(© B&B Hotels-Vital Concept) |
Depois de dois anos de frustração por ficar de fora da Volta a França, ao terceiro esta equipa francesa conseguiu finalmente o grande objectivo da sua existência. Em 2020, a B&B Hotels-Vital Concept vai ao Tour, o que significa o regresso de Bryan Coquard, o pequeno sprinter francês que estava em plena ascensão, quando a opção de mudar de equipa o fez ficar um pouco afastado da ribalta. De fora ficou a belga Circus-Wanty Gobert, que tinha sido a escolha do organizador, ASO, nos últimos anos, mas que para "compensar" recebeu o convite para ir ao Critérium du Dauphiné.
Em 2018 e 2019, a ausência do wildcard foi sempre recebida com muitas críticas por parte dos responsáveis e dos ciclistas da B&B Hotels-Vital Concept, principalmente de Coquard. Desta fez o discurso é bem diferente. "Agora fomos convidados e depende de nós ter um comportamento correcto. Seremos ambiciosos, perseguindo etapas, mas com grande humildade, fiel ao que somos. Vamos desfrutar do evento sendo sérios e profissionais, como temos sido desde o início", salientou, através de um comunicado, o director geral da equipa, Jérôme Pineau. O antigo ciclista que participou em 13 Voltas a França.
Coquard ficou de fora do Tour em 2017 quando ainda estava na então Direct Energie (actual Total Direct Energie), por opção da equipa. O ciclista já tinha feito saber que queria sair e acabou por não ser incluído nos nove corredores eleitos. Ao contrário do esperado, o sprinter não deu o salto para uma formação World Tour, assinando pela nova estrutura francesa. Então, era a par de Arnaud Démare e Nacer Bouhanni visto como um dos grandes sprinters franceses. Démare (Groupama-FDJ) já conseguiu vencer duas etapas, enquanto Bouhanni tem tido anos difíceis na Cofidis e esta época mudou-se para a Arkéa Samsic. Ainda não venceu no Tour, tal como Coquard, mas este último, aos 27 anos, vai concentrar grande parte da temporada em estar bem naquela corrida de três semanas.
Em 2016, Coquard perdeu uma etapa para Marcel Kittel por 28 milímetros, numa decisão que nem com o photo finish foi fácil determinar o vencedor. "Estou só à espera disso: uma vitória no Tour. Participar não pode ser o único objectivo. Estive tão perto de vencer para não pensar nisso. Limoges [local do sprint com Kittel] foi a minha maior desilusão até agora. Uma vitória de etapa no Tour será o meu maior feito, ainda mais do que a minha medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres", afirmou Coquard.
A B&B Hotels-Vital Concept conta na sua equipa com ciclistas como Pierre Rolland, Arthur Vichot, Jens Debusschere, Cyril Gautier, Kris Boeckmans e Kévin Reza, por exemplo.
Com as mudanças das regras da UCI, os convites atribuídos pelo organizador às formações agora denominadas como ProTeams (as Profissionais Continentais) passaram de quatro para dois e à B&B Hotels-Vital Concept junta-se, sem qualquer surpresa a Arkéa Samsic de Warren Barguil e Nairo Quintana.
A Total Direct Energie garantiu a presença automaticamente ao vencer o ranking em 2019, tendo abdicado do lugar no Giro, mas vai à Vuelta. A Cofidis, uma crónica convidada da ASO, subiu a World Tour, que tem agora 19 equipas (eram 18) e todas com entrada garantida.
De fora destas contas ficou, como aliás tem sido habitual, a outra equipa francesa do segundo escalão, a Nippo Delko One Provence. A formação, que este ano contará novamente com o português José Gonçalves, recebeu o wildcard para o Paris-Nice.
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