16 de novembro de 2016

Etixx-QuickStep. O ano em que se tornou uma equipa para todas as competições

(Fotografia: Facebook Etixx-QuickStep)
Os tempos dos sprints dominadores e das apostas quase obcecadas nas clássicas da Primavera não ficaram completamente para trás, mas esta Etixx-QuickStep tornou-se numa das poucas equipas do World Tour que tem excelentes ciclistas para vencer em todas as frentes e isto quer dizer que da forma como a formação belga está a trabalhar, poderá não demorar muito tempo até termos um dos seus corredores a lutar por uma grande volta.

Foi buscar o que muitos consideram o melhor sprinter da actualidade, Marcel Kittel, que rendeu no início da temporada, mas depois da Volta a Itália a época foi de altos e baixos. Tem outro que claramente se vai tornar numa referência, o colombiano Fernando Gaviria. Nas clássicas Tom Boonen continua a ser o rei e aquele segundo lugar no Paris-Roubaix foi certamente um dos resultados mais frustrantes da temporada. Com o belga a preparar-se para uma última época de clássicas em 2017 - irá abandonar o ciclismo após o Paris-Roubaix -, Zdenek Stybar demonstrou que está mais do que preparado para se tornar na estrela das clássicas. Porém, esta fase do ano, sempre muito importante para a Etixx-QuickStep, acabou por ser uma desilusão, não tendo ganho nenhuma clássica, algo que Patrick Lefevere, sabe que não poderá repetir em 2017.

Mas o director desportivo acabou por trabalhar os seus ciclistas para garantir que a restante da temporada fosse espectacular. Quando se esperava que fosse Marcel Kittel o principal ciclista a ter de vencer umas corridas para continuar com a senda de vitórias anuais, que costuma rondar as 60, não foi o que aconteceu. A Volta a Itália acabaria por ser um ponto de viragem da equipa. Kittel cumpriu, é certo, mas apareceu Gianluca Brambilla e Bob Jungels. Os três ciclistas vestiram a camisola rosa a certa altura da prova e Jungels comprovou que pode ser aposta no futuro para tentar algo mais do que um top dez.

  • 7º lugar no ranking World Tour com 775 pontos
  • 56 vitórias (18 no World Tour, incluindo quatro no Giro, uma no Tour e três na Vuelta)
  • Marcel Kittel foi o ciclista com mais vitórias: 12, incluindo três no Giro e uma no Tour


A Volta a França ficou para Daniel Martin – uma excelente contratação – e o irlandês terminou na nona posição enquanto Marcel Kittel venceu uma etapa (pouco para o que se esperava do alemão). Em Espanha, a Etixx-QuickStep revelaria David de la Cruz, o único espanhol a vencer uma etapa na Vuelta e também vestiu a camisola da liderança. Gianluca Brambilla voltou a aparecer.

E claro que pelo meio houve Julian Alaphillipe. Conquistou a sua primeira corrida de etapas – a Volta a Califórnia – realizou boas prestações noutras competições, inclusivamente em provas de um dia (foi segundo na Flèche Wallone, por exemplo) e também se mostrou no Tour, tentando lutar pela classificação da juventude, na qual terminou em sexto. Foi quarto nos Jogos Olímpicos e segundo nos Campeonatos Europeus, batido pelo inevitável Peter Sagan. A grande dúvida sobre o talentoso francês de 24 anos é se irá evoluir para um voltista ou se irá preferir manter-se em algumas provas de um dia e de uma semana, que já demonstrou ser fortíssimo. Talvez em 2017 se consiga perceber melhor que rumo terá a carreira de Alaphillipe.

Apesar de ser uma das equipas mais vencedoras do pelotão e com um longo historial no ciclismo, a formação belga vive tempos de incerteza. Patrick Lefevere chegou ao ponto de não saber se haveria patrocínio além de 2017, prejudicando as contratações. Sabe-se que a QuickStep voltará a ser o patrocinador principal, mas permanecem algumas dúvidas para o ano seguinte.

Porém, 2016 acabou de forma perfeita: a Etixx-QuickStep recuperou o título de campeã mundial de contra-relógio, numa prova polémica, mas que lá se realizou com algumas das melhores formações na especialidade e que faz da equipa belga a primeira a conquistar três triunfos.



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