16 de janeiro de 2020

Convites para o Giro ficam em casa

(© Giro d'Italia)
No ano em que as organizações viram reduzidos os convites que podiam atribuir para as suas corridas, grandes voltas e não só, no que diz respeito às provas de três semanas a escolha está a recair em garantir a presença das equipas da casa. Foi assim com a ASO na Volta a França e agora a RCS Sport seguiu o exemplo para o Giro. Até teve direito a mais um wildcard do que o inicialmente previsto, pelo que foi possível colocar as três equipas italianas sobreviventes no segundo escalão do ciclismo, as ProTeams.

Androni Giocattoli-Sidermec, Bardiani-CSF-Faizanè e Vini Zabù-KTM (a antiga Neri Sottoli-Selle Italia-KTM) têm lugar garantido na Volta a Itália (de 9 a 31 de Maio), para alívio dos responsáveis das três formações. Com as novas regras estabelecidas pela UCI, as organizações passaram a dispor de dois convites em vez dos habituais quatro. A vencedora do ranking entre as ProTeams no ano anterior - neste caso a francesa Total Direct Energie - fica com presença assegurada e com a subida da Cofidis a World Tour, passaram a ser 19 equipas neste nível e o limite nas provas de três semanas continua a ser de 22 formações.

Mauro Vegni acabou por beneficiar do abdicar da Total Direct Energie no que diz respeito ao Giro (irá ao Tour e à Vuelta), algo também previsto nos regulamentos. Desta forma, o director da corrida passou a ter três convites, algo que muito desejava para não ter de deixar uma das formações italianas de fora. Não é que já não o tenha feito no passado recente, quando até dispunha de quatro convites. Contudo, Itália não tem representantes no World Tour e no segundo escalão a Nippo Vini Fantini Faizanè-Selle Italia fechou portas no final de 2019, pois tornou-se ainda mais difícil garantir patrocinadores quando não se consegue "vender" uma provável presença no Giro. Era importante que as três estruturas resistentes tivessem espaço na grande volta italiana.

Algumas notícias deram conta que a organização da Volta a Itália até teria oferecido dinheiro à Total Direct Energie para que esta abdicasse do seu lugar, mas oficialmente a decisão foi justificada com a falta de capacidade para competir num calendário tão extenso, sendo que o principal objectivo continua a ser cumprir o calendário francês, independentemente da categoria a que as corridas pertençam.

Nas últimas duas temporadas a Israel Cycling Academy havia sido uma das convidadas para o Giro, mas este ano também não era uma concorrente para as equipas italianas, pois comprou a licença World Tour da Katusha-Alpecin, subindo assim de escalão. Chama-se agora Israel Start-Up Nation.

A RCS Sport também anunciou os wildcards para outras das suas corridas. O destaque vai inevitavelmente para os que foram entregues à Alpecin-Fenix, que abrem as portas a Mathieu van der Poel à sempre espectacular Strade Bianche e ao monumento Milano-Sanremo. Mais uma oportunidade para o holandês começar a ganhar nos chamados cinco monumentos, pois já sabia que podia estar presente na Volta a Flandres e Paris-Roubaix.

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