6 de novembro de 2016

IAM. O anúncio de final de equipa que resultou no melhor ano da formação suíça

(Fotografia: Facebook IAM Cycling)
Em termos gerais o projecto da IAM acabou por ser um fracasso. A equipa nunca conseguiu se impor entre as grandes formações do World Tour e as poucas vitórias que ia alcançando eram de menor importância para deixar entusiasmados os patrocinadores. Apesar de financeiramente ser um projecto estável, a verdade é que sem resultados de nota foi inevitável que o fim fosse anunciado. Estávamos em plena Volta a Itália e a notícia abalava o ciclismo, pois seria a segunda equipa a abandonar o pelotão no final do ano, depois da Tinkoff ter também os dias contados. Porém, não houve tempo para lamentos. Os ciclistas reagiram quase como se fosse uma motivação e a IAM teve o seu melhor ano de sempre.

Talvez o facto de precisarem de se mostrar para garantir uma equipa para 2018 tenha ajudado a essa motivação, mas para a história ficam as 19 vitórias, incluindo uma no Giro (Roger Kluge), outra no Tour (Jarlinson Pantano - uma das revelações do ano) e duas na Vuelta (Jonas van Genechten e Mathias Frank). De notar que a IAM nunca tinha vencido numa grande volta.

  • 17º lugar no ranking World Tour com 418 pontos
  • 19 vitórias (5 no World Tour - uma no Giro, uma no Tour, duas na Vuelta)
  • Dries Devenyn foi o ciclista com mais vitórias: 5

A IAM acaba por ser um estranho caso de insucesso. Havia dinheiro, nada de balúrdios ao nível da Sky ou Katusha, mas o suficiente para dar estabilidade e contratar ciclistas de qualidade. E realmente a formação tinha bons atletas, mas sempre sofreu para formar um conjunto coeso que pudesse dar mais apoio a ciclistas como Mathias Frank e Matthias Brändle. O sprinter Matteo Pelucchi bem se pode queixar, pois normalmente estava por sua conta na discussões da etapa. O facto de ir para a Bora-Hansgrohe demonstra que potencial não lhe falta.

Não vai ser uma equipa que seja recordada no futuro, mas talvez a responsabilidade do fracasso seja de quem a dirigia, pois terá faltado alguma ambição, maior organização e talvez uma maior exigência aos próprios ciclistas. Com as condições que dispunha, pedia-se mais à IAM, pelo que é natural que o patrocinador tenha optado por sair. Ficará talvez alguma frustração, pois a sensação é que a equipa poderia ter feito mais durante estes quatro anos de existência, como aliás as vitórias deste ano acabaram por demonstrar… ou talvez a ameaça do desemprego tenha sido a motivação que faltava.

»»Dimension Data. A estreia no World Tour que parecia brilhante e que acabou com um grande susto««

Sem comentários:

Enviar um comentário