22 de setembro de 2016

Mesmo com as novas precauções, ciclistas não ganharam para o susto com queda de moto

No Eneco Tour parece que se está a dar, finalmente, os primeiros passos rumo a uma maior segurança na utilização de motos no pelotão em grandes competições. A organização da competição do Benelux preparou as etapas de forma as motos a seguirem por caminhos alternativos em momentos em que passar pelo pelotão simplesmente seria um grande risco. Muitas das estradas não são muito largas e tem sido notório as poucas vezes em que se vê uma moto entre os ciclistas. Um exemplo a seguir, sem dúvida.

Infelizmente os acidentes acontecem mesmo quando se tomam tantas precauções. O desta quinta-feira foi um grande susto para três ciclistas, mas desta vez a sorte esteve do lado corredores... não tanto dos motards que caíram.

A etapa aproximava-se rapidamente do fim, com o pelotão a perseguir freneticamente Jasper Stuyven (Trek-Segafredo) e os homens da Astana Andrei Grivko e Dmitryi Gruzdev. O trio foi pela esquerda numa rotunda, enquanto uma moto que seguia à frente foi pela direita. Porém, o motard saiu muito largo e bateu numa protecção que o fez perder o controlo da moto. Atravessou a estrada e foi cair no lado contrário, falhando por muito pouco o trio de fugitivos. Um dos motards levantou-se quase de imediato o que terá ajudado o pelotão a perceber que estava ali uma moto caída e todos passaram sem qualquer problema.

Um acidente que não manchou a competição, pois só este ano Antoine Démoitié morreu ao ser atingido por uma moto, Stig Broeckx foi empurrado por uma no início de 2016, voltou à competição para meses depois voltar a estar envolvido num incidente com uma moto, permanecendo em coma. No Paris-Roubaix, foi Elia Viviani quem levou com uma moto que não conseguiu travar a tempo. E estes são só os exemplos deste ano.

Os ciclistas há muito que pedem soluções e têm feito inclusivamente sugestões, mas a UCI continua sem se pronunciar. No entanto, está agendada uma reunião para 30 de Setembro em Milão, na qual estarão presentes ciclistas, directores de equipas, comissários e organizadores de competições. O assunto será precisamente a segurança.

O que está a acontecer no Eneco Tour é um excelente exemplo que pode não resultar em todos os terrenos, mas certamente que é uma hipótese a pensar noutras corridas. Fica também a lembrança que os acidentes acontecem e, às vezes, não passam disso. A diferença é que quando se está a fazer algo para evitar que aconteça, a polémica não existe, pois aquela queda são coisas que não se conseguem prever e o risco está sempre lá para quem conduz estas motos.

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