13 de novembro de 2016

Astana. Mesmo com a rivalidade interna a equipa venceu e preparou um futuro ambicioso

(Fotografia: Facebook Astana)
A rivalidade Vincenzo Nibali/Fabio Aru ameaçava ser o centro das atenções na Astana. Com o veterano italiano a cair para segundo nas preferências da equipa em detrimento da estrela em ascensão, restava dúvida como iria a formação gerir os dois seus principais ciclistas. Mantê-los em provas separadas parecia ser o mais sensato, mas ambos foram à Volta à França, com Aru como líder e Nibali como gregário e, surpreendentemente, a coisa não funcionou assim tão mal (comparando quando Lance Armstrong e Alberto Contador foram colegas... foi quase perfeita!). Mas há que recuar uns meses, pois o momento do ano pertence a Nibali que realizou um autêntico milagre ao vencer uma Volta a Itália que parecia irremediavelmente perdida a poucos dias do fim e acabou por se tornar numa daquelas recuperações que fica para história.

Com Nibali a cumprir, a exigência recaia em Aru no Tour. O jovem ciclista ainda tentou, mas demonstrou que ainda não está preparado para a exigência de uma Volta a França não só pelo domínio da Sky, mas também pelo nível de competitividade muito mais elevado do que nas outras duas grandes voltas (com a diferença a ser cada vez menor, é certo). Fabio Aru ficou fora do top dez (13º) e nem foi à Vuelta tentar repetir o triunfo de 2015. O ponto alto da temporada do italiano acabou por ser uma brilhante vitória na terceira etapa do Criterium du Dauphiné, numa fuga inesperada, num terreno que nem lhe era favorável. Mas aquele Aru lutador apareceu e quando o faz dá espectáculo. Talvez percebendo que Aru ainda tenha de evoluir, a Astana irá em 2017 apostar no ciclista no Giro e na Vuelta, sabendo que já não contará com Nibali que irá para a nova Bahrain-Merida, colocando um ponto final numa relação que se tornou tumultuosa nos últimos dois anos com o director desportivo Alexander Vinokourov.

  • 10º lugar no ranking World Tour com 539 pontos
  • 34 vitórias (7 no World Tour – incluindo uma etapa no Giro e a geral e a vitória na Volta à Suíça)
  • Miguel Angél López e Tanel Kangert foram os ciclistas com mais vitórias, com cinco cada um


A Astana assistiu também ao nascer do mais que provável novo voltista: Miguel Ángel Lopez. Mais um colombiano a aparecer e aos 22 nos tem um potencial “assustador”. Venceu a Volta a Suíça com autoridade e teve a sua oportunidade de liderar a equipa na Volta a Espanha, mas aí uma queda (menos uns dentes) e o melhor foi ir para casa à sexta jornada. No entanto, só para garantir que realmente podem contar com ele López venceu a clássica Milano-Torino.

O colombiano teve uma queda no início da preparação para 2017 e partiu a tíbia. Serão quatro meses de paragem e uma dor de cabeça para Alexander Vinokourov que claramente quer apostar em vencer pelo menos duas grandes voltas e ter López a disputar também etapas e corridas de um dia com algumas dificuldades, pois demonstrou que também se adapta a elas. E tudo indica que estará no Tour.

Esta Astana sempre teve um lado controverso, ainda mais com a presença de Vinokourov, um homem que não escapa à suspeita de doping, dado o seu passado como ciclista. No entanto, a equipa cazaque tem ano após ano demonstrado que contem com ela para disputar as grandes voltas, sabendo renovar as suas principais figuras, produzindo novas estrelas do ciclismo. 2016 não foi diferente.



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