20 de setembro de 2018

Bora-Hansgrohe não quer esperar. Já negoceia a renovação de Peter Sagan

(Fotografia: © Bettiniphoto/Bora-Hansgrohe)
Peter Sagan é um fenómeno de popularidade. Em competição e fora dela. Tê-lo na equipa vai muito além de ganhar corridas. A importância a nível de marketing fazem do eslovaco um dos ciclistas mais bem pagos do pelotão internacional, de tal forma que ninguém, a equipa, os patrocinadores, os directores desportivos o querem perder. Com o contrato a terminar no final de 2019, a Bora-Hansgrohe não quer esperar pelo próximo ano para tratar de garantir a continuidade da sua mais valia. As negociações já começaram de forma a garantir que não surjam surpresas.

"Ele é o campeão com o maior carisma no ciclismo", salientou o director da Bora-Hansgrohe, Ralph Denk, à agência de notícias Belga, citado pelo Velonews. Entre ordenado e contratos publicitários, estima-se que Sagan possa ganhar qualquer coisa como seis milhões de euros por ano. Parte desse valor até poderá estar a ser suportado pela marca Specialized, que quando a Tinkoff fechou portas, aliou-se à então Bora-Argon 18, que ia subir ao escalão World Tour, e tudo foi feito para contratar Sagan. A Argon 18, concorrente da Specialized, aliou-se à Astana, chegando à estrutura da Bora a Hansgrohe.

Apesar de outras boas contratações, como Rafal Majka, Sagan foi aquele que não podia escapar quando a equipa subiu de escalão. Tem tudo o que quer na equipa e retribuiu com grandes vitórias, com destaque para o Paris-Roubaix. Desportivamente não há dúvidas que compensa todos os tostões nele investido, mas é o que rende além competição que reforça o interesse em não deixar sair Sagan.

Tudo o que faz, a sua forma de ser, os cavalinhos, os malabarismo, os festejos... Sagan está sempre a ser falado, a ser visto, a ser partilhado nas redes sociais... Até a fase em que não se depilou tornou-se motivo para gravar vídeos e tirar fotografias! Isto significa que o nome Bora-Hansgrohe está em todo o lado, assim como a Specialized dificilmente poderia ter melhor "padrinho". Se no ciclismo a compra de equipamentos não tem o peso do futebol, por exemplo, as camisolas de campeão do mundo com o nome da equipa alemã tornaram-se muito populares e é o que faz ter o tricampeão, ainda que dois dos títulos tenham sido conquistados quando estava na Tinkoff. 
Depois há as gomas, os óculos, os ténis, os potenciómetros... Sagan é a imagem de muitas marcas.

"Nós e os nossos patrocinadores, claro, queremos manter o Peter. Estamos em negociações, sem prazo limite. Temos tempo", salientou Ralph Denk, que referiu como "o dinheiro não é decisivo". "Para o Peter, o dinheiro não é a primeira coisa que considera", disse.

Sagan vai publicar um livro
As renovações são normalmente programadas para a altura da Volta a França, em Julho, mas não é anormal algumas equipas tentarem antecipar-se a qualquer proposta que possa tentar um ciclista demasiado importante, como é Peter Sagan. A relação Sagan/Bora-Hansgrohe tem tido alguns altos e baixos, mas a equipa vai reforçando o bloco que ajuda o eslovaco e seria estranho, além de ser necessário uma proposta de outra formação absolutamente fenomenal, para que Sagan deixasse a estrutura alemã.

Mas no ciclismo tudo é possível. Tudo menos, talvez, Sagan sagrar-se tetracampeão mundial no dia 30. Com 4760 metros de acumulado à espera dos corredores em Innsbruck, apesar do eslovaco ter alterado um pouco a sua temporada, apostado mais em estágios em altitude, Sagan admite que está perante uma missão a roçar o impossível. Porém, "com o Peter nunca se sabe", afirmou Ralph Denk.

Aos 28 anos, a vida de Sagan até já poderá dar um filme, ou, para começar, um livro. Daqui a duas semanas vai ser publicado "My World" ("O Meu Mundo"), com Sagan a surgir como o próprio autor. Já se pode reservar o livro na Amazon, neste link.

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