21 de maio de 2016

Andrey Amador lidera sem ser líder

(Fotografia: Twitter @Movistar_Team)
Tentou atacar, chegou a ficar para trás, recuperou já perto do fim e terminou com o grupo dos favoritos, no qual não estava Bob Jungels (Etixx-QuickStep). Numa etapa de grande sofrimento - para todos - Andrey Amador fez um pouco de história: é a primeira vez que um ciclista da Costa Rica veste a camisola da liderança de uma grande volta.

Na quinta-feira, Eusebio Unzué, director desportivo da Movistar, disse que tanto Alejandro Valverde (36 anos) como Andrey Amador (29) são líderes, tentando assim evitar que o bom Giro do costa-riquenho se torne num problema de liderança. Portanto, num dia ambos são líderes da equipa; no dia seguinte, Amador é mesmo líder, mas da Volta a Itália, no entanto diz que o líder indiscutível da equipa é Valverde. Até disse que espera que o colega o suceda a usar a maglia rosa. De líder em líder, a Movistar começa a mostrar toda a sua força e o discurso de Amador nem surpreende e nem confunde nada as coisas.

O costa-riquenho (quarto há um ano no Giro e venceu uma etapa em 2012) demonstra respeito por Valverde (que faz a sua estreia) e principalmente retira pressão a ele próprio. Afinal ao chegar à liderança já alcançou um feito. Ganhe ou não ganhe no final. A pressão está do lado de Valverde. É o espanhol de quem se espera uma vitória. Se falhar, era ele o líder e responsável por tal. Se Amador ganhar... ele não era líder, não o tinha que fazer. Quanto muito era um plano B que acabou por estar melhor que o plano A. E com tanto ainda por subir neste Giro, Amador faz bem em mostrar humildade. Pois esta camisola rosa não está a ficar muito tempo no corpo de um ciclista.

E tendo em conta os tempos, muito pode mudar já este sábado: Jungels está a 26 segundos (sofreu, perdeu a liderança, mas continua na luta, nem que seja pelo top dez), Vincenzo Nibal (Astana) a 41, Alejandro Valverde e Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo) a 43. Todos os outros já estão a mais de minuto e meio.

"É um dia especial para mim e histórico para o ciclismo da Costa Rica. Apesar de sermos um país pequeno temos muita tradição no ciclismo. Sei que as pessoas estão a apoiar-me nos bons e maus momentos", afirmou Amador. E sobre Valverde: "Viemos para o Giro com o Alejandro como líder indiscutível. Sabemos que é um ciclista fenomenal e a equipa está em grande forma."

E está mesmo. Já lidera a classificação das equipas e tem outro ciclista numa luta diferente. Giovanni Visconti quer voltar a conquistar a classificação da montanha e na 12ª etapa atacou, terminou em segundo e conquistou muitos pontos, aproximando-se de Damiano Cunego (Nippo-Vini Fantini). São 18 os que os separam. Porém, vamos ver que liberdade terá o italiano quando tem dois colegas a lutar pelo Giro. Esta Movistar tem esta capacidade de gerir os seus ciclistas de forma a que todos tenham as suas oportunidades, mas que se mantenham focados nos principais objectivos.


Sky não perde tempo a reagir ao abandono de Mikel Landa

Na primeira de três etapas infernais, a Sky começou a tentar compensar estar fora da luta pela geral desde o abandono de Mikel Landa, devido a uma gastroenterite. Foi outro espanhol que assumiu na 13ª etapa - que ligou Palmanova a Cividale del Friuli (170 quilómetros) - a responsabilidade de salvar a honra da equipa britânica. E fê-lo de forma brilhante. Entrou na fuga e acabou por atacar, não tendo medo de ir sozinho. Não desceu de forma brilhante, mas foi o suficiente para manter Visconti a uma distância segura.

A Sky respira de alívio. Nem tudo ficou perdido com a saída de Landa, mas será de esperar novas tentativas, até porque além de Nieve (que somou a segunda vitória da carreira no Giro), Nicolas Roche e Sebastián Henao podem também tentar a sua sorte. Nenhum deles tem qualquer aspiração que não seja ganhar etapas.

Quanto aos favoritos, Bob Jungels (Etixx-QuickStep) foi quem esteve pior e isso custou-lhe a camisola rosa, mas a liderança da juventude está segura, por agora, pelo menos Davide Formolo (Cannondale) não parece quer baixar os braços.

Vincenzo Nibali (Astana) foi quem mais atacou. Aproveitou as descidas para tentar fazer diferenças, mas praticamente todos se seguraram, com maior ou menor dificuldade. Mas a etapa serviu para Nibali dizer que está presente e está para vencer. Era o que se pedia ao italiano.


Giro d'Italia 2016 - Stage 13 - Highlights por giroditalia


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