5 de janeiro de 2017

Tom Dumoulin confirma: prefere o Giro ao Tour. Mais um grande nome na 100ª edição

Tom Dumoulin apresentou o novo equipamento e a bicicleta
(Fotografia: Facebook Team Sunweb)
Já não restam dúvidas. O pelotão da 100ª edição da Volta a Itália será um dos melhores dos últimos anos. Tom Dumoulin é a mais recente confirmação e em 2017 irá estar no Giro para o tentar vencer. Em 2015 vestiu a camisola rosa durante sete dias, quando dizia que apenas queria lutar por etapas, mudando depois o discurso, afirmando que afinal até queria ganhar a competição. Acabou por desistir na 11ª etapa. Este ano quer mesmo ser um candidato e a seu lado estará Wilco Kelderman, reforço holandês de luxo que no ano passado corria pela Lotto-Jumbo.

A lista de candidatos já conta assim com Vincenzo Nibali (Bahrain-Merida) vencedor em 2013 e 2016), Ilnur Zakarin (Katusha), Mikel Landa (Sky) e Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo), que juntamente com Tom Dumoulin (Sunweb) estão de volta depois de terem sido figuras da competição no ano passado (no caso de Landa, não foi pelas melhores razões). Mas em 2017 vão juntar-se ciclistas que têm preferido a Volta a França, como Tejay Van Garderen (BMC), Thibaut Pinot (FDJ), Rafal Majka (Bora-Hansgrohe), Geraint Thomas (no que poderá ser uma liderança partilhada com Landa na Sky) e também irá regressar Fabio Aru (Astana), que em 2016 fez apenas a Volta a França. E claro, Portugal irá contar com o seu campeão do mundo, Rui Costa (UAE Abu Dhabi), que pela primeira vez fará o Giro.

Faltam algumas confirmações, como a de Johan Esteban Chaves (segundo em 2016) ou dos irmãos Yates - a Orica-Scott ainda não revelou qual será o calendário dos três ciclistas que tem para lutar pela geral nas grandes voltas -, Bob Jungels (Quick-Step Floors), que esteve em destaque no ano passado (terminou em sexto), e Nairo Quintana. O colombiano afirmou numa entrevista que ia fazer Giro-Tour, mas o director desportivo da Movistar, Eusebio Unzué, meteu água na fervura e disse que ainda nada estava decidido. Contudo, da equipa espanhola estará novamente presente Andrey Amador.

Uma coisa é certa, o percurso da 100ª edição agradou e muito a vários ciclistas que normalmente apostam na Volta a França. Já o do Tour desiludiu. A data especial também tem a sua influência, tal como a razão apontada por Dumoulin e já referida por outros: "Há mais competição no Tour." Ou seja, o domínio da Sky e com Chris Froome a garantir que irá apostar novamente na Volta a França, faz com que outros ciclistas preferiram tentar a sua sorte noutra grande volta.

Um ano para se confirmar como verdadeiro candidato

Depois do brilharete na Volta a Espanha em 2015, que acabaria por perder na última etapa de montanha para Fabio Aru, as expectativas sobre Tom Dumoulin eram grandes para 2016. O holandês acabou por não as comprovar no Giro, mas no Tour venceu uma das etapas mais difíceis em Andorra Arcalis - bateu Rui Costa - além do contra-relógio. Porém, ao admitir que é um candidato à geral no Giro, Dumoulin mostra que finalmente quer confirmar-se como trepador nos grandes momentos.

"O Giro é muito mais difícil este ano porque tem muitas subidas e tem muitas etapas que se temos um mau dia, perdemos muito tempo. A Volta a França tem menos dessas tiradas. Se virem, as grandes etapas de montanha no Tour nos Alpes têm subidas de 15 quilómetros. Não é nada comparado com o Giro. Isso faz com que seja mais perigoso por um lado, mas também emocionante por outro", explicou Dumoulin. O holandês acrescentou que os contra-relógios mais longos também pesaram na decisão. "Gosto mesmo do Giro, do ambiente e mal posso esperar em voltar", salientou durante a apresentação da equipa, que agora se chama Sunweb, substituindo a Giant-Alpecin.

Dumoulin (26 anos) não coloca de parte participar também no Tour, mas essa decisão só será feita dependendo do que acontecer no Giro. O holandês poderá ser mais um dos ciclistas a preferir este ano fazer Giro-Vuelta. No entanto, há a tentação de tentar conquistar a camisola amarela. O ciclista referiu isso mesmo: "Só falta uma camisola na minha colecção. Já tenho a camisola rosa e a vermelha da Vuelta. Ganhei etapas nas três grandes voltas, mas não vesti a camisola amarela. Com o contra-relógio na primeira etapa no Tour, pensei em fazê-lo para tentar a amarela ou no primeiro dia ou durante a primeira semana. Mas o Giro assenta-me melhor."

O calendário de preparação do holandês irá contar com a Volta a Abu Dhabi e três provas em Itália: Strade Bianche, Tirreno-Adriatico - que disse ser um dos objectivos deste início de temporada - e a Milano-Sanremo, além de muito treino em altitude. Dumoulin também vai apontar a sua preparação para atacar os Mundiais de Bergen, na Noruega.



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