(Fotografia: Giro d'Italia) |
Regressando ao que aconteceu em Richmond, como recordou Dumoulin ao Het Nieuwsblad, o trio referido de favoritos ficou a mais de um minuto de Vasil Kiryienka. O italiano Adriano Malori e o francês Jérome Coppel fecharam o pódio, com Dumoulin, Dennis e Tony Martin a fazerem quinto, sexto e sétimo, respectivamente. Dumoulin já confirmou entretanto o seu estatuto de melhor de mundo. Falta a Dennis responder e o australiano tem apontado grande parte da sua temporada a esta quarta-feira. Se na Volta a Itália ainda tentou o melhor resultado na geral, já na Vuelta foi lá ganhar os contra-relógios, para depois abandonar e pensar só em Innsbruck.
(Fotografia: © PhotoGomezSport/La Vuelta) |
Interessa é quem está, mas é inevitável falar das ausências do segundo e terceiro de 2017, Primoz Roglic e Chris Froome, além de Geraint Thomas. Por isso mesmo, é mais do que justo colocar-se desde já Nelson Oliveira, quarto classificado em Bergen e sétimo em Ponferrada (2014) entre os favoritos da lista que se segue a Dumoulin e Dennis. O Paris-Roubaix voltou a estragar-lhe parte da temporada (sofreu uma queda) e ficou mesmo de fora do Tour, para sua desilusão. Mas apareceu muito bem na Vuelta, foi quarto no primeiro contra-relógio e sétimo no segundo, tendo realizado um excelente trabalho para os seus líderes da Movistar. Aos 29 anos já não há dúvidas que é um dos melhores especialistas da actualidade e uma medalha ficaria muito bem ao tetracampeão nacional.
"O percurso é muito exigente, especialmente a segunda parte. A subida tem três quilómetros muito duros e será decisiva, tal como a fase a seguir. Será necessário regular muito bem o esforço. No meu caso, não posso dar tudo na fase inicial para me sentir com força na parte final, porque é aí que posso ganhar aos rivais com mais peso", afirmou Nelson Oliveira, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo. Naturalmente que a ambição é melhorar o quarto lugar de Bergen2017, mas o ciclista aponta no mínimo a um top 10.
Nelson Oliveira sairá às 14:29 para os 52,5 quilómetros. "As sensações foram muito boas no contra-relógio por equipas, não senti o cansaço da Vuelta, o que é bom. Espero que amanhã esteja na mesma condição ou ainda melhor do que no domingo", salientou, recordando como esteve com a Movistar na abertura dos Mundiais, ajudando a equipa espanhola a ficar no sexto lugar.
Outros nomes que se podem intrometer entre o esperado embate Dumoulin vs Dennis. Stefan Küng é a grande esperança suíça de fazer regressar um título que Fabian Cancellara conquistou pela última vez em 2010. O espanhol Jonathan Castroviejo, o bicampeão europeu belga Victor Campenaerts, o dinamarquês Soren Kragh Andersen, o britânico Alex Dowsett (ainda que esteja muito abaixo do nível de outrora), o luxemburguês Bob Jungels e, claro, o tetracampeão mundial Tony Martin, são ciclistas que podem muito bem intrometer-se entre os dois favoritos. O alemão tem estado longe do seu melhor e começa a dar sinais de estar na fase descendente na sua carreira. Mas se há local em que pode mostrar o contrário e é onde sempre muito gostou de competir, esse local são os Mundiais.
Há mais um nome a acrescentar a esta lista: Michal Kwiatkowski. É um bom contra-relogista e a tentação é colocá-lo entre os possíveis outsiders, contudo, o polaco está focado na corrida de fundo de domingo, na qual procurará o seu segundo título. Mas é sempre um ciclista a ter em conta. Não sabe correr para apenas para mostrar a camisola.
A oportunidade de Domingos Gonçalves
(Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo) |
"Trabalhei bem para esta prova, tanto ao nível do treino como do descanso. O contra-relógio tem uma longa fase totalmente plana, na qual não podemos gastar toda a energia, porque a fase final, com a subida longa e o terreno mais ondulado, será muito importante. O segredo vai ser dosear o esforço, especialmente no meu caso, pois nunca fiz um contra-relógio tão longo como este", afirmou o ciclista da Rádio Popular-Boavista e que partirá para a sua prova às 13:43.
Os últimos a sair para a estrada serão Rohan Dennis, às 14:38:30 e Tom Dumoulin, às 14:40. O ponto que poderá decidir o título será a subida de cinco quilómetros, com 7,1% de inclinação média e 14% de pendente máxima, estando as rampas mais difíceis nos primeiros três quilómetros.
Esta terça-feira foram atribuídos mais dois títulos mundiais. Na elite feminina, a Holanda dominou a corrida de 27,8 quilómetros. Annemiek van Vleuten sagrou-se bicampeã mundial com 34:25 minutos. Isto significou que Anna van der Breggen foi segunda pela terceira vez, ao ficar a 30 segundos. As duas estiveram num nível muito acima das restantes ciclistas, com Ellen van Dijk a completar o pódio laranja. A campeã mundial de 2013 ficou a 1:25 minutos (classificações completas neste link).
Antes, o contra-relógio juniores teve uma exibição avassaladora de Remco Evenepoel (18 anos). Trocou o futebol pelo ciclismo e já lhe chamam o novo Merckx (uma tendência a acontecer na Bélgica sempre que aparece um ciclista promissor). Evenepoel tem contrato com a Quick-Step Floors para 2019 e 2020 e irá como campeão mundial de contra-relógio da sua categoria. O australiano Luke Plapp ficou a 1:24 minutos e o italiano Andrea Piccolo a 1:38 (classificações completas aqui). Quanto aos portugueses, Guilherme Mota foi 29º, a 3:42, e Afonso Silva 48º, 4:46.
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