27 de setembro de 2016

Dúvida desfeita: Greipel lidera Alemanha, Kittel livre para lutar pela vitória. Agora entendam-se na estrada

Greipel pode respirar de alívio, pois conseguiu ser o líder da selecção alemã
A federação alemã tentou solucionar o problema da forma menos polémica possível. Porém, a ver vamos se não se limitou a adiá-la e se não poderá custar um título mundial que a Alemanha não conquista desde 1966, então por Rudi Altig. André Greipel e Marcel Kittel vão os dois aos Mundiais do Qatar, O primeiro será o líder da equipa, enquanto o homem da Etixx-Quick-Step terá liberdade para tentar também vencer. Dois ciclistas ambiciosos, dois dos melhores sprinters da actualidade, dois egos enormes numa equipa que apenas terá seis homens. Ou seja, quatro estarão, alegadamente, a ajudar Greipel, faltando saber como se irá comportar Kittel.

A tensão entre os dois ciclistas tornou-se pública há cerca de um mês. Primeiro foi André Greipel quem chamou a atenção da necessidade da federação decidir quem seria o líder a equipa, com Kittel a reagir - com discurso idêntico - pouco tempo depois. As expectativas era que um acabaria por ficar de fora das escolhas para evitar divisões na equipa, ainda mais tendo em conta que a Alemanha apenas pode levar seis ciclistas, ao contrário das outras selecções mais fortes, que serão constituídas por nove.

Greipel agradeceu a confiança e deixou desde logo um recado: "Com apenas seis homens não somos favoritos, mas se todos puxarmos juntos, temos uma boa hipótese." O "Gorila", como é conhecido, da Lotto Soudal tem 34 anos, 136 vitórias como profissional, 21 das quais nas grandes voltas (11 no Tour, seis no Giro e quatro na Vuelta). Um currículo impressionante para quem foi lançador de Mark Cavendish e só em 2012 optou seguir o seu próprio caminho. Em 2016 soma dez vitórias, incluindo o campeonato nacional, três etapas na Volta a Itália e o triunfo nos Campos Elísios no Tour.

Kittel não contará com apoio nos Mundiais (Fotografia: Facebook Marcel Kittel)
Marcel Kittel tem 28 anos e é a estrela maior do ciclismo alemão. Depois de um 2015 para esquecer devido a doença (só conquistou uma vitória na Volta à Polónia), quebrou contrato com a Giant-Alpecin e foi para a Etixx-QuickStep e teve uma primeira fase de temporada fantástica, mas a partir da Volta a França perdeu fulgor. Soma 11 vitórias, mais a vitória na geral e por pontos na Volta ao Dubai e também a dos pontos na Volta ao Algarve. No Giro conquistou duas etapas e vestiu a camisola rosa e no Tour só conseguiu um triunfo. Tem 72 vitórias como profissional, 13 nas grandes voltas.

Com currículos destes seria difícil deixar de fora um deles. São grandes sprinters, mas mais do que nunca será preciso coesão se a Alemanha quer voltar ter um ciclista com a camisola do arco-íris, mas corre um sério risco de ver uma divisão estragar a grande oportunidade, que poderá não surgir tão cedo para os sprinters, tendo em conta as cidades que já foram escolhidas para os próximos Mundiais (Bergen na Noruega e Innsbruck na Áustria) e as que são favoritas para 2019 e 2020 (Yorkshire no Reino Unido e Boyacá na Colômbia).

Tudo poderá depender do comportamento de Marcel Kittel. Habituado a ter "comboios" a preparar os seus sprints, o alemão saberá que isso não vai acontecer e Kittel não é muito forte em tentar encontrar caminho sem ajuda. E será que Kittel está disposto a ajudar Greipel? A história desta participação alemã nos Mundiais do próximo mês no Qatar ainda terá mais alguns capítulos.

Na tentativa de criar um ambiente pacífico na equipa estarão os quatro que irão trabalhar, supostamente, para Greipel. A escolha será feita entre estes cinco nomes: John Degenkolb, Tony Martin, Marcel Sieberg, Nils Politt e Jasha Sütterlin.


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