30 de outubro de 2017

"Vamos continuar a ter uma equipa forte. Tão boa ou melhor"

Nuno Ribeiro já garantiu a renovação de Raúl Alarcón
(Fotografia: Podium/Volta a Portugal)
Uma equipa que domina em Portugal como tem feito a W52-FC Porto (nem sempre com este nome) nos últimos anos e que também alcança bons resultados a nível internacional acaba por ter de lidar com o preço do sucesso: a cobiça aos seus ciclistas. Amaro Antunes assinou pela CCC Sprandi Polkowice e Joaquim Silva vai para a Caja Rural. Porém, uma das principais figuras já renovou. Raúl Alarcón optou por ficar onde diz sentir-se bem e valorizado, resistindo à tentação de regressar ao World Tour. Uma boa notícia para os adeptos da equipa, mas algo já esperado por Nuno Ribeiro que estava confiante que conseguiria ficar com o vencedor da Volta a Portugal.

"[Os adeptos] podem contar que vamos continuar a ter uma equipa forte, ao nível dos outros anos. Tão boa ou melhor", garantiu o director desportivo ao Volta ao Ciclismo. O objectivo passa precisamente por manter o maior número de ciclistas da actual equipa, mas Nuno Ribeiro deixa uma palavra para aqueles que consigam um contrato com uma formação estrangeira. "Se algum conseguir dar o passo internacional, acho que é mérito deles e da equipa. Fico contente com isso", referiu. O seu trabalho passa por assegurar que a W52-FC Porto possa continuar no caminho que tem estado a percorrer, nomeadamente no da consolidação da estrutura, pois mantém-se o desejo de subir de escalão: "2018 é impossível, mas o objectivo é 2019."


"Na Volta a Portugal, ganhou o melhor e o melhor... é a equipa em termos gerais"

"Estamos a trabalhar para isso. Os patrocinadores estão a envolver-se nesse projecto, não só no que temos agora, mas também no de subir de escalão. Estão a ficar mentalizados para que isso possa acontecer e isso é importante", salientou Nuno Ribeiro, que admitiu que ter uma equipa como Profissional Continental também poderá dar outro poder de negociação com os ciclistas quando chega o momento da renovação. "Se calhar conseguimos dar um calendário e as condições que eles desejam e a partir daí é mais fácil", frisou. Tanto Amaro Antunes como Joaquim Silva assinaram por equipas precisamente do escalão Profissional Continental.

Numa equipa com vários ciclistas com potencial para liderar e conquistar vitórias, Nuno Ribeiro soube tirar o melhor rendimento de todos. Gerir egos e ambições nem sempre é trabalho fácil, mas o director desportivo mostrou que é possível manter todos felizes e motivados. "É importante conseguir gerir [a equipa]. Tentamos dar a oportunidade a cada um durante o ano. Depois, na Volta a Portugal, ganhou o melhor e o melhor... é a equipa em termos gerais. É nesse objectivo que temos de trabalhar [na equipa] e foi o que fez a maior diferença", salientou.


"[O Gustavo Veloso] é um líder que nós respeitamos e vai continuar a sê-lo"

Depois de uma temporada marcada pela vitória no Malhão, na Volta ao Algarve, de Amaro Antunes, que venceu ainda a Clássica da Arrábida e o Troféu Joaquim Agostinho, a conquista da Volta às Astúrias de Raúl Alarcón, que ganhou também o Grande Prémio Jornal de Notícias e o das Beiras e Serra da Estrela, a W52-FC Porto chegou à Volta a Portugal como a super favorita para continuar o domínio que começou em 2013 com a vitória Alejandro Marque, na então chamada OFM-Quinta da Lixa. "Foi uma boa época. A equipa cumpriu os objectivos a que se propôs e, se calhar, mais alguns."

Em 11 dias de competição na Volta a Portugal, os ciclistas da formação do Sobrado ganharam seis etapas, Alarcón vestiu a amarela logo ao segundo dia, Amaro Antunes foi o rei da montanha, a equipa venceu a classificação colectiva, o corredor espanhol e o português fecharam no primeiro e segundo lugar e António Carvalho foi sexto. Um domínio quase completo. Mas será que estaria planeado? Nuno Ribeiro sorri e limita-se a dizer: "Tínhamos o objectivo de ganhar a Volta e treinámos para isso."

Gustavo Veloso esteve aquém do esperado. Surgiu como líder e mesmo sendo o dono da camisola amarela, Alarcón sempre foi referindo que era Veloso o número um da equipa. No entanto, na etapa da Serra da Estrela (a penúltima), o espanhol ficou para trás e perdeu mais de 40 minutos. No dia seguinte ganhou o contra-relógio final, depois de já ter vencido a tirada que terminou em Viana do Castelo. Em Janeiro fará 38 anos, mas Nuno Ribeiro mantém a confiança no ciclista: "O Gustavo Veloso é o líder da equipa desde há muito tempo. É um líder que nós respeitamos e vai continuar a sê-lo. Ele é muito importante em termos de grupo e, por isso, é o ideal para estar na nossa equipa."

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