23 de janeiro de 2017

"Rafael Reis pode perfeitamente chegar ao World Tour"

Goikoetxea acredita que Rafael Reis poderá ser um elemento
importante na equipa (Fotografia: Caja Rural)
Rafael Reis é mais um português a passar pela Caja Rural-Seguros RGA e o director desportivo da equipa espanhola acredita que tem o talento necessário para alcançar o mais alto nível do ciclismo, seguindo os passos de ciclistas como José Gonçalves e André Cardoso. "Pode perfeitamente chegar ao World Tour. Nós agora vamos aproveitar o seu potencial e o tempo dirá que futuro o espera", salientou Eugenio Goikoetxea ao Volta ao Ciclismo. O ciclista de Palmela já tinha estado na equipa amadora da Caja Rural durante a sua formação, mas regressou agora, integrando a equipa profissional, com o responsável a acreditar que Rafael Reis pode tornar-se num elemento importante. "Creio que é um bom ciclista e que pode dar bons dias à equipa. É um bom contra-relogista e não tínhamos ciclistas com esse perfil", referiu Goikoetxea.

Com a temporada da Caja Rural a arrancar esta segunda-feira na Volta a San Juan, na Argentina, Eugenio Goikoetxea (47 anos) considera que ainda é cedo para avaliar que tipo de trabalho será necessário fazer o português. No entanto, diz que "em princípio terá um bom calendário pela frente, com a estreia numa corrida de categoria World Tour a estar a ser ponderada para a Volta à Catalunha (de 20 a 26 de Março). Até lá, depois de San Juan, Rafael Reis estará na Volta a Valência e também no Algarve. E será que poderá ser opção para a Volta a Espanha? "Claro que sim. Quando chegarmos a Junho veremos em que grupo o vamos colocar. A temporada é longa e não se pode nesta fase ficar obcecado com a participação na Volta a Espanha", respondeu Goikoetxea.

"Além de ser um bom rolador, creio que pode ser um bom corredor de provas de um dia"

Se participar numa grande volta é normalmente um desejo dos ciclistas, o director desportivo salientou que no caso de Rafael Reis podemos estar perante um "bom corredor de provas de um dia", não esquecendo, naturalmente, a característica que, para já, mais o destaca: o contra-relógio. "Além de ser um bom rolador, creio que pode ser um bom corredor de provas de um dia. A equipa tem um calendário muito internacional e em corridas de um dia. A sua contribuição poderá ser muito importante", explicou.

Aos 24 anos, Rafael Reis concretizou mais um objectivo na carreira ao assinar por uma equipa Profissional Continental e Goikoetxea elegeu-o logo para a primeira corrida da Caja Rural em 2017: "[O Rafael] chega [a San Juan] em boa forma e vamos ver se faz um bom contra-relógio [na terceira etapa] e pode surpreender nalguma fuga ou arrancando perto da meta"

A primeira etapa acabou por ser algo azarada para Rafael Reis, pois juntamente com outros ciclistas, incluindo o colega e líder Sergio Pardilla, seguiu pelo caminho errado no último quilómetro, o que o obrigou a fazer um corta-mato para conseguir chegar à meta (Fernando Gaviria, da QuickStep-Floors, foi o vencedor e deverá ser dado o mesmo tempo a todos os ciclistas).

A equipa espanhola tem um longo historial de contratação de ciclistas portugueses. Os gémeos Gonçalves, Ricardo Vilela, o já referido André Cardoso, Manuel Cardoso, Vítor Rodrigues... É óbvia a atenção com que os responsáveis da Caja Rural seguem os ciclistas lusos. Goikoetxea afirmou que "certamente que haverá" mais talento para explorar em Portugal, mas sendo uma equipa espanhola, não podem contar apenas com ciclistas portugueses.

A Caja Rural conta em 2017, além de Rafael Reis, com 13 espanhóis - com destaque para o veterano David Arroyo (37 anos) e Eduard Prades (29) - dois americanos, um uruguaio, um australiano e uma das mais surpreendentes contratações do ano: o russo Yuri Trofimov, que aos 32 anos apostou numa grande mudança, depois de cinco temporadas na Katusha e a última na Tinkoff.

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