25 de setembro de 2016

Acenar com um bom cheque para garantir desesperadamente pontos a pensar na licença World Tour

Joaquim Rodíguez recebeu uma bicicleta especial depois de anunciar
o final da carreira (Fotografia: Facebook Team Katusha)

A batalha dos pontos entre a Bahrain-Merida, Bora-Hansgrohe e a Dimension Data está a provocar um aumento no valor dos contratos de ciclistas que tenham somado pontos durante 2016. O desespero das formações é tal, que até quem anunciou a reforma poderá não resistir a um regresso, mesmo que curto, para assim amealhar uns milhares de euros, podendo ser decisivo para uma equipa conseguir a desejada licença World Tour.

Com as duas primeiras equipas a tentar entrar no principal escalão e a revelar um potencial monetário muito interessante para os ciclistas que têm assinado por elas, a sul-africana Dimension Data começa a ver que é cada vez o elo mais fraco, recusando entrar nesta desenfreada procura por contratar atletas pelos pontos. Este domingo Edvald Boasson Hagen até ganhou a última etapa do Eneco Tour para a Dimension Data, mas também foi revelado que Joaquim Rodríguez poderá estar tentado a adiar por uns meses o fim da carreira, aliciado por um cheque chorudo da Bahrain-Merida.

Com os 1290 pontos do espanhol, a equipa do Médio Oriente ficaria numa boa posição para conseguir a tal licença. De recordar que são 18 equipas atrás de 17 licenças para os próximos dois anos, a serem atribuídas pela UCI. A TJ Sport-Lampre ainda chegou a ser colocada como mais uma das formações a correr o risco de ficar fora, mas o projecto chinês que comprou a equipa italiana, começa a ganhar forma e além de manter alguns dos principais ciclistas também já fez duas contratações de peso: Ben Swift (Sky) e John Darwin Atapuma (BMC). Tudo indica que a luta será mesmo entre as três equipas mencionadas em cima.

Segundo a Gazzetta dello Sport, Joaquim Rodríguez terá sido abordado para assinar pela nova equipa Bahrain-Merida - que terá Vincenzo Nibali como líder - mas o seu contrato será um pouco diferente. O espanhol terá de participar no Tour Down Under, na Austrália, primeira prova do World Tour, de forma a "accionar" os pontos. Depois, o veterano ciclista terá liberdade para gerir o resto do ano. O jornal italiano escreve ainda que Joaquim Rodríguez poderá depois assumir um cargo na estrutura da equipa.

A Bahran-Merida tem sido nas últimas semanas muito agressiva nas contratações. Já não procura apenas ciclistas em final de contrato. Fala-se na mudança de Ion Izaguirre da Movistar para a formação do Médio Oriente. O espanhol tem mais um ano de contrato, mas a Bahrain-Merida estará disposta a indemnizar a Movistar e garantir assim mais 1845 pontos, os que Izaguirre tem até ao momento somados. Também terá feito uma abordagem a Mikel Landa, mas a missão em tirar o ciclista à Sky tem contornos de impossível, pois até o espanhol afirmar querer ficar no conjunto britânico.

Joaquim Rodríguez, 37 anos, surpreendeu quando durante a Volta a França anunciou a retirada. Depois deixou os adeptos espanhóis em choque quando optou por já nem sequer fazer uma última tentativa na Vuelta. Porém, a Katusha acabou por tirar Purito da reforma antecipada e o espanhol irá participar nas três provas de um dia desta semana em Itália, terminando então a carreira no último monumento do ano, o Giro di Lombardia, prova que conquistou em 2012 e 2013.



Sem comentários:

Enviar um comentário