3 de maio de 2017

Giro. Candidatos: Quintana, Nibali e Thomas

Nairo Quintana (27 anos, Colômbia, Movistar)

O favorito dos favoritos. Apesar do grupo muito interessante de ciclistas que estará este ano na Volta a Itália, sem Chris Froome não há volta a dar: é em Quintana em quem mais se aposta. O colombiano está a começar a construir um currículo que pode muito bem colocá-lo como um dos melhores do ciclismo quando um dia (espera-se que longínquo) termine a carreira. Quintana chega ao Giro com a ambição de ganhar. O director desportivo da Movistar, Eusebio Unzué, foi tentando passar a mensagem que a Volta a França é que será o objectivo principal e Quintana até adoptou inicialmente o mesmo discurso.

Agora já não tenta esconder o jogo: quer o Giro e quer o Tour e assim tornar-se no primeiro a fazer a dobradinha desde Marco Pantani, em 1998. Terá uma equipa forte em seu redor, não contando com Valverde que o ajudará no Tour, antes dele próprio atacar a Vuelta. Mas ainda assim, esta Movistar dá algumas garantias de sucesso a um ciclista que já demonstrou estar numa boa forma e ainda com espaço para evoluir durante o Giro.

São cinco vitórias em 2017, mas Quintana apresenta muito mais do que simplesmente números. Apresenta a sua forma de encarar as corridas - depois do Tour voltou ao seu estilo mais atacante e não tanto na expectativa -, a sua qualidade de trepador nato, a sua inteligência táctica e aquele ritmo avassalador que tem a capacidade de impor em subidas.

Este Giro assenta quase na perfeição a Quintana. Só terá de se defender bem nos contra-relógios. Espera-se muito espectáculo, mas seria uma grande surpresa se Quintana não estivesse na luta pela vitória e é claramente o alvo dos restantes ciclistas, que sabem que quando este pequeno colombiano está em forma, é uma dor de cabeça batê-lo.

Vincenzo Nibali (32 anos, Itália, Bahrain-Merida)

Sem Fabio Aru, os italianos centram as suas atenções em Nibali. Porém, o siciliano não fez um início de temporada nada convincente e aquela vitória na Volta à Croácia serve mais para fazer número do que para tirar grandes conclusões, já que a concorrência era muito inferior ao nível que Nibali irá encontrar no Giro. Para aumentar ainda mais a desconfiança quanto à forma do ciclista, as declarações que um segundo ou terceiro lugar também o deixarão satisfeito, contradizem o que aconteceu em anos anteriores, nos quais sempre entrou para ganhar nas grandes voltas.

Nibali foi para a Bahrain-Merida para liderar um projecto construído em seu redor. Nem ciclista, nem equipa têm estado em grande destaque. O grande objectivo é este Giro 100, com o corredor a ter uma passagem pela sua Sicília, ilha pouco escolhida para os percursos da Volta a Itália.

Apesar de já ter conquistado as três grandes voltas, persiste alguma falta de atribuição de mérito a este ciclista, muito porque aconteceu que alguns favoritos não estavam em prova quando venceu. Nibali tenta não se deixar perturbar pelos descrentes, mas o discurso do segundo ou terceiro lugar não está ao nível da ambição que normalmente apresenta. Afinal, sendo italiano, é certamente um dos mais motivados a inscrever o seu nome como o vencedor desta edição especial.

Geraint Thomas (30 anos, Grã-Bretanha, Sky)

Aí está a oportunidade que tanto pediu e mereceu. Thomas chega à Volta a Itália como número um, apesar da Sky falar de uma liderança partilhada com Mikel Landa. Ao conquistar a Volta aos Alpes - que confirmou a sua capacidade para ganhar corridas de uma semana -, Thomas também assegurou esse estatuto frente a Landa, ainda que saiba que não pode falhar, sob pena de ver o espanhol tornar-se na opção principal, isto se Landa estiver a bom nível.

Quando Froome quis deixar de ser o braço direito de Bradley Wiggins, recompensou a confiança com vitórias. Quando Richie Porte quis deixar de ser o braço direito de Froome, não correu muito bem. Como será agora com Thomas? A grande questão é mesmo se o britânico tem capacidade para aguentar três semanas de um corrida muito montanhosa, com ciclistas mais trepadores puros como adversários.

Como gregário foi brilhante, como líder tem uma possibilidade que não pode desperdiçar, pois na Sky há mais ciclistas a quererem lutar por uma grande volta. Wout Poels já o disse publicamente, Sergio Henao ainda não, mas pelos resultados que vai apresentado, será difícil não ser escolhido em breve. É uma oportunidade para Thomas, com uma margem de erro muito reduzida. E o britânico conta com o apoio de Froome para este seu desafio, pois foi ao lado do três vezes vencedor do Tour que Thomas preparou o Giro, nos estágios de altitude que Froome tanto gosta de fazer na África do Sul.

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