28 de junho de 2017

Decisão desportiva? Ciclista disse que queria sair da equipa e ficou fora do Tour

(Fotografia: Facebook Direct Energie)
Bryan Coquard não queria acreditar que o seu director desportivo fosse mesmo capaz de o deixar de fora da Volta a França só porque assumiu publicamente que queria deixar a Direct Energie no final do ano, quando o seu contrato terminar. Porém, o responsável da formação francesa não perdoou o que vê como uma traição e deixou de fora aquela que talvez seja a segunda maior estrela a nível de popularidade, atrás de Thomas Voeckler, mas certamente a maior no que diz respeito a resultados nos últimos anos.

Coquard tem 25 anos e é um promissor sprinter. Ficamos ainda pelo promissor, pois apesar dos 33 triunfos como profissional, ainda não mede forças regularmente com os melhores, pois tem sido fiel à estrutura da Direct Energie (do escalão Profissional Continental), onde está desde os tempos de formação. Porém, o francês percebeu que chegou o momento de dar o salto. Para ser um dos melhores, tem de estar sempre entre os melhores. É altura de mudar-se para o World Tour. Não deverá ter problemas em encontrar uma equipa, mas terá problemas em manter uma boa relação com Jean-René Bernaudeau. O director da Direct Energie bem avisou e quando Coquard disse que não continuaria na formação, o resultado foi a exclusão do nove eleito para o Tour.

"Estou muito desiludido. Queria mesmo fazer parte do grupo. Estou muito triste. Significaria muito para mim estar na Volta a França", referiu o sprinter ao jornal gaulês Ouest France. E numa guerra de palavras na imprensa escrita. Bernaudeau disse ao Le Parisien que a "decisão foi puramente desportiva". Apesar de ter começado bem o ano, o director considera que o ciclista não tem alcançado resultados nas semanas mais recentes. A última vitória, das cinco este ano, foi a 24 de Maio na Volta a Bélgica. Bernaudeu terá mesmo feito um ultimato a Coquard no Critérium du Dauphiné: ou ganhava uma etapa e batia o compatriota Arnaud Démare (FDJ) ou ficaria de fora do Tour. O melhor que o sprinter conseguiu foi um terceiro lugar. "Há várias semanas que ele não faz nada", afirmou o responsável.

"No Dauphiné nem perturbou o Démare nos sprints. Nos Nacionais nem conseguiu ficar na roda do Démare como lhe tínhamos dito para fazer", salientou Bernaudeu, que acrescentou que se Coquard tivesse batido ou mostrado que poderia bater Démare nos últimos dois meses, então a decisão poderia ter sido outra.

A discussão começou e só deverá terminar quando Coquard mudar de ares, pois relativamente aos Nacionais, a Direct Energie preocupou-se em proteger Adrien Petit, não se preocupando com Coquard quando este ficou em dificuldades devido ao vento. Petit foi 31º a 29 segundos do vencedor, Coquard perdeu mais de três minutos. E Arnaud Démare é o novo campeão francês.

Desanimado, Coquard vai regressar à pista para tentar recuperar algum ânimo, confiança e motivação. Sem o Tour, o principal objectivo do jovem sprinter francês é agora garantir um contrato que lhe permita dar o desejado salto e deixar para trás esta triste forma de se despedir da equipa em que se fez ciclista.

Quanto à Direct Energie, o foco estará em proporcionar a Thomas Voeckler a melhor despedida possível, que passa por tentar conquistar uma etapa. Quando chegar aos Campos Elísios no dia 23 de Julho, o veterano ciclista de 38 anos terminará a longa carreira. Porém, a equipa também irá procurar que se faça uma espécie de passagem de testemunho. Lilian Calmejane está a tornar-se na nova figura para as provas por etapas. Tem 24 anos e só ele bate este ano Coquard quanto a vitórias na Direct Energie  somando seis.


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