20 de junho de 2017

Estalou o verniz entre Kristoff e a Katusha-Alpecin

(Fotografia: Katusha-Alpecin)
Se já não era particularmente segredo que a relação entre Alexander Kristoff e os responsáveis da Katusha-Alpecin já teve melhores dias, agora não restam dúvidas e, claro, a especulação sobre a saída do norueguês no final do ano ganha maior força. Depois do episódio do peso a mais, a semana e meia do início da Volta a França Kristoff ficou a saber que não deverá ter um dos seus homens de confiança a lançar os sprints. Apesar de ainda não ser uma decisão oficial, o ciclista não perdeu tempo a reagir e está surpreendido por não ter sido abordado sobre a exclusão de Michael Morkov.

"Não sei o que estão a pensar. Ainda acredito que tenho uma boa possibilidade [nos sprints], mas as nossas hipóteses seriam melhores se o Michael estivesse na equipa", afirmou Kristoff ao canal de televisão local TV2. O ciclista norueguês admitiu estar "surpreendido e desiludido" pela ausência de Morkov. "Acho estranho não ter sido seleccionado e que ninguém me tenha questionado", salientou.

A notícia foi avançada pelos media noruegueses, que, além do dinamarquês, referem que Sven Erik Bystrom, compatriota de Kristoff, também ficará de fora do Tour. A Katusha-Alpecin, que tem como director geral o português José Azevedo, não avançou ainda com os pré-convocados para a corrida que começa no dia 1 de Julho. No entanto, a reacção de Kristoff deixa transparecer toda a tensão que se vive na equipa suíça relativamente àquela que já foi a sua maior estrela, mas que está claramente a perder crédito e confiança.

O ciclista faz 30 anos no próximo dia 5 de Julho e é provável que a prenda de anos que mais procure seja uma nova equipa. Os últimos dois anos não foram os esperados, com Kristoff a render muito menos do que era expectável, estando a passar ao lado das vitórias nas principais corridas. Para 2017 foram contratados ciclistas que, apesar de jovens, têm o papel de estar ao lado do norueguês. Mesmo quando o trabalho é bem feito, Kristoff tem falhado. Até pode parecer estranho dizer que o corredor não está a ter uma boa temporada quando conta com seis vitórias, metade daquelas conquistadas pela Katusha-Alpecin. Porém, apenas uma foi numa corrida do World Tour, a clássica alemã Eschborn-Frankfurt que este ano ascendeu à principal categoria.

O outro líder da formação, Ilnur Zakarin, fez o Giro e vai agora à Vuelta, pelo que o Tour era suposto ser para Kristoff lutar por etapas. Agora é esperar para conhecer os ciclistas escolhidos pela Katusha-Alpecin para perceber se realmente Morkov fica de fora e como ficará o ambiente perante uma cada vez mais provável ruptura com Kristoff.

Além do norueguês, Tony Martin é também presença garantida, em condições normais, com o jovem Rick Zabel a ser quase certo, já que é um ciclista que a equipa tem grande esperança para um futuro próximo. Tiago Machado não esteve no Giro pelo que é hipótese, ao contrário de José Gonçalves, que poderá ser poupado depois da presença na Volta a Itália. Contudo, o ciclista de Barcelos tem características que podem ser importantes na ajuda a Kristoff, além de ser um corredor que pode entrar em fugas, tal como Machado. Visto que a equipa não irá ter ninguém definido para a geral, a postura atacante dos dois portugueses pode ser uma mais-valia para a formação suíça.

Recentemente Kristoff teve de enfrentar críticas dos responsáveis da Katusha-Alpecin, que alertaram para o excesso de peso. O corredor defendeu-se dizendo que continua a pesar o mesmo de sempre. Foi o próprio que revelou a "acusação" publicamente, não escondendo que o mal-estar com a Katusha-Alpecin é uma realidade (pode ler a história completa no link em baixo).


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