11 de maio de 2017

Selfie sticks estão a tornar-se um problema para o pelotão

(Fotografia: Giro d'Italia)
Com tantas questões em que é necessário promover mudanças em prol da seguranças dos ciclistas, esta Volta a Itália está a deixar claro como os atletas têm uma nova preocupação e de difícil resolução: os selfie sticks. Não é algo novo, mas com as estreitas estradas na Sicília a serem perigosas por si só, com o elevado número de público a fazer com que muitas pessoas "invadissem" a estrada para tentar ver melhor ou tirar fotografias, o risco ficou ainda maior pois o fenómeno das selfies no ciclismo tem sido tirar uma quando o pelotão vai a passar, ou então fazer um vídeo em que se aparece com os ciclistas ao lado, por vezes a grande velocidade. Ou seja, viram as costas aos corredores, o que tem provocado uns valentes sustos, mas também já causou choques e inclusivamente quedas.

A mais recente vítima foi Kristian Sbaragli. Apesar da corrida ter entrado no continente, a procura pelas selfies durante a corrida continuaram e o italiano da Dimension Data escreveu - e juntou uma fotografia - no Twitter que foi atingido por uma pessoa que estava a fazer uma selfie. "Não sei como não cai. Por favor respeitem-nos, isto não é um jogo de computador", lê-se na mensagem (ver em baixo).

Pior aconteceu a Rory Sutherland. O ciclista da Movistar apareceu nas imagens de ontem na televisão fora da bicicleta e um pouco abalado. Agora sabe-se que caiu devido aos adeptos que estavam na estrada. "Os selfie sticks são a nova moda, as pessoas querem tirar fotografias com os ciclistas. A beleza do ciclismo é que podem aproximar-se dos atletas, mas é demasiado quando estão a tocar-lhes", alerta o australiano. Na etapa de hoje, foi o colega Andrey Amador que apanhou um susto, não por um selfie stick, mas porque uma criança estava com os pés na estrada. Felizmente Amador conseguiu desviar-se, mas ao fazê-lo foi por pouco que não provocou uma queda no pelotão.

Franco Pellizotti (Bahrain-Merida) tem muitos anos de ciclismo e já viu um pouco de tudo. O italiano deixa o alerta do perigo que é virar as costas ao pelotão para tirar fotografias. "Não é a primeira vez que vemos os fãs com os selfie sticks e de costas voltadas para o pelotão. Isso é perigoso. Se nos vêem chegar desviam-se, mas de costas voltadas, não nos vêem. Têm de estar atentos", avisa Pellizotti.

Nas redes sociais é possível encontrar algumas dessas fotografias e uns vídeos que até arrepiam dada a proximidade com que os ciclistas acabam por passar das pessoas que naquele momento nem se apercebem do perigo em que estão e que estão a provocar aos corredores.

Como se resolve este problema? Civismo e responsabilidade, é tudo o que os ciclistas podem esperar e pedir que os adeptos tenham.

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