23 de setembro de 2018

Primeiros títulos mundiais atribuídos. Venha agora o talento português

(Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo)
Ivo Oliveira e João Almeida são dois dos maiores talentos da nova geração de ciclistas portugueses. Ambos estão naquela que é vista por muitos a melhor equipa de formação do mundo e se um soma títulos na pista e começou a sua afirmação na estrada, outro conquistou de rompante grandes resultados. Foram os escolhidos por José Poeira para o contra-relógio de sub-23. Campeão e vice-campeão nacionais da categoria nesta vertente, não estão em Innsbruck com grandes sonhos, mas não significa que a ambição não esteja lá.

Para Ivo Oliveira, 22 anos, será a terceira presença consecutiva. Foi 36º em Doha e 21º em Bergen. O principal objectivo passa por terminar no top 20 e depois... Ir o mais além possível. "Desta vez era bom entrar no top 20 ou, quem sabe, fazer melhor. Gosto do percurso, porque tem algum sobe e desce. O início é muito a rolar, mas depois há partes duras. Assim é que deve ser um contra-relógio e não totalmente plano. Vamos ver como é que corre", explicou, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

Estamos perante um ciclista que tem tudo para se tornar num especialista nesta vertente, não fosse ele o vice-campeão do mundo e europeu de perseguição individual, na pista. Os 27,8 quilómetros entre Hall-Wattens e Innsbruck assentam bem ao gémeo, mas já João Almeida prefere umas subidas mais exigentes, ele que é um estreante nesta competição neste escalão. "O contra-relógio não é totalmente ao meu jeito, mas sei que consigo bons resultados nos exercícios individuais. Esta prova vai tornar-se dura, por ser muito rápida. É pena que tenha apenas alguns topos e não uma subida dura, como no contra-relógio de elite, o que permitiria fazer maiores diferenças", afirmou. Mesmo não sendo o percurso que mais entusiasma Almeida (20 anos), o corredor está confiante que pode alcançar um resultado muito positivo.



No seu primeiro ano na Hagens Berman Axeon, João Almeida venceu a Liège-Bastogne-Liège de sub-23, foi quinto na Ronde l'Isard, segundo no Giro d'Italia, sétimo no Tour de l'Avenir e foi segundo em ambas as provas de sub-23 nos Nacionais (contra-relógio e fundo). Uma temporada exemplar de um ciclista que ainda tem uma enorme margem de progressão.

O contra-relógio dos sub-23 começa às 13:40 (hora portuguesa) - gráfico de cima -, mas o programa do segundo dia de corridas dos Mundiais de Innsbruck2018 começa às 9:10, com o contra-relógio de juniores femininos (gráfico de baixo). Ivo Oliveira irá para a estrada às 14:07 e João Almeida às 15:05:30. A transmissão está a cargo do Eurosport.



Quick-Step Floors recupera título

E são quatro títulos mundiais. A equipa belga continua a impressionante senda de 2018 e acrescentou mais duas vitórias à extensa lista: 69. Pouco antes da Quick-Step Floors celebrar o título mundial, Philipe Gilbert regressou à competição após a queda na Volta a França com um triunfo no Grand Prix d'Isbergues-Pas de Calais, em França. Na Áustria, Bob Jungels, Kasper Asgreen, Yves Lampaert, Laurens de Plus, Max Schachmann e Niki Terpstra foram perfeitos nos 62,8 quilómetros, com uma subida de cinco a cerca de 20 do fim. Completaram o percurso em 1:97:26 horas, com uma média de 55,9 quilómetros/hora. Terpstra está de saída da Quick-Step Floors para a Direct Energie, mas o holandês agradeceu a oportunidade de conquistar mais um título, ele que é o único a estar nos quatro.

Não começaram como os mais rápidos, mas geriram o esforço para deixar a Sunweb, que era a campeã em título, a 18 segundos e a BMC (bicampeã) a 19. O único português que participou nesta competição colectiva foi Nelson Oliveira, que foi importante para a Movistar alcançar um resultado um pouco inesperado. A equipa espanhola foi sexta, a 1:32 minutos. O tetracampeão nacional da especialidade mostrou estar bem, tal como já o tinha feito na Vuelta, e será um ciclista a ter em atenção para o contra-relógio individual de quarta-feira.

Pela negativa destaca-se a AG2R e a Lotto-Jumbo, que foram batidas por equipas Continentais. Já a Katusha-Alpecin viu um furo na subida a prejudicar a equipa. Só tinha quatro corredores - os necessários para acabar o contra-relógio - e os ciclistas foram obrigados a esperar por Nils Politt. Foram várias as equipas que alertaram para a necessidade de ter cinco corredores no início da subida. A Katusha-Alpecin pagou caro não ter mantido essa táctica.

Pode ver aqui a classificação completa do contra-relógio colectivo.

Foram as senhoras que abriram os Mundiais e logo com uma surpresa. A alemã Canyon SRAM Racing bateu as super favoritas Boels-Dolmans e Sunweb, que, tal como nos homens, era a campeã em título. Trix Worrack, Lisa Klein, Elena Cecchini, Hannah Barnes, Alice Barnes e Alena Amialiusik completaram os 54,5 quilómetros em 1:01:46 horas, com as equipas holandesas a ficarem a 22 e 29 segundos, respectivamente (resultados completos neste link). A média foi de 52,9 quilómetros/hora.

Apesar de não estar entre as principais favoritas este ano, a Canyon SRAN Racing sabe o que é vencer esta prova. Foi o quinto título mundial - ainda que com outros nomes, Specialized-lululemon (2012, 2013 e 2014) e Velocio-SRAM (2015), com a alemã Trix Worrack a estar presente em todos.

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