11 de novembro de 2016

Lotto-Jumbo. O regresso à ribalta e com ciclistas de futuro

(Fotografia: Facebook Lotto-Jumbo)
Esteve ali tão perto uma vitória na Volta a Itália... A Lotto-Jumbo parece ter finalmente encontrado um rumo e não apenas em conseguir triunfos, pois os 19 deste ano ainda assim estão longe do sucesso de outras épocas – bem melhor com os seis em 2015 -, mas por ter novamente ciclistas de potencial e que demonstraram que estão prontos para se tornarem referências no ciclismo. E claro, aquela Volta a Itália será sempre a grande frustração da equipa holandesa. De repente teve-se de aprender a dizer e escrever Steven Kruijswijk. Não havia dúvidas quem era o mais forte no Giro, mas aquela queda na descida após ter sobrevivido a uma gélida ascensão ao Coll dell Agnello estragou tudo.

Kruijswijk só precisava de ultrapassar mais aquela etapa e dificilmente perderia a camisola rosa, mas acabou por “mergulhar” na neve. Furioso, desesperado, desiludido, ferido… o holandês nem no pódio conseguiria acabar. Mas a Lotto-Jumbo teve a certeza que tinha mais um voltista. Já na Volta a Espanha, um poste num local perigoso provocou mais uma queda a Kruijswijk, que desta vez foi logo para casa.

  • 12º lugar no ranking World Tour com 506 pontos
  • 19 vitórias (3 no World Tour – uma no Giro e outra na Vuelta)
  • Dylan Groenewegen foi o ciclista com mais vitórias: 11 (1 no World Tour, no Eneco Tour)


Apareceu Kruijswijk e confirmou-se Dylan Groenewegen. Aos 23 anos já é um sprinter que mete respeito e ninguém dúvida que não demorará a fazer frente a Kittel, Cavendish, Greipel e à restante elite do sprint. Foram 11 vitórias, mas a mais saborosa foi ter sagrado-se campeão nacional. Groenewegen exibe aquele equipamento com um orgulho notório. Depois houve Primoz Roglic, o esloveno que também apareceu no Giro. Quase venceu a primeira etapa (centésimos de segundo deram a vitória a Tom Dumoulin), mas acabaria por conquistar o contra-relógio mais longo. E ainda mais importante, Roglic (que foi quinto na Volta ao Algarve) demonstrou o quanto pode ser importante na ajuda ao líder, ou seja, a Lotto-Jumbo conseguiu este ano formar uma equipa mais coesa e que pode em 2017 render grandes vitórias.

Ficou alguma frustração nas clássicas, com Sep Vanmarcke a ficar perto, mas teve de contentar-se com o quarto lugar no Paris-Roubaix e terceiro na Volta a Flandres. E para o ano a Lotto-Jumbo não contará com o seu homem das corridas de um dia, que assinou pela Cannondale-Drapac.

Mas houve quem desiludisse por completo. Wilco Kelderman esteve muito aquém do esperado. Com o problema físico de Robert Gesink, o holandês teve a oportunidade que tanto desejava: liderar a equipa na Volta a França. Acusou a responsabilidade? Não estava bem fisicamente? O 32º lugar a 1:24 horas do vencedor Chris Froome não era o resultado que a equipa esperava. Aos 25 anos, Kelderman ainda tem muito a evoluir, mas vai fazê-lo na Sunweb-Giant.

Porém, a Lotto-Jumbo não estará a lamentar-se em demasia, pois mesmo já com 30 anos, Robert Gesink finalmente venceu uma etapa numa grande volta (Vuelta) e a equipa acredita que poderá ser este o mote para que o holandês confirme de uma vez por todas o potencial que se sabe que tem para estar entre os melhores. Em condições normais Gesink irá à Volta a França e 2017 terá de ser um ano em que confirma as eternas expectativas, para não se ver ultrapassado no estatuto de líder pelos jovens talentos que estão a surgir.

2017 teve o condão de criar elevadas expectativas não só para Gesink, mas para toda a equipa que, apesar de algumas saídas relevantes, sabe que está na altura de começar a tirar dividendos do trabalho que realizou com jovens ciclistas, que agora deram as primeiras demonstrações que estão prontos para ir à luta.



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