15 de maio de 2016

EUA à reconquista do prestígio

Ano após ano, competição após competição e ciclistas de uma nova geração de qualidade. Os EUA têm vindo a reconquistar o prestígio perdido após o escândalo Lance Armstrong e, cujos os problemas tinham começado anos antes com Floyd Landis. Tem sido nas suas provas que os EUA têm aos poucos voltado a chamar a atenção para o seu ciclismo. E a Volta à Califórnia é um bom exemplo disso. As equipas World Tour não só vão aparecendo em maior número, como levam algumas das suas principais figuras. O senão é que equipas da casa acabam por ficar de fora, mas a projecção que esta competição tem dado à modalidade no país tem compensado.

Realizar uma prova quando se está a disputar a Volta a Itália e quando muitos estão concentrados a preparar o Tour é sempre um risco, ainda mais quando implica viajar para outro continente. Porém, a Volta à Califórnia tem evoluído de forma a ser vista ideal para alguns ganharem ritmo a pensar no Tour - não tanto um Chris Froome ou Alberto Contador, mas mais uma segunda linha, ou então sprinters - e para outros aproveitarem para ganharem experiência - tem sido uma prova que tem revelado muitos jovens talentos.

Naturalmente que terá ajudado bastante Peter Sagan (Tinkoff) ter ganho um gosto especial por esta competição. 13 vitórias de etapa e uma surpreendente conquista da geral em 2015 tornaram-no num dos favoritos em terras americanas e tendo em conta que é um dos preferidos em todo o mundo, Sagan transformou-se quase na imagem da Califórnia... apesar de ser eslovaco. E este ano terá envergada a camisola de campeão do mundo. Mais uma conquista para a Califórnia, ou melhor duas, pois o campeão do mundo de contra-relógio também estará presente: Vasil Kiryienka (Sky).

Mas para se ter uma melhor noção de como a Califórnia atrai grandes nomes do ciclismo nacional, aqui ficam alguns exemplos: Tom Boonen (Etixx-QuickStep), Mark Cavendish (Dimension Data), Alexander Kristoff (Katusha), Greg van Avermaet (BMC), John Degenkolb (Giant-Alpecin - que vem à procura de ganhar forma após uma longa paragem), Byan Coquard (Direct Energie) e a revelação deste ano Dylan Groenewegen (Lotto-Jumbo).

Claro que há um nome ainda a referir, mas tendo em conta que tem aproveitado nos últimos tempos a sua equipa para quase descontrair na estrada enquanto pensa na medalha olímpica na pista, Bradley Wiggins é, naturalmente, cabeça de cartaz, mas não estará para lutar pela vitória. Continuará o seu papel de ensinar os seus jovens colegas.

Os americanos estão para ganhar

Com uma Volta à Califórnia (de 15 a 22 de maio) mais montanhosa, ou seja, Peter Sagan voltará à missão de conquistar etapas, sem ambição à geral, os principais candidatos acabam por ser da casa. E não são uns desconhecidos. Andrew Talansky (Cannondale) lidera a lista de favoritos, com Brent Bookwalter (BMC) a dar-se bem quando regressa a casa. Taylor Phinney (BMC) é um dos ciclistas mais acarinhados no seu país. Não será expectável vê-lo lutar pela vitória, mas apontará a alguma etapa.

Os outros favoritos

Depois de ver Peter Sagan tirar-lhe a vitória há um ano, Julian Alaphilippe (Etixx-QuickStep) parte como um dos principais candidatos. O jovem francês fez uma boa época de clássicas e já demonstrou que também tem capacidade para as provas de uma semana. Apesar de ser Peter Stetina o líder da Trek-Segafredo, atenção ao colombiano Julián Arredondo. Não está a ter um 2016 muito positivo, mas os terrenos californianos poderão beneficiá-lo.

Os portugueses

Tiago Machado e Ruben Guerreiro serão os representantes lusos. Enquanto o ciclista da Katusha deverá estar mais preocupado em proteger Alexander Kristoff e a dar uma ajuda a Jurgen van den Broeck nas montanhas, Guerreiro estará desejoso de se mostrar. Está a ser um excelente ano para o jovem de 21 da Axeon Hagens Berman: ganhou uma prova de um dia em Itália e foi terceiro na Liège-Bastogne-Liège em sub-23. A equipa de Axel Merckx tem sido uma das que mais tem revelado novos talentos.


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