Alexander Vinokourov não se conforma por ter ficado sem um ciclista de referência para as grandes voltas em 2018. A saída de Fabio Aru parecia estar mais do que anunciada, depois de vários meses de notícias que davam conta do desejo do italiano em procurar uma nova equipa e das exigências salariais deste. No entanto, o director da Astana continua a dizer que de nada sabia e que só teve conhecimento que o seu ciclista não iria renovar pelos meios de comunicação social. O cazaque reitera que agora é tarde para contratar um corredor de destaque e, por isso, sente-se lesado.
"Agora é com os advogados. Ele não nos deu outra escolha. Ele deveria ter dito [que queria sair] logo a seguir à Volta a França, de forma a chegarmos a um acordo amigável", explicou Vinokourov ao site do seu país Vesti.kz. As declarações estão a ter repercussão nos media internacionais, com o responsável da Astana a salientar que poderia "ter utilizado o orçamento para assinar um ciclista como Rigoberto Uran. "Havia tempo depois da Volta a França, mas saber apenas há duas semanas significa que é impossível assinar com alguém. Todos os ciclistas têm contrato. Por isso, os advogados vão decidir", afirmou.
A Astana perdeu em dois anos as suas duas figuras para as grandes voltas. Vincenzo Nibali não quis ser segunda escolha atrás de Aru e foi para a Bahrain-Merida e agora é o outro italiano, que esteve seis anos na equipa. "Vamos exigir alguma compensação dele por danos causadas por termos ficado sem um ciclista de topo. Estamos agradecidos por ter ficado tanto anos na nossa equipa, por isso é desagradável, mas foi ele que escolheu este caminho", disse Vinokourov.
Além de Rigoberto Uran - que renovou com a Cannondale-Drapac -, a Astana terá estado interessada em Nairo Quintana e Mikel Landa. Algumas notícias deram conta de um possível aliciamento para que o colombiano quebrasse contrato com a Movistar, depois de uma temporada em que a relação com o director Eusebio Unzué se terá deteriorado. Já Landa tinha o seu vínculo com a Sky a terminar e era claro que o espanhol queria deixar de ser uma figura secundária. Porém, não quis regressar à Astana, onde tinha estado antes de se mudar para a Sky. Assinou pela Movistar.
Oficialmente estas alegadas propostas não foram confirmadas, pelo que Vinokourov mantém-se fiel ao discurso de que nada sabia da pretensão de Fabio Aru em sair. O contrato preveria que se a Astana igualasse uma outra proposta, o italiano ficaria. Desconhece-se o que aconteceu neste aspecto, mas conhecida e oficializada é a mudança para a UAE Team Emirates, onde será colega de Rui Costa.
Miguel Ángel López (23 anos) e Jakob Fuglsang (32) serão os ciclistas que terão de assumir a responsabilidade no Giro, Tour e Vuelta. Se quanto ao colombiano há uma enorme curiosidade para saber como irá reagir a este papel, que mais cedo ou mais tarde lhe seria entregue, já quanto ao dinamarquês há grandes dúvidas. Fuglsang comprovou esta época que poderá ser uma boa aposta para as corridas de uma semana, mas não convence para ser líder numa de três. Mas poderá ter a oportunidade para mostrar que é uma boa escolha.
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