24 de setembro de 2020

Nelson e Ivo Oliveira na luta contra o relógio em Imola

Nelson e Ivo Oliveira estão de olhos postos num bom resultado em Imola. O percurso pode não ser o mais indicado para as características, principalmente do primeiro. Porém, é um ciclista que sabe bem o que é terminar no top dez e não viajou para Itália para não continuar à procura da medalha que já andou tão perto de conseguir. Já Ivo faz a sua estreia entre a elite, mas não deixa de ser um ciclista a ter em atenção, até porque o percurso assenta-lhe melhor. O vento vai ser um factor importante na prova desta sexta-feira.

O traçado de 31,7 quilómetros é praticamente plano, com apenas 200 metros de acumulado. Para Nelson Oliveira falta um pouco mais de dificuldade, ou pelos menos, maior quilometragem, como explica o seleccionador José Poeira: "Mesmo plano, se fosse uma prova mais extensa, o Nelson poderia fazer a diferença, porque consegue continuar a render quando alguns corredores começam a perder capacidades. Sendo tão curto, terá de aquecer bem e arrancar logo a dar o máximo. Para o Ivo, que fará o primeiro mundial de contra-relógio entre a elite, a distância está mais enquadrada com as suas características pessoais."

Nelson Oliveira, 31 anos, fechou top dez 2014, 2017, 2018 e 2019, Em 2009, em sub-23 conquistou a medalha de prata e é um dos especialistas desta vertente. Ivo Oliveira também se vai tornando num. O ciclista de 24 anos, que tanto venceu na pista, este ano sagrou-se campeão nacional de contra-relógio de elite, depois de já o ter sido em sub-23.

"O traçado é quase sempre a rolar, como se vê no gráfico. Mas o factor principal será o vento. À hora do contra-relógio prevê-se vento de 40 km/hora, o que é muito. A primeira parte será com vento de frente e a segunda com vento de costas. É o meu primeiro mundial de elite. Fiz uma boa Volta ao Luxemburgo. Chego bem preparado e no contra-relógio vai ser só carregar nos pedais", salientou Ivo Oliveira, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

Pode não ser o percurso mais indicado para os representantes de Portugal, mas José Poeira deixa uma garantia: "T
emos a responsabilidade de honrar o país e vamos bater-nos pelo melhor resultado possível." Explica que o traçado "favorece os ciclistas mais pesados e possantes", mas a Equipa Portugal tem alcançado bons resultados em Mundiais e a ambição é sempre alta.

De recordar que, no domingo, Nelson e Ivo voltam à acção na prova de fundo, juntamente com Rui Costa e Rúben Guerreiro.

Horários

O contra-relógio de Imola começa às 13:30 (hora de Lisboa, mais uma em Imola), com o sírio Ahmad Wais a ser o primeiro a sair para a estrada. Rohan Dennis será o último 14:54, com o australiano a perseguir o seu terceiro título consecutivo. O campeão de 2017, Tom Dumoulin, também estará presente.

Filippo Ganna é outro ciclista a ter em atenção, com o italiano à procura de melhorar o terceiro lugar de 2019, ele que este ano se sagrou campeão do seu país pela segunda vez e foi ainda o melhor na especialidade no Tirreno-Adriatico. E claro, vai ser impossível não se ter atenção ao que irá fazer Wout van Aert, o ciclista que ganha e que ainda é um gregário de luxo. É um forte candidato à vitória final. Atenção ainda ao dinamarquês Mikkel Bjerg. Em sub-23 venceu três títulos mundiais nesta vertente.

Aqui fica a lista com os horários de partida (hora de Lisboa) dos principais nomes:
  • 13:43.30 Maciej Bodnar (Polónia)
  • 13:45.00 Ivo Oliveira (Portugal)
  • 13:48.00 Brandon McNulty(EUA)
  • 13:52.30 Jos van Emden (Países Baixos)
  • 13:54.00 Edoardo Affini (Itália)
  • 13:55.30 Luke Durbridge (Austrália)
  • 14:10.30 Mikkel Bjerg (Dinamarca)
  • 14:12.00 Hugo Houle (Canadá)
  • 14:21.00 Jasha Sütterlin (Alemanha)
  • 14:24.00 Geraint Thomas (Grã-Bretanha)
  • 14:25.30 Matthias Brändle (Áustria)
  • 14:27.00 Ryan Mullen (Irlanda)
  • 14:34.30 Tobias Ludvigsson (Suécia)
  • 14:36.00 Pello Bilbao (Espanha)
  • 14:37.30 Victor Campenaerts (Bélgica)
  • 14:39.00 Nelson Oliveira (Portugal)
  • 14:40.30 Kasper Asgreen (Dinamarca)
  • 14:42.00 Lawson Craddock (EUA)
  • 14:43.30 Patrick Bevin (Nova Zelândia)
  • 14:45.00 Alex Dowsett (Grã-Bretanha)
  • 14:46.30 Rémi Cavagna (França)
  • 14:48.00 Wout van Aert (Bélgica)
  • 14:49.30 Stefan Küng (Suíça)
  • 14:51.00 Tom Dumoulin (Países Baixos)
  • 14:52.30 Filippo Ganna (Itália)
  • 14:54.00 Rohan Dennis (Austrália)
O título que faltava

O contra-relógio feminino abriu hoje os Mundiais em versão reduzida, de Imola, cidade que substituiu Aigle-Martigny depois dos organizadores suíços terem cancelado devido às restrições impostas no país com a pandemia. Itália irá receber apenas os contra-relógios e provas de fundo de elite e esta quinta-feira Anna van der Breggen conquistou uma das poucas grandes vitórias que lhe faltava.

A ciclista dos Países Baixos foi a mais forte nos 31,7 quilómetros em 40:20 minutos, com a suíça Marlen Reusser a ficar a 15 segundos do primeiro lugar e a compatriota de Van der Breggen, Ellen van Dijk, a fechar o pódio, a 31 segundos.

A campeã de 2019, a americana Chloe Dygert, sofreu um acidente aparatoso. Perdeu o controlo da bicicleta numa descida, embateu numa barreira, caindo para o lado contrário. Foi transportada para o hospital, com a federação a avançar que a atleta estava consciente. Aquando da publicação deste texto, não haviam sido divulgados mais pormenores sobre o estado de saúde de Dygert.

Classificação completa, via ProCyclingStats.


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