Um dia marcante na carreira de Filipe Cardoso (Fotografia: © Volta a Portugal) |
"Quero acabar a carreira de bem com a modalidade e com as pessoas que dela fazem parte. Quero sair sabendo que vou ter vontade de ir assistir à Volta a Portugal e de telefonar aos meus amigos do pelotão. Obrigado pelas propostas das equipas que recebi e recusei para 2020", escreveu na sua página de Facebook. Realçou que o final de carreira não é uma coisa má, "é só uma mudança". O pelotão nacional perde uma das suas vozes mais fortes e que no último ano representou a Vito-Feirense-PNB. Nesta estrutura teve um papel importante ao lado de jovens companheiros que estavam a chegar ao mais alto nível do ciclismo português.
Parte da sua carreira foi passada na Efapel (seis anos), mas esteve na extinta Liberty Seguros, LA, reencontrou-se com o amigo Rui Sousa (que terminou a carreira em 2017) na Rádio Popular-Boavista, antes da última aventura no Feirense. Filipe Cardoso admitiu algum cansaço em ser ciclista profissional, mas deixa claro que continua a adorar andar de bicicleta, que continuará presente na nova fase da sua vida.
"Eu adoro as bicicletas e o ciclismo, mas sempre soube que a vida de ciclista profissional não dura para sempre e que a saída na altura errada nos pode perseguir por muito tempo, ou até para sempre. Por isso tenho vindo a preparar o final da minha carreira da forma que me parece mais acertada, por minha vontade, numa altura em que ainda tenho o que é preciso para ser combativo e acrescentar valor a uma equipa profissional de ciclismo. Não quero sair por qualquer outro motivo, mais tarde, contra minha vontade", lê-se no texto de despedida. E acrescentou: "Já me diziam os 'velhinhos' atletas nos meus primeiros anos de profissional: 'Quando começares a ter dúvidas é hora de parar'."
E Filipe Cardoso parou e a sua nova paragem passa pela Grandíssima. O projecto nasceu há pouco mais de dois anos e é mais do que uma loja. É onde se vive a "cultura da bicicleta". O adeus ao ciclismo profissional já estava a ser preparado desde que abraçou a Grandíssima, localizada em Sanfins, Santa Maria da Feira.
Mas antes de se fechar o capítulo de se escrever sobre o ciclista Filipe Cardoso, é inevitável recuar àquele 2 de Agosto de 2015. Foi o dia em que arriscou tudo para ganhar na Senhora da Graça. Naquele ano não houve cavalinhos, mas uma determinação em vencer num local que tanta história tem no ciclismo nacional.
Longe de ser um trepador nato, naquela quarta etapa da Volta a Portugal, Cardoso subiu quase como tal. Porém, ainda mostrou porque era um corredor que dava tudo pela equipa. Apesar de ter cerca de quatro minutos de vantagem antes dos oito quilómetros da mítica subida, Cardoso perguntou ao seu então director desportivo na Efapel se era necessário esperar por um companheiro. Américo Silva acreditou que o ciclista poderia ganhar, mesmo tendo Joni Brandão na luta pela geral. Deu-lhe liberdade para conquistar a glória. O risco compensou.
"Ao vir sozinho corri alguns riscos, mas quando se quer vencer não se pode pensar nisso. No dia em que tiver medo de arriscar deixarei de ser ciclista", disse após cortar a meta, algo incrédulo com o que tinha alcançado e com o seu companheiro, Joni Brandão, a recuperar praticamente todo o tempo que tinha de desvantagem, mas a não tirar um momento único na carreira de Filipe Cardoso. Somou outras vitórias, como três etapas na Volta ao Alentejo, lutou por muitas mais, ajudou companheiros a alcançar os objectivos.
Como se pode ver na fotografia que publicou no Facebook (ver em baixo), é tempo de brindar à carreira que teve e, principalmente, aos novos desafios.
Aqui fica o texto de despedida completo, publicado pelo agora ex-ciclista na referida rede social.
»»João Matias destacou-se numa época difícil do Feirense, mas com jovens ciclistas a mostrarem-se««
»»O recomeço de Ivo Oliveira««
Parte da sua carreira foi passada na Efapel (seis anos), mas esteve na extinta Liberty Seguros, LA, reencontrou-se com o amigo Rui Sousa (que terminou a carreira em 2017) na Rádio Popular-Boavista, antes da última aventura no Feirense. Filipe Cardoso admitiu algum cansaço em ser ciclista profissional, mas deixa claro que continua a adorar andar de bicicleta, que continuará presente na nova fase da sua vida.
"Eu adoro as bicicletas e o ciclismo, mas sempre soube que a vida de ciclista profissional não dura para sempre e que a saída na altura errada nos pode perseguir por muito tempo, ou até para sempre. Por isso tenho vindo a preparar o final da minha carreira da forma que me parece mais acertada, por minha vontade, numa altura em que ainda tenho o que é preciso para ser combativo e acrescentar valor a uma equipa profissional de ciclismo. Não quero sair por qualquer outro motivo, mais tarde, contra minha vontade", lê-se no texto de despedida. E acrescentou: "Já me diziam os 'velhinhos' atletas nos meus primeiros anos de profissional: 'Quando começares a ter dúvidas é hora de parar'."
E Filipe Cardoso parou e a sua nova paragem passa pela Grandíssima. O projecto nasceu há pouco mais de dois anos e é mais do que uma loja. É onde se vive a "cultura da bicicleta". O adeus ao ciclismo profissional já estava a ser preparado desde que abraçou a Grandíssima, localizada em Sanfins, Santa Maria da Feira.
Mas antes de se fechar o capítulo de se escrever sobre o ciclista Filipe Cardoso, é inevitável recuar àquele 2 de Agosto de 2015. Foi o dia em que arriscou tudo para ganhar na Senhora da Graça. Naquele ano não houve cavalinhos, mas uma determinação em vencer num local que tanta história tem no ciclismo nacional.
Longe de ser um trepador nato, naquela quarta etapa da Volta a Portugal, Cardoso subiu quase como tal. Porém, ainda mostrou porque era um corredor que dava tudo pela equipa. Apesar de ter cerca de quatro minutos de vantagem antes dos oito quilómetros da mítica subida, Cardoso perguntou ao seu então director desportivo na Efapel se era necessário esperar por um companheiro. Américo Silva acreditou que o ciclista poderia ganhar, mesmo tendo Joni Brandão na luta pela geral. Deu-lhe liberdade para conquistar a glória. O risco compensou.
"Ao vir sozinho corri alguns riscos, mas quando se quer vencer não se pode pensar nisso. No dia em que tiver medo de arriscar deixarei de ser ciclista", disse após cortar a meta, algo incrédulo com o que tinha alcançado e com o seu companheiro, Joni Brandão, a recuperar praticamente todo o tempo que tinha de desvantagem, mas a não tirar um momento único na carreira de Filipe Cardoso. Somou outras vitórias, como três etapas na Volta ao Alentejo, lutou por muitas mais, ajudou companheiros a alcançar os objectivos.
Como se pode ver na fotografia que publicou no Facebook (ver em baixo), é tempo de brindar à carreira que teve e, principalmente, aos novos desafios.
Aqui fica o texto de despedida completo, publicado pelo agora ex-ciclista na referida rede social.
»»João Matias destacou-se numa época difícil do Feirense, mas com jovens ciclistas a mostrarem-se««
»»O recomeço de Ivo Oliveira««
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