16 de maio de 2017

Skujins mal conseguia manter-se de pé mas continuou na corrida até o obrigarem a parar

Skujins em mau estado, mas sorridente
(Fotografia: Twitter Tom Skujins)
"Nunca vou sugerir em entrar numa luta com o asfalto porque irás perder." Toms Skujins já recuperou a boa disposição, mas na etapa desta segunda-feira na Volta à Califórnia não havia razões para sorrir, mas sim para estar bastante preocupado. Talvez não tanto ele que depois de uma aparatosa queda só pensou em regressar à corrida apesar de mal conseguir manter-se de pé. A equipa e certamente a família terão ficado preocupados com a saúde do ciclista. 

As imagens são impressionantes. Skujins caiu desamparado. Tentou levantar-se, mas estava claramente desorientado. Tentou voltar à bicicleta, mas caiu novamente. Não desistiu e quase foi atropelado pelos ciclistas que estavam a descer a grande velocidade quando, pelo que parece, estava a tentar recuperar o seu Garmin. O instinto de qualquer ciclista é quase sempre tentar seguir caminho e depois de tanto trabalhar para acabar a etapa como líder da montanha, o homem da Cannondale-Drapac tinha essa motivação e mesmo haveria de conseguir regressar à corrida.

Entretanto, nas redes sociais muitos questionavam porque razão Skujins ainda estava em prova. O director da equipa, Jonathan Vaughters, estava no autocarro, enquanto o carro de apoio estava ainda afastado do ciclista, visto que a fuga não tinha um minuto de vantagem e na descida o pelotão ficou muito estendido pela estrada. Vaughters escrevia no Twitter que estava com pouca rede e que não tinha acesso às imagens, mas lá conseguiu falar com quem estava no carro. Passado alguns minutos, Toms Skujins foi obrigado a parar. Não ficou satisfeito, mas as suspeitas de uma concussão cerebral eram demasiado fortes e foi necessário proteger a saúde do ciclista.



"Instintivamente o Toms continuou a pedalar, mas era claro que ele não poderia continuar. Foi um rude golpe para a equipa e para a ambição pessoal dele, contudo, foi uma queda feia e a competição pode ficar para segundo plano enquanto ele recupera", salientou o director desportivo da Cannondale-Drapac, Tom Southam.

O susto foi grande, mas o ciclista letão de 25 anos já está a recuperar da concussão, mas tem ainda uma clavícula partida e a pele muito queimada pelo contacto com o alcatrão. "Estou a sentir-me bem. Estou muito chateado, claro", disse Skujins que não sabe quando voltará aos treinos. O ciclista explicou ainda que nos próximos tempos não poderá responder às muitas mensagens que tem recebido, pois devido à concussão não deve olhar para ecrãs de forma a não prejudicar a recuperação.

Este incidente é um exemplo tanto da tenacidade de um ciclista e da importância de alguém que tem de ser objectivo e célere em tomar decisões que defendam a saúde de um atleta, por mais vontade que este tenha em continuar na corrida.

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