(Fotografia: Facebook AG2R La Mondiale) |
Patrocínios e ciclismo. É raro passar um ano que não se fale de como esta relação é instável e como tão rapidamente uma equipa pode acabar. Em 2016 foi a Lampre-Merida que esteve em risco, mas agora chama-se UAE Team Emirates e está a tornar-se nas mais ricas do pelotão. Em 2017 foi a Cannondale-Drapac, que passará a ser a EF Education First-Drapac powered by Cannondale na próxima época e também a Quick-Step Floors, que ainda se aguarda para saber se terá novo nome, já que com as renovações em curso, está garantida a continuidade. Estes são apenas os casos mais recentes e que até tiveram um final feliz. Mas afinal quanto é o retorno publicitário de uma empresa que patrocina uma equipa de ciclismo profissional?
Nem sempre são números divulgados, mas a AG2R La Mondiale fá-lo, sendo um exemplo de sucesso. Longo sucesso, tendo em conta que a empresa de seguros entrou em 1997 na estrutura como segundo patrocinador, então Casino-AG2R Prévoyance, e em 2000 passou a ser o principal, apenas como AG2R Prévoyance. Desde 2008 que tem o nome actual. Quanto ao retorno publicitário, a AG2R anunciou que foi de 100 milhões de euros em 2017. Para quem investiu 15 milhões... Desse total, cerca de 55 milhões dizem respeito à Volta a França, sem grande surpresa, ainda mais tendo em conta a boa prestação de Romain Bardet, que venceu uma etapa e subiu ao terceiro lugar do pódio em Paris.
Os dados recolhidos pela empresa de marketing Kantar TNS revelam que a maioria das pessoas sabem que a AG2R patrocina uma equipa de ciclismo, sendo também a formação francesa mais popular no país pelo terceiro ano consecutivo (não é uma boa notícia para a FDJ!).
A AG2R La Mondiale já garantiu o patrocínio até 2020 e está igualmente assegurado que o ciclista que os franceses mais esperam que possa acabar com o jejum de de 32 anos de vitórias gaulesas na geral, também ficará até essa temporada: Romain Bardet, pois claro. Esta segurança financeira da estrutura não surge apenas pelo bom retorno publicitário deste ano. Estes valores altos - recolhidos entre Janeiro e Setembro - têm sido frequentes.. Em 2015 o retorno foi de 130 milhões. Um valor que o director-geral da AG2R, André Renaudin, pensava ser possível atingir também em 2017. Depois da Volta a França, o responsável disse à BFM Business que o mínimo esperado era 100 milhões. Assim foi.
Nessa mesma entrevista, Renaudin salientou como nos últimos dez anos, o investimento na equipa de ciclismo foi subindo de 10 milhões até aos actuais 15. É certo que a Sky, por exemplo, tem mais do dobro, mas há motivos para satisfação quanto aos resultados, como quanto ao retorno publicitário. Certamente que ajuda ter ou já ter tido alguns dos ciclistas franceses mais acarinhados pelo público, como Jean-Christophe Peraud (segundo no Tour em 2014), John Gadret (terceiro no Giro em 2011) e Christophe Riblon (vencedor de duas etapas no Tour e que termina a carreira este ano, depois do seu contrato não ter sido renovado).
E para 2018 as expectativas são grandes. Bardet será a referência, Pierre Latour a estrela em ascensão e Tony Gallopin a grande contratação (deixa a Lotto Soudal no final do ano). Isto entre os franceses, porque para as clássicas é um belga que está a trazer o maior rendimento para a AG2R: Oliver Naesen.
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