24 de junho de 2017

Ninguém pára Francisco Campos

Quando a época começou e Francisco Campos bateu na prova de abertura Região de Aveiro a elite, o jovem ciclista da equipa Miranda-Mortágua não escondeu que estava em choque. Quando hoje subiu ao pódio para envergar a camisola de campeão nacional de sub-23 viu-se um Francisco Campos que já tem os triunfos no seu ADN. De imediato disse que era a vitória mais importante da sua carreira, mas quer continuar o seu percurso no ciclismo na mesma toada que lhe tem dado tanto sucesso: "Levar as coisas a pouco e pouco."

Em Gondomar, os 159,3 quilómetros de uma corrida em circuito e de muito mais do que apenas "rompe pernas", Francisco Campos terminou a corrida ao sprint, ele que mostra ser um especialista nesta vertente do ciclismo, mas que claramente está a ganhar qualidade nas subidas. Para se ter uma ideia da dificuldade da prova, partiram 71 ciclistas, cortaram a meta 22 (cerca de metade no grupo da frente). Logo ao fim da primeira das nove voltas era claro que muitos ficariam pelo caminho. E quando finalmente a corrida terminou ao fim de mais de quatro horas, vários ciclistas deixaram-se cair junto ao risco de meta, chegando mesmo a ser necessário a intervenção dos médicos.

Francisco Campos não foi um deles. Esgotado como qualquer outro, teve um título nacional a dar-lhe uma réstia de força para sorrir e celebrar a conquista daquele que era o seu "objectivo máximo". O ciclista fala de "uma corrida muito táctica", mas além disso foi uma autêntica prova de eliminação. É algo normal nos Nacionais, mas em Gondomar a dureza apenas glorifica ainda mais a vitória do corredor de Penafiel.

São quatro conquistas já em 2017 para Francisco Campos. "Eu desde que vim para o escalão de sub-23 que entrei num novo nível e o esforço tem sido muito maior. O ano passado foi de adaptação e este ano está a ser bastante diferente. Acho que é a evolução", referiu o novo campeão ao Volta ao Ciclismo. Os triunfos trouxeram-lhe confiança e naturalmente que o jovem ciclista (19 anos) vai começando a pensar como poderá ser o seu futuro na modalidade, mas a actual equipa recebeu uma garantia: "Claro que a partir deste momento tudo será diferente. No entanto, agora estou na Miranda-Mortágua e até ao final do ano vou estar focado no que tenho de fazer. Depois pensarei no meu futuro." E para já o pensamento vai para a Volta a Portugal do Futuro (29 de Junho a 2 de Julho). "Temos outros ciclistas para essa corrida, mas também quero estar bem", disse.

Francisco Campos entrou definitivamente no lote de ciclistas jovens a acompanhar com atenção. Apesar de ganhar à elite na prova na região de Aveiro ser um resultado de enorme relevância para um ciclista tão novo, a verdade é que o grande momento de glória até ao momento aconteceu hoje em Gondomar. Na equipa que representa todos queriam tirar fotografias com o campeão no pódio. Francisco Campos é um nome que já entrou no léxico do ciclismo nacional.

Uma palavra para André Carvalho (Team Cipollini) que perdeu o sprint para Francisco Campos, mas que também ele realizou uma excelente corrida, de recuperação, pois ambos os ciclistas tiveram de ir à procura da frente da corrida, tal como o terceiro classificado David Ribeiro (Liberty Seguros-Carglass).

Conhecidos os campeões de contra-relógio, José Neves (sub-23) e Domingos Gonçalves, e o de estrada de sub-23, Francisco Campos, este domingo é a vez da elite lutar pelo título conquistado por José Mendes. Serão 177 quilómetros que, tal como nos sub-23, começam e acabam na Avenida Mário Soares, em Gondomar. A partida será às 11:30.



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