15 de abril de 2017

Ivo Oliveira cumpre objectivo com excelente recuperação na última prova do omnium

Ivo Oliveira, último na fotografia, fez uma excelente corrida por pontos
(Fotografia: Facebook UCI)
Ivo Oliveira passou com distinção no primeiro teste do omnium num Mundial rumo a Tóquio2020. O ciclista português apostou em Hong Kong nesta disciplina olímpica e cumpriu o objectivo delineado pelo seleccionador Gabriel Mendes ao ficar na décima posição. A corrida de eliminação acabou por estragar a possibilidade de um resultado ainda melhor, mas tendo em conta que começou a última prova do omnium no 14º posto, o top dez é um resultado muito animador.

O omnium é actualmente constituído por quatro provas - antes eram seis -, pelo que a regularidade é importante para quem quiser aspirar às medalhas. Regularidade de topo, naturalmente. Na sexta-feira, Ivo Oliveira foi sexto na perseguição individual, naquele que é o melhor resultado de um português nos Mundiais de pista. No entanto, o ciclista de Gaia escreveu no Twitter que até esperava ter feito melhor, pois nos treinos tinha sido mais rápido. As expectativas para o omnium eram grandes e o corredor só falhou na corrida por eliminação. Após o scratch e a tempo race era décimo e estava muito bem colocado no início da terceira prova, até que uma queda mudou todo o panorama.

O incidente entre o polaco Szymon Sajnok e o dinamarquês Casper Pedersen obrigou à neutralização da corrida. O grupo continuou na pista enquanto os dois ciclistas voltavam para as suas bicicletas para retomar a corrida. Porém, Ivo Oliveira descaiu durante esse curto tempo e quando a prova recomeçou viu-se numa posição que acabou por ser fatal. Bem tentou fugir ao último lugar, mas Sajnok tapou a trajectória ao português que foi logo o segundo corredor a ser eliminado. De imediato Oliveira expressou o seu descontentamento por ficar de fora tão cedo.

Foi o momento para Ivo Oliveira demonstrar como é também muito forte mentalmente. Não se deixou abater e atacou a corrida por pontos. O ciclista da Axeon Hagens Berman ganhou uma volta (20 pontos), venceu o sprint final (10) e ainda pontuou em mais dois (2+3). Ivo Oliveira até foi o vencedor desta última prova, mas o importante é o combinado das quatro. Os 77 pontos garantiram o décimo posto, com o título mundial a ir para França: Benjamin Thomas (149 pontos). O neozelandês Aaron Gate (147) ficou com a medalha de prata e o bronze foi para o espanhol Albert Torres (138).

João Matias e Ivo Oliveira
(Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo)
Os Mundiais de Hong Kong terminam este domingo, mas a participação portuguesa ficou concluída este sábado, com a prestação de Ivo Oliveira. De recordar que esteve também presente João Matias (LA Alumínios-Metalusa-BlackJack), que aos 25 anos estreou-se numa competição deste nível. Foi 20º no scratch, depois de um ataque que quase resultou numa medalha, mas quebrou a pouco mais de uma volta do fim. Na corrida por pontos foi 19º.

Ainda estamos a mais de três anos dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos no ciclismo de pista em Portugal começa agora a dar os primeiros sinais positivos a nível de elite, depois de um enorme sucesso nas camadas jovens, principalmente devido aos gémeos Oliveira. Há ainda muitas competições pela frente e margem de progressão para os corredores com quem Gabriel Mendes tem trabalhado. Mas o ciclismo de pista parece estar a caminho de se tornar em mais uma modalidade em Portugal a ter em atenção para os próximos Jogos Olímpicos.




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