15 de maio de 2017

Nairo Quintana: a admiração por Marco Pantani e a pouca simpatia por Vincenzo Nibali

Quintana deixou Nibali para trás no Blockhaus (Fotografia: Giro d'Italia)
Marco Pantani marcou uma geração. O ciclista italiano teve um final trágico, morrendo aos 34 anos devido a uma overdose, mas ainda hoje é recordado por muitos e especialmente pelas estrelas do presente no ciclismo. Vincenzo Nibali é a actual referência da modalidade em Itália. Em termos de vitórias conseguiu mais do que Pantani, mas nunca irá igualar a popularidade do "Pirata", como era conhecido. Duas gerações diferentes, dois estilos diferentes e duas opiniões diferentes por parte de Nairo Quintana.

O colombiano da Movistar esteve esta segunda-feira com os jornalistas, no dia de descanso da Volta a Itália. A conferência de imprensa aconteceu 24 horas depois da brilhante exibição no Blockhaus, onde Quintana deixou a concorrência para trás, ganhando já segundos importantes a alguns adversários. Aquele que é considerado ser o seu principal rival, Nibali, ficou a 1:10 minutos, logo após a primeira etapa de montanha em que houve ataques. É conhecido que os dois não morrem de amores um pelo outro. Alguns textos em jornais chegaram a revelar como nem sequer se cumprimentam. Nem um nem outro alimenta muito essa rivalidade fora das corridas, mas é inevitável que surjam algumas perguntas.

Mas primeiro veio a referência a Marco Pantani e a questão se as exibições do "Pirata" o inspiraram. "Vi quase todas as performances de Pantani e considero que é o melhor trepador do mundo na sua época. Motiva-se a sua forma valente de competir, de fazer coisas diferentes na bicicleta", disse o colombiano, citado pelo As. E a pergunta que se seguiu foi se tem pouca simpatia por Nibali. A resposta foi curta e seca: "Respeitamo-nos. Dás-te melhor com uns e pior com outros, nada mais.

Não contem com Quintana para criar polémicas com outros ciclistas, ele que até considerou o italiano um lutador, por aquilo que fez no Blockhaus. Mas o colombiano falou ainda de outro ciclista que acredita que poderá muito bem tirar-lhe a camisola rosa esta terça-feira. Para o líder do Giro, Dumoulin é forte no contra-relógio e fez uma "excelente subida". Quintana espera conseguir continuar de rosa, mas também não ficará desanimado se perder a liderança, pois ainda falta muito Giro, com etapas que lhe agradam muito mais para fazer maiores diferenças.

Uma das grandes curiosidades para a temporada de Quintana é o objectivo de conquistar a dobradinha Giro/Tour, que Pantani conseguiu pela última vez na história em 1998. O colombiano explicou que preparou as corridas a pensar que são apenas uma, com seis semanas de duração. "Agora estamos aqui. Depois pensaremos no Tour", salientou.

Quintana parte para o contra-relógio de 39,8 quilómetros com 28 segundos de vantagem para Thibaut Pinot (FDJ), 30 para Tom Dumoulin (Sunweb) e 51 para Bauke Mollema (Trek-Segafredo).

Sem comentários:

Enviar um comentário