16 de setembro de 2018

As equipas uma a uma na Vuelta de Yates e da Mitchelton-Scott

Primeira vitória numa grande volta da Mitchelton-Scott
que se vestiu a rigor (Fotografia: © PhotoGomezSport/La Vuelta)
Chegou ao fim a última grande volta do ano. Para não variar, a Vuelta foi rica em emoção e espectáculo, principalmente na derradeira semana. Contudo, durante as três houve reviravoltas, surpresas, o inesperado fez parte da sua génese e é por isso que continua a ser aquela que acaba por ganhar no apreço dos adeptos. Simon Yates fez história ao ganhar a sua primeira corrida de três semanas, fechando um ciclo brilhante da Grã-Bretanha, pois nunca tinha acontecido um país ganhar as três grandes no mesmo ano com três ciclistas diferentes. Como sempre, houve vencedores e derrotados. Houve quem cumprisse as expectativas, quem superasse, quem tem muito mudar. Três dos quatro portugueses chegaram ao fim e Madrid voltou a ser palco de uma despedida de um ciclista espanhol. Aqui fica uma análise equipa a equipa, com a ordem a ser definida pela classificação colectiva.

Movistar: Ganhou novamente por equipas, mas perdeu individualmente. Não deixa de ser irónico que estando em primeiro seja a maior derrotada da Vuelta. Assumiu que a corrida era para ganhar, depois de em 2017 não ter levado nenhum dos seus líderes e ter passado ao lado da prova caseira, algo estranho tendo em conta o patrocinador. Falhou no Tour e quis levar o tridente a Espanha, mas Mikel Landa lesionou-se. Ainda assim, era a equipa mais forte da Vuelta. Apostar novamente em mais do que um ciclista para a liderança correu mal. Nairo Quintana é uma sombra de si mesmo e Alejandro Valverde acabou por fraquejar nas duas etapas de montanha decisivas. Sonhou com a vitória e nem o pódio conseguiu segurar. A Movistar ganhou duas etapas e a classificação dos pontos por intermédio de Valverde e venceu colectivamente, o que para qualquer outra equipa (menos a Sky) seria excelente, mas para a formação espanhola é muito pouco. Há toda uma estratégia a repensar para 2019. Assim, com tantos galos para um poleiro, esta equipa não funciona. Uma palavra por Nelson Oliveira (71º, a 2:30:07). O ciclista português esteve bem. É um corredor com quem se pode contar estar sempre ao nível que os seus líderes precisam. Não foi por ele que a Movistar falhou. Nos contra-relógios foi quarto e sétimo, o que deixa as expectativas altas para os Mundiais.

Bahrain-Merida: Vincenzo Nibali confirmou desde cedo que não conseguiria lutar pela geral, depois da grave queda no Tour. No entanto, não foi à Vuelta apenas para ganhar ritmo ficando perdido no pelotão. Com o passar dos dias, o italiano começou a aparecer na frente do pelotão a trabalhar, foi para as fugas e quis mesmo ganhar uma etapa. Excelente atitude deste ciclista, ao contrário do que aconteceu com Richie Porte (BMC) que esteve em Espanha só a pensar nos Mundiais. A postura de Nibali foi o ponto positivo da Bahrain-Merida que viu Ion Izagirre ficar longe de disputar a geral, apesar da oportunidade para o fazer. O nono lugar a 11:09 é pouco para este ciclista e para a equipa.

Bora-Hansgrohe: Como equipa funcionou bem, mas não conseguiu selar um resultado de nota. Rafal Majka não veio à Vuelta para a vencer, mas foi activo na procura por uma etapa, deixando para Emanuel Buchmann a responsabilidade da geral. Com 25 anos, o alemão demonstrou que pode vir a ser uma aposta, mas terá de ser mais regular. Foi perdendo fôlego com o aproximar do fim e falhou o top dez, onde esteve bastante tempo. E depois há Peter Sagan. O que dizer de um ciclista que faz quatro segundos lugares e dois terceiros? Às vezes simplesmente não dá e a desejada última vitória com a camisola do arco-íris não foi alcançada. Aquela queda no Tour, ainda não o deixou recuperar por completo a forma e talvez já nem seja preciso fazê-lo este ano, já que os Mundiais não são para ele. Foi uma Vuelta dos "quase" para a equipa. Merecia um pouco mais.

(Fotografia: © PhotoGomezSport/La Vuelta)
Astana: Atacante, agressiva, sempre a acreditar que só se tentar é que se poderá alcançar o sucesso. É esta a mentalidade e, por isso, Miguel Ángel López encaixa na perfeição nesta estrutura. Dois terceiros lugares este ano em grandes voltas, ainda que Alexander Vinokourov não esconda que faltou a etapa na Vuelta. Mas foi uma boa corrida da equipa cazaque e do seu líder, que tem de melhorar no contra-relógio se quiser de facto ganhar uma grande volta. O director pode ter ficado furioso por Fabio Aru ter deixado a equipa no final de 2017 e não ter um substituto para o italiano. O que fica de 2018, do Giro e da Vuelta, é que a Astana tem o seu novo líder. Contratou os irmãos Izagirre para a próxima temporada, mas o futuro é López. Está aí um grande ciclista, de quem muito se espera. Estes pódios são só o início.

EF Education First-Drapac p/b Cannondale: Esperava-se um pouco mais de Rigoberto Urán, um dos muitos que chegou a Espanha depois do Tour ter corrido mal (abandonou após a etapa de Roubaix, devido a uma queda). Foi sétimo, a 6:07 minutos, o que é sempre positivo, mas o que a equipa americana mais agradece são as vitórias de Simon Clarke e Michael Woods. São agora seis os triunfos em 2018. Muito pouco, mas duas vitórias numa grande volta têm sempre peso e a formação bem precisava delas. Por isso, sai de Espanha com razões para celebrar, ainda que não muito dado o ano muito aquém do desejado.


(Fotografia: © PhotoGomezSport/La Vuelta)
Mitchelton-Scott: Venceu a Vuelta, foi inteligente na forma como controlou a corrida e como forçou a Movistar a desgastar-se em controlar algumas etapas. Não foi só Simon Yates que aprendeu a lição do Giro, foi toda a equipa. Jack Haig é um gregário que está entre os melhores da actualidade e pela primeira vez, a dupla Yates funcionou numa grande volta, com Adam a estar desaparecido durante duas semanas, para aparecer na terceira em grande forma. Foi um longo caminho de uma equipa que ao ser criada começou por apostar em clássicas e sprints, mas que pegou nuns jovens gémeos e formou-os, indo aos poucos construindo uma estrutura para as grandes voltas. Aí está a primeira vitória, que o director Matt White considerou ser um alívio. A Mitchelton-Scott vai continuar a sua transformação para as três semanas, ainda mais agora que tem de facto um ciclista capaz de ganhar um corrida destas, Simon, e outro, Adam, que pode seguir o mesmo caminho. A fasquia fica agora mais alta.

(Fotografia: © PhotoGomezSport/La Vuelta)
Dimension Data: Que alívio foi para a equipa sul-africana esta Vuelta. Duas etapas ganhas por Ben King ajudaram a dar algum alento a uma formação com apenas sete vitórias. E há mais de um ano que não ganhava no World Tour. King salvou a Dimension Data de mais uma grande volta para esquecer, pois Louis Meintjes falhou novamente, tal como no Giro. Este regresso às origens não correu bem para o sul-africano. No final, um momento emotivo. No sábado ao finício da noite, Igor Antón anunciou que iria terminar a carreira quando cortasse a meta em Madrid. O espanhol, de 35 anos, venceu quatro etapas na Vuelta e uma no Giro, no total de 14 vitórias como profissional (a última foi em 2015, na Volta às Astúrias). Tal como Alberto Contador há um ano, Antón teve direito a uma ovação pelas ruas da capital, no adeus a um ciclista que foi um dos principais da Euskaltel-Euskadi, passou depois pela Movistar, antes de assinar pela Dimension Data.

AG2R: As equipas francesas estiveram em grande em Espanha. A AG2R não conseguiu liderar a Vuelta como a Groupama-FDJ e a Cofidis, mas alcançou duas vitórias de etapa por intermédio de Tony Gallopin e Alexandre Geniez. No entanto, ver Gallopin cair para fora do top dez (11º) na última etapa de montanha não deixou de ser uma desilusão para a equipa e principalmente para o ciclista, que está a tentar fazer a passagem para ser um voltista que lute por lugares cimeiros da geral. Ainda assim, foi uma Vuelta positiva para a AG2R.

Sky: Vuelta falhada para a equipa que venceu quatro grandes voltas consecutivas. David de la Cruz teve a sua oportunidade, mas desde cedo mostrou que não estava à altura de lutar por uma vitória na geral. O espanhol poderá não ter outra tão cedo. Fez o Giro, mas foi dos poucos que apontou o seu pico de forma para a Vuelta e nem a vitória de etapa conseguiu. Michal Kwiatkowski andou de vermelho e até se pensou que poderia ser ele quem tentaria fazer o pleno para a Sky em 2017, depois de Chris Froome ver o Giro e Geraint Thomas o Tour. Mas a época vai longa e desgastante para o polaco, pelo que não foi uma surpresa quando quebrou. Porém, este ciclista sim, irá ter uma nova oportunidade para liderar a equipa numa grande volta. De Sérgio Henao também se esperava mais. Dos dois jovens, Tao Geoghegan Hart esteve bem, dentro do possível, já Pavel Sivakov não foi feliz e abandonou. Mas o objectivo de dar experiência a ambos foi alcançado. Era o que se pretendia. Soube a pouco esta Sky, que nem uma vitória de etapa, nem um top dez conseguiu. Coisa rara.

Euskadi-Murias: Gerou alguma desconfiança, pois estava longe de ter o melhor dos plantéis, tal como a Burgos-BH, mas a equipa basca foi, depois da Cofidis, a melhor entre as do segundo escalão. Pedia-se que se mostrasse, que lutasse, que estivesse em fugas, que fosse activa. Assim foi. Os seus corredores mostraram agressividade e não estavam a passar despercebidos até que Óscar Rodríguez conseguiu o impensável. Conquistou La Camperona, uma das subidas mais difíceis. A equipa teve uma cobertura mediática imensa devido à vitória e o País Basco volta a sonhar com uma estrutura de referência, com a Euskaltel-Euskadi ainda na memória de todos. Com uma etapa ganha, a Vuelta estava mais do que feita para uma equipa como esta, mas a Euskadi-Murias nunca baixou os braços até ao fim. Boa atitude de quem vai continuar neste escalão e já começa a pensar mais alto.

Lotto-Jumbo: Steven Kruikswijk poderia ter ficado numa situação delicada na equipa. Com Primoz Roglic a afirmar-se e com George Bennett a ameaçar fazer o mesmo, o holandês bem precisava de uma boa temporada. Quinto no Tour e quarto na Vuelta. Excelente. Porém, sai de Espanha desiludido, pois sente que deixou escapar o pódio, outra vez, tal como em 2016 no Giro, onde até esteve perto de ganhar. Faltou-lhe consistência na montanha, já que no contra-relógio esteve muito bem. Mas é um bom resultado para o holandês. Já Bennett desiludiu e se no Giro esteve menos mal, na Vuelta esperava bem mais. A equipa, no seu todo, deu mais uma demonstração como está a tornar-se numa de respeito, com destaque para um Sep Kuss, que aos 24 anos deixou uma excelente imagem de como trabalhar para o líder, na sua estreia numa grande volta.

Groupama-FDJ: Com tantos ciclistas a tentarem redimir-se na Vuelta de uma temporada menos conseguida, por terem ficado aquém no Giro ou no Tour, Thibaut Pinot foi dos que alcançou essa redenção. Duas vitórias de etapa - e entrou assim para a lista dos que venceram nas três grandes voltas - e depois de ter perdido tempo ao ficar cortado num abanico, acabou por conseguir reentrar no top dez e até foi subindo, com o sexto lugar a 5:57, a ser mais do que a certa altura pensou-se ser possível. Mas antes de Pinot ser a estrela, foi Rudy Molard o grande destaque. Quatro dias de camisola vermelha, alcançando algo que não tem sido comum nesta equipa: a liderança numa prova de três semanas. Vuelta para recordar de uma estrutura que para o ano irá apostar novamente tudo (ou quase) no Tour. Em casa, portanto.

Sunweb: A equipa foi cuidadosa com as expectativas criadas em redor de Wilco Kelderman. Há um ano esteve na luta pelo pódio, mas desta feita, uma queda pouco antes do Tour, tirou-o dessa corrida e o holandês não conseguiu recuperar até a uma forma ideal para repetir ou fazer melhor em Espanha. Ainda assim, num último fôlego nas derradeiras montanhas, Kelderman conseguiu fechar o top dez, a 11:11 de Yates. Perante a equipa presente e com o seu líder a não estar a 100%, não se poderia pedir muito mais a uma Sunweb que jogou forte no Giro e Tour e ainda não tem estrutura para estar em grande nas três grandes voltas. Mas para lá caminha.

Caja Rural: Apostou nas fugas, Lluís Mas foi um ciclista muito activo, mas a Caja Rural já teve Vueltas bem mais conseguidas. Os seus corredores costumam ser mais agressivos na procura por vitórias, que podem não conseguir, mas são normalmente mais ameaçadores. Esperava-se um pouco mais, pelo menos sendo um pouco mais competitiva. Foi uma pena Joaquim Silva ter ficado de fora das escolhas, depois de na Volta a Portugal ter sofrido com o calor, abandonando logo na primeira etapa em linha. Rafael Reis não foi escolhido para repetir a presença de 2017. Com mais duas equipas espanholas agora como Profissionais Continentais, a Caja Rural já tem termos de comparação e perdeu claramente para a Euskadi-Murias.


BMC: Foi um adeus positivo deste patrocinador às grandes voltas no que diz respeito às vitórias de etapas. Rohan Dennis venceu os dois contra-relógios - cuidado com o australiano para os Mundiais - e vestiu a camisola vermelha por um dia. Alessandro de Marchi conquistou também ele uma etapa. Porém, fica uma desilusão: Richie Porte. O ciclista bem avisou que não estava em condições físicas de lutar pela Vuelta depois da queda no Tour e não ajudou ter começado a corrida a recuperar de uma gastroenterite. Ainda assim, Porte poderia ter tentado um pouco mais do que uma fuga numa etapa plana! Ainda se viu uma ou outra vez, mas nada de nota. A equipa virou-se para Nicholas Roche, mas este é um ciclista que se vê o seu melhor quando faz de gregário e é por isso que irá apoiar Tom Dumoulin na Sunweb em 2019. Quanto a Richie Porte, pensar apenas nos Mundiais ficou-lhe mal, tendo em conta que caso vença, nem é pela equipa que agora representa - que terá um novo patrocinador, a CCC - que irá vestir a camisola do arco-íris. Tentar seriamente uma etapa ter-lhe-ia ficado bem, a exemplo do que fez Vincenzo Nibali.

Trek-Segafredo: Valeu Bauke Mollema. Numa altura em que já se vai falando da chegada de Richie Porte em 2019, o holandês pode não ter conseguido estar na luta pela geral, mas talvez tenha encontrado a melhor função para o futuro próximo, se não quiser ficar como gregário. Foi um dos melhores animadores desta Vuelta e por isso ganhou a distinção de mais combativo (bateu os espanhóis, o que não foi fácil, tendo em conta as votações durante as etapas). Foi duas vezes segundo em tiradas e foi segundo na classificação da montanha. Não ganhou, mas foi muito bom vê-lo ao ataque, à procura de um resultado. Porém, no geral, ficou novamente bem claro que esta Trek-Segafredo precisa de uma renovação, que já está a ser preparada para o próximo ano.

Quick-Step Floors: Quatro vitórias de etapas, três por Elia Viviani e uma por Enric Mas, segundo lugar na geral com o jovem ciclista espanhol. Mais uma excelente grande volta para a equipa belga, que não só saiu com os triunfos que sempre aposta, como teve o enorme bónus de ver Mas afirmar-se a este nível e logo com um pódio. Cinco triunfos no Giro, mais quatro no Tour, são 67 no total, com uma ajuda de Julian Alaphilippe que venceu a Volta à Grã-Bretanha e hoje à Eslováquia, enquanto decorreu a Vuelta. Que temporada impressionante!

(Fotografia: © PhotoGomezSport/La Vuelta)
Lotto Soudal: Cumpriu quase todas as expectativas. Ganhou uma etapa por Jelle Wallays, teve Thomas de Gendt como um dos animadores da Vuelta, tornando-se no primeiro belga a vencer a classificação da montanha na grande volta espanhola. Só Tiesj Benoot acabou por ser uma pequena desilusão. O belga não escondeu que não estava completamente recuperado da queda no Tour, mas queria pelo menos lutar por uma etapa. Quase que deu para esquecer que estava na corrida. Ainda assim, foi uma Vuelta positiva para a Lotto Soudal.

UAE Team Emirates: Fabio Aru falhou outra vez. Um ano para esquecer do italiano no primeiro em que representa esta equipa. Esteve mal no Giro, não esteve muito melhor na Vuelta, que pelo menos acabou. A frustração foi tal que ao sofrer uma queda devido a um problema na corrente, teve uma reacção tão agressiva que, mais tarde, acabou a pedir desculpa. Aru foi 23º, a 1:03:07 horas. Daniel Martin abandonou após o primeiro dia de descanso para juntar-se à mulher que estava em final de gravidez e fez falta a uma equipa que teve Sven Erik Bystrom a ficar perto de um triunfo que teria ajudado a amenizar mais uma desilusão com o líder Aru. Rui Costa ficou de fora das opções, o que não deixou de se estranho ao saber-se que Martin afinal poderia ir embora a qualquer momento.

Cofidis: A época foi conturbada com a relação fria entre Nacer Bouhanni e o novo director, Cédric Vasseur. O sprinter ficou de fora do Tour, mas na Vuelta picou o ponto com uma vitória de etapa, quebrando um jejum de quatro anos em corridas de três semanas. Luis Ángel Maté andou com a camisola da montanha boa parte da corrida - da segunda à 16ª etapa -, mas a alta montanha não é para ele e acabou por perder a classificação para Thomas de Gendt. Jesús Herrada foi líder durante dois dias, no ponto alto da Cofidis em Espanha. Excelente corrida da equipa que tinha desiludido no Tour, mas que na Vuelta foi uma das formações em destaque.

Katusha-Alpecin: Ilnur Zakarin deve sentir que é perseguido por azares. Mais uma vez, uma queda arruinou a corrida do russo, que acabou por tentar lutar por etapas, mas, apesar de entrar em fugas, nunca esteve perto de conseguir uma vitória. Mais uma grande volta que ficou muito aquém do desejado pela equipa liderada por José Azevedo. A figura foi mesmo Tiago Machado (79º, a 2:48:38 horas). Com Zakarin fora da disputa pela geral, o português recebeu luz verde para procurar um triunfo. Bem tentou ao entrar em fugas e merecia ter recebido pelo menos um prémio de mais combativo, mas a votação foi quase sempre a favor dos espanhóis. Boa corrida de Machado, numa altura em que ainda não se conhece o futuro do ciclista português. José Gonçalves abandonou na 13ª etapa, ele que esteve longe da forma do Giro, onde foi também a figura da equipa.

Burgos-BH: Apostou nas fugas e na experiência de José Mendes e Jetse Bol, contratado em Agosto à Manzana Postobón para reforçar a Burgos-BH a pensar na Vuelta. O português esteve mais activo do que o holandês, mas em geral a equipa mostrou que precisa de crescer para ambicionar ser algo mais do que uma camisola a mostrar, mas que desaparece quando as decisões das etapas se aproximam. Mendes teve uma temporada complicada, devido a uma queda na Clássica da Arrábida que o deixou fora de competição durante algum tempo. A época acabou por se centrar muito na Vuelta, mas também não foi feliz, com alguns azares pelo caminho, mas foi o melhor da equipa na geral: 83º, a 2:57:10 horas de Simon Yates. A queda grave de Jordi Simón, continua internado no hospital, acabou por marcar a corrida de uma das equipas espanholas que este ano subiu a Profissional Continental.

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