarto dia de Volta a Espanha e segunda chegada em alto!


Resumen - Etapa 3 (Marín / Dumbría... por la_vuelta

Veja aqui os resultados da terceira etapa e as classificações.

Sem comentários:

Enviar um comentário