30 de maio de 2017

Hammer Series: a receita perfeita para não se começar a falar já no Tour

(Fotografia: Facebook Hammer Series)
Começa a revolução no ciclismo. Ou pelo menos é isso que os organizadores pretendem fazer. A Hammer Series foi recebida com desconfiança, mas durou pouco, com os ciclistas e algumas das principais equipas a agendarem a sua presença numa competição que quebra com o habitual na modalidade. Aqui interessa unicamente a força do conjunto. O esforço individual de pouco serve se a equipa não funcionar. Portanto, é fácil perceber o objectivo da Hammer Series: descobrir a melhor equipa. A nível colectivo há actualmente o contra-relógio e as classificações próprias, claro, nas corridas por etapas. Mas agora tudo vai mudar. A partir de agora haverá um confronto directo.

A primeira Hammer Series será em Limburg, na Holanda. De sexta-feira a domingo haverá espectáculo para ver. A organização pretende que a experiência seja diferente para os ciclistas e para quem assiste, pelo que as três provas que se realizam nestes dias serão disputadas num circuito. As regras determinam que devem ter entre sete e dez quilómetros para que se possa ver os corredores passarem várias vezes.

No primeiro dia será o Hammer Sprint. O nome não engana, serão 10 voltas, com pontos a serem atribuídos no final de cada uma e a dobrar na terceira, sétima e na meta. O Hammer Climb, no sábado, segue a mesma lógica, mas o circuito a terminar numa subida. Nestes dois dias serão também atribuídos bónus de tempo. Os pontos servirão para determinar a classificação para o terceiro dia, o Hammer Chase. É um contra-relógio colectivo de 50 quilómetros, mas com umas diferenças do habitual. As equipas partem segundo a classificação real, ou seja, a primeira classificada será a primeira a arrancar e assim sucessivamente. A segunda partirá 30 segundos depois, a terceira 20 e as restantes de 15 em 15. Serão ainda acrescentados nestas diferenças os segundos ganhos nos dois dias anteriores. Ganha a primeira equipa a cortar a meta. Sim, é uma prova de perseguição, não importa fazer o melhor tempo, é necessário chegar primeiro.

As equipas podem inscrever sete ciclistas, sendo que apenas cinco serão utilizados em cada dia, com as classificações a fecharem quando o quarto elemento corta a meta. Quando a competição foi apresentada no final de Fevereiro, foi anunciado que cada corrida contaria com 18 equipas, 12 do World Tour. Na competição de Limburg estão, para já, 16 inscritas. E elas são: a Quick-Step Floors, Lotto Soudal, Sky, Movistar, BMC, Cannondale-Drapac, Bahrain-Merida, Lotto-Jumbo, Orica-Scott, Sunweb, Trek-Segafredo e UAE Team Emirates (do World Tour), Nippo-Vini Fantini, Caja Rural, Roompot e Israel Cycling Academy (do escalão Profissional Continental).

E desengane-se quem pensou que as equipas iriam aproveitar para dar experiência a ciclistas menos utilizados, mais jovens... Não. Logo à cabeça está Tom Dumoulin, o vencedor da Volta a Itália. Mas na lista aparece ainda André Greipel, Fernando Gaviria, Dylan Groenewegen, Philippe Gilbert, Sep Vanmarcke, Ian Boswell, Elia Viviani, Alex Dowsett e Jasper Stuyven, por exemplo. Também teremos portugueses: Nuno Bico (Movistar) e Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo). Pode ver aqui a lista de inscritos.

A Hammer Series também quer se destacar pela tecnologia. Através do site da Velon ou das aplicações para Android e IOS será possível seguir os ciclistas, assim como os seus dados, como potência e cadência. Também haverão câmaras instaladas nas bicicletas para que se tenha acesso a perspectivas de como é estar dentro da corrida.

No local, a Hammer Series quer ser uma experiência diferente também para o público, sendo que um autêntico festival de ciclismo irá rodear o evento.

A Hammer Series quer crescer e já tem um local para 2018. A Noruega - Stavanger, mais precisamente - garantiu a organização para o próximo ano. A ideia é juntar a Volta aos Fiordes à Hammer Series. Até vão cortar um dos cinco dias à corrida que tem chamado algumas equipas do World Tour - três este ano -, mas assim os organizadores esperam conseguir melhorar substancialmente o elenco. Ou seja, as equipas que forem à Hammer Series, pode ser que também aproveitem para estar na Volta aos Fiordes.

Não há transmissão televisiva prevista, neste momento, para Portugal. No entanto, no Facebook da competição está colocado um vídeo com a mensagem que haverá uma transmissão através daquela página. Esta corrida na Holanda terá o nome oficial de Hammer Sportzone Limburg e tem a receita perfeita para não se falar já na Volta a França. Pelo menos até domingo, quando começar o Critérium du Dauphiné. Entretanto, veja o que alguns ciclistas, como Dumoulin e Dowsett, entre outros, pensam da Hammer Series.



Sem comentários:

Enviar um comentário