(Fotografia: Podium/Volta a Portugal) |
Quando se diz que o dinheiro não é tudo, o caso de Raúl Alarcón é o exemplo disso mesmo. O espanhol estava há várias semanas a estudar propostas para 2018, mas sempre foi dizendo que ficar na W52-FC Porto era uma hipótese bem provável. A tentar seduzi-lo estava a Movistar e haveria o interesse de outra equipa do World Tour e não só. Porém, o vencedor da Volta a Portugal salientou que havia muitos pormenores a ter em causa e um deles era o facto de se sentir valorizado na formação portuguesa, onde encontrou estabilidade e confiança que o levaram este ano a conquistar grandes vitórias. O apelo da Movistar certamente que seria tentador, ainda mais para quem ambiciona estar na Volta a Espanha, mas não convenceu o ciclista. Raúl Alarcón vai mesmo ficar na equipa do Sobrado e Nuno Ribeiro pode respirar de alívio.
Depois da saída de Amaro Antunes, o director desportivo não queria perder mais um dos seus líderes. "Aqui sinto-me valorizado e demonstram-me ano após ano. Aqui desfruto do ciclismo. Aqui me respeitam e me sinto querido. Agradeço a confiança da equipa e trabalharei o máximo para conseguir novas vitórias em 2018", afirmou Alarcón, no site da da W52-FC Porto. "Valorizado" é uma palavra chave nesta escolha do espanhol que, recorde-se, ainda muito novo chegou ao mais alto nível do ciclismo, mas devido a casos de doping na formação onde estava, não só baixou de escalão, como chegou a ser amador e a pensar em abandonar.
Foi em Portugal que relançou a carreira e foi por cá que, aos 31 anos, viveu a sua melhor temporada, com vitórias na Volta às Astúrias, no Grande Prémio Jornal de Notícias, GP Beiras e Serra da Estrela e, claro, na Volta a Portugal. Está há três temporadas na actual equipa, depois de passagens pelo Louletano e Efapel.
O dinheiro pode não ser tudo, mas tem o seu peso, ainda mais quando se fala em carreiras curtas, como a de um atleta. Quando em causa está a Movistar é difícil não pensar que o ordenado só pode ser melhor. No entanto, segundo o site Ciclo21, não foi isso que aconteceu. O director da formação espanhola, Eusebio Unzué terá oferecido 31 mil euros num contrato válido por um ano, com possibilidade de ser renovado. No site lê-se que a W52-FC Porto lhe terá dado mais do dobro. E como é salientado no Ciclo21, Alarcón receber um ordenado mais alto numa equipa da terceira divisão do que se fosse para a espanhola do World Tour.
Alarcón escolheu assim continuar como líder, em detrimento de se tornar um gregário de Nairo Quintana, Mikel Landa e/ou Alejandro Valverde. Ganha a W52-FC Porto e ganha o pelotão nacional que vê ficar um dos melhores ciclistas. Outro factor a ter em conta é que a equipa está a preparar a subida de escalão, para o Profissional Continental, que poderá acontecer em 2019.
De referir ainda que Raúl Alarcón foi o escolhido para receber o Dragão de Ouro, sucedendo assim a Rui Vinhas, que em 2016 ganhou a Volta a Portugal.
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