9 de janeiro de 2017

"Não me posso queixar das oportunidades que são e foram dadas pela equipa"

(Fotografia: Katusha-Alpecin)
A imagem de Tiago Machado está muito ligada a um ciclista de ataque. Foi assim que habitou quem segue a sua carreira, foi assim que conseguiu chegar ao mais alto nível do ciclismo, mas não tem sido assim na Katusha. Além de gostar de correr ao ataque, Tiago Machado também sempre se mostrou como um homem de confiança para quem fosse o líder e tem sido esse o lado mais explorado na agora equipa suíça. O ciclista de Vila Nova de Famalicão garante que não encara a função de gregário como uma prisão e está satisfeito com as oportunidades que vai tendo, como a que recebeu para começar bem o ano: será o líder da Katusha-Alpecin no Tour Down Under, primeira corrida World Tour de 2017.

"Começo a temporada em Down Under pois é uma das minhas provas preferidas e a equipa deu-me essa possibilidade de estar presente mais uma vez. As expectativas são as mesmas de todas as provas, defender bem as cores da minha equipa e fazer o melhor possível. É a primeira competição do ano e não sabemos como estamos", explicou Tiago Machado ao Volta ao Ciclismo. Será a terceira temporada na Katusha (agora Katusha-Alpecin), mas o facto de começar como líder numa competição World Tour não significa que o seu principal papel na equipa irá mudar. Porém, o ciclista está satisfeito com a forma como tem sido tratado na Katusha: "Graças a Deus não me posso queixar das oportunidades que são e foram dadas pela equipa. Agora é tentar corresponder ao que a equipa espera de mim."

O ciclista de 31 anos está concentrado em "tentar cumprir o que for exigido pela equipa" e realçou que está orgulhoso de ter sido gregário de grandes corredores. "Quando há ciclistas na equipa que dão mais garantias, há que trabalhar para eles para que cheguem o melhor possível às horas decisivas. Por isso, não encaro como uma 'prisão' ser gregário. Bem pelo contrário, é motivo de orgulho, pois nem todos se podem 'gabar' de serem gregários dos campeões que eu já tive a felicidade de ser", referiu.


"O José Azevedo está num posto tão importante por mérito próprio. É a pessoa mais profissional que vi, só assim se atinge o topo"

Em 2017, Tiago Machado terá a seu lado outro português. José Gonçalves estreia-se no World Tour e Machado acredita que "com a garra com que trabalha irá longe na carreira". E também admitiu que pode ser um bom sinal para ele próprio: "Ter alguém que fala o nosso idioma é sempre bom e nas minhas melhores temporadas tive sempre portugueses comigo. Vamos a ver se faço o mesmo este ano."

No entanto, há ainda outro português na Katusha e que este ano assumiu o cargo de director geral da formação. "O José Azevedo está num posto tão importante por mérito próprio. É a pessoa mais profissional que vi, só assim se atinge o topo. Um exemplo a seguir", frisou Tiago Machado.

Esta liderança de José Azevedo foi uma das muitas mudanças de que a equipa foi alvo. Entrou o patrocinador alemão Alpecin (marca de champôs), saiu a sua principal referência Joaquim Rodríguez, a formação trocou a nacionalidade russa pela suíça, o que fez com que também abandonasse um dos objectivos que levou à sua criação, isto é, dar espaço aos ciclistas russos. Dos 14 que estavam no plantel, só ficaram cinco. Um deles foi Ilnur Zakarin. Aos 27 anos é a grande esperança da equipa para vencer a grande volta que Rodríguez andou perto, mas nunca conseguiu.


"Julgo que [a Katusha] está melhor, mas esperemos pelos resultados na estrada"


Equipa já chegou à Austrália (Fotografia: Twitter Tour Down Under)
"No ano passado quando teve aquela queda no giro estava em quinto na geral. Não fossem as quedas sofridas antes e podia estar mais bem classificado. Tem evoluído muito e julgo que está no bom caminho para uma grande volta", referiu Tiago Machado sobre Zakarin. E quanto às mudanças na Katusha: "Julgo que está melhor, mas esperemos pelos resultados na estrada. Ainda estamos numa fase muito precoce para tirar conclusões."

No dia 17 (e até 22) irá então começar a temporada no Tour Down Under. Tiago Machado terá a seu lado José Gonçalves e os também reforços Maurits Lammertink e Baptiste Planckaert. Sven Erik Bystrom, Jhonatan Restrepo e o veterano de 39 anos Ángel Vicioso completam a equipa.

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