8 de maio de 2016

Sim, Kittel ganhou... mas por breves momentos parecia que ia perder!

(Fotografiaa: Twitter: @Etixx_QuickStep)
A pergunta que se impõe é: como bater Marcel Kittel? Teremos de esperar para ver se alguém encontra a resposta, porque neste momento essa parece ser: não se bate. Na primeira chegada ao sprint na Volta a Itália (segunda etapa) até ficou a ideia que se Kittel não tivesse parado de pedalar teria conseguido ganhar um ou dois segundos. Sim, porque ganhou tal margem que se deu ao luxo de simplesmente deslizar com os braços abertos até à meta, enquanto atrás de si, todos pedalavam furiosamente.

Por momentos, breves momentos, as coisas nem pareciam estar muito a favor do alemão da Etixx-QuickStep. Estranhamente o comboio não funcionou. Kittel não ia conseguir ir ao sprint? Por momentos pareceu que sim. Mas foi uma espécie de ilusão de óptica. Enquanto outras equipas iam colocando os seus sprinters nos quilómetros finais, Kittel nem vê-lo. A FDJ foi a única que conseguiu constituir um comboio para Arnaud Démare. Quem agradeceu no final foi... Kittel. Lá apareceu, ainda ficou ligeiramente bloqueado já perto do fim, mas escolheu a roda do francês e quando arrancou... bom, rapidamente se percebeu que o sprint seria para o segundo lugar. O primeiro estava mais do que entregue.

O fosso entre Kittel e os restantes sprinters nesta etapa foi simplesmente abismal. Apesar de ser uma competição com muita montanha, a verdade é que também há várias oportunidades para os homens rápidos e, assim, Kittel arrisca-se a sair de Itália com mais quatro ou cinco vitórias. Pormenor: o alemão quer vestir a camisola rosa - se vencer este domingo cumpre esse objectivo, com a ajuda das bonificações, e Tom Dumoulin (Giant-Alpecin) terá de entregar o símbolo da liderança -, no entanto, não parece minimamente interessado em lutar pela classificação dos pontos. Nos sprints intermédios limitou-se a ver os seus adversários. Kittel ficou descansado no pelotão.

Enquanto o alemão se preocupa em estudar as etapas para as ganhar, os restantes não só têm de fazer o mesmo, como têm de procurar um antídoto para o domínio deste sprinter do outro mundo. Ainda assim, certamente que haverá uma conversa sobre a falha do normalmente tão eficaz comboio da Etixx. Kittel até elogiou os colegas pela forma como o colocaram, mas não houve aquele alinhamento azul tão habitual.

A história desta segunda etapa resume-se mesmo a isto: Kittel é fantástico e se alguém conseguir ganhar-lhe um sprint, então essa vitória no Giro será ainda mais valiosa. O resto da tirada foi perfeitamente normal: uma fuga (três ciclistas); um pelotão que até chegou a ter mais de oito minutos de atraso (um pouco mais do que o normal); as equipas dos sprinters perseguiram; Omar Fraile (Dimension Data) aproveitou estar na frente para ser o primeiro líder da montanha; os fugitivos foram apanhados (Giacomo Berlato, da Nippo - Vini Fantini, ainda deu algum tempo mais de antena ao patrocinador); lançou-se o sprint; Kittel ganhou. Tudo muito normal!

Mas o melhor é ver ou rever o sprint poderoso de Kittel.


Stage 2 - Highlights por giroditalia


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