14 de maio de 2016

Volta a Itália. Um fim-de-semana ainda mais importante (e animado) do que o previsto

O contra-relógio de domingo é uma das etapas mais esperadas da Volta a Itália. Apontado como um potencial momento para se fazer diferenças entre os favoritos, com a meia surpresa chamada Tom Dumoulin (Giant-Alpecin), pode antes ser um momento em que os principais candidatos têm de fazer uma gestão de danos. E, por isso mesmo, a etapa deste sábado tem uma importância ainda maior: uma segunda categoria perto do fim e um pouco de sterrato para animar e oferecer uma maior dose de imprevisibilidade à corrida.

Não só terá de haver a preocupação para garantir que Dumoulin não volta a fazer como no Roccaraso, onde atacou e ganhou tempo, como será quase obrigatório tentar recuperar tempo perdido para o holandês, até porque a probabilidade de no domingo voltar a perder, é grande.

Esperar pela última semana poderá revelar ser um erro se Dumoulin conseguir chegar a essa fase com mais de um minuto de avanço. Para já é Mikel Landa (Sky) quem está em maiores apuros. Já tem 1:08 de atraso e com 40 quilómetros de contra-relógio pela frente, se perder menos de dois minutos para Dumoulin será uma pequena vitória. Ainda assim, poderá começar a ser de mais para o espanhol.

Mas mesmo com menos de um minuto para o camisola rosa, Alejandro Valverde (Movistar) - a 41 segundos - e Vincenzo Nibali (Astana) - a 47 - estão proibidos de ceder. Principalmente o italiano. Valverde ainda não se mostrou, mas tem sido o melhor do trio de favoritos. Já Nibali cometeu aquele erro táctico no Roccaraso, ficando também algumas dúvidas sobre a sua condição física. Para aumentar a pressão, o colega Jakob Fuglsang é segundo na geral a "apenas" 26 segundos do líder o que poderá dar ideias à Astana de, eventualmente, querer manter o seu plano B bem posicionado, no caso de Nibali falhar.



Porém, não são só os considerados principais favoritos à partida do Giro que têm de fazer algo. Rigoberto Uran (Cannondale), Johan Esteban Chavez (Orica) e Rafal Majka (Tinkoff) não poderão ficar muito na expectativa se realmente querem apresentar uma candidatura. Talvez ninguém esperasse de na oitava ter a necessidade de ser tão pró-activo, o que só ajudará ao espectáculo que já se esperava para esta tirada.

Mais descansados poderão estar Ilnur Zakarin (Katusha), Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo) e Bob Jungels (Etixx-QuickStep). Descansados numa perspectiva de estarem numa posição em que podem controlar mais a corrida, ainda que no caso de Zakarin será quase praticamente irresistível para o russo atacar, se se sentir bem.




Quanto à subida, o Alpe di Poti (imagem em cima) terá cerca de 10 quilómetros, 6,4 dos quais em terra batida. Numa primeira fase, a inclinação chegará aos 14%, mas depois tornar-se-á menos complicada. Atenção ainda à descida, que levará os ciclistas rapidamente até aos últimos metros.

Perante o que tem acontecido neste Giro, é difícil prever qualquer desfecho na etapa que liga Foligno a Arezzo (186 quilómetros). Que comece o espectáculo!


Giro d'Italia 2016 - Stage 8 por giroditalia

André Greipel vence e a Lotto Soudal soma o terceiro triunfo consecutivo

Foi o sprint mais espectacular até ao momento. Até agora, as duas vitórias de Marcel Kittel (Etixx-QuickStep) e o triunfo de André Greipel tinham sido alcançados com enorme autoridade. Basicamente, mais ninguém teve hipótese. Mas não foi o que aconteceu em Foligno. Foi uma disputa na qual Greipel só ganhou vantagem já muito perto da meta e teve de fazer uma ziguezague impressionante para se meter na roda de Sacha Modolo (Lampre-Merida) para depois sprintar para a sua segunda vitória (quinta na carreira no Giro).

Certamente que haverá alguma frustração por parte de Modolo e de Giacomo Nizzolo (Trek-Segafredo), que não encontram forma de bater os alemães. Já a Lotto Soudal soma três vitórias consecutivas, ou seja, aconteça o que acontecer, a equipa belga já tem um Grio muito positivo.

Para Greipel é a demonstração que está forte e até lidera a classificação dos pontos, roubando a camisola vermelha a Marcel Kittel. O Gorila, como é conhecido, vai deixando credenciais no ano em que os Mundiais são perfeitos para os sprinters. Mas há um problema: Greipel voltou a não ter um frente-a-frente com Kittel. O ciclista da Etixx teve um furo a cinco quilómetros do fim e ficou fora da discussão.
Agora é esperar que nem um, nem outro resolvam abandonar o Giro para começar a pensar no Tour. É que perante os resultados dos dois, já só se quer vê-los sprintar juntos e ver quem está mais forte. E a etapa 11 (quarta-feira) e 12 são perfeitas para isso.

Relativamente à geral, só Chavez perdeu nove segundos e saiu do top dez, aproveitando Uran. Na montanha, Damiano Cunego (Nipp-Vini Fantini) perdeu a camisola azul para Tim Wellens (Lotto Soudal).


Tappa 7 - Highlights por giroditalia

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