3 de maio de 2016

Marcel Kittel: a doença, a saída da Giant e a pressão da Etixx

Kittel venceu duas etapas na Volta ao Algarve
Quando daqui a uns anos se verificar as vitórias de Marcel Kittel e se vir que em 2015 só consta uma, até se poderá pensar que se trata de um erro. O ano passado foi tão mau para o sprinter alemão que o próprio admite que, se calhar, o melhor seria esquecer. Mas não. Kittel confessou que tirou lições daquele que disse ser "o pior ano da carreira".

Kittel recordou recentemente a doença que o afastou da competição durante parte 2015 e como a relação com a Giant-Alpecin se foi deteriorando ao longo do ano, de tal forma que optou por sair. Em declarações publicadas no site Velonews, o sprinter salientou que a doença limitou o seu treino e quando finalmente se começou a sentir melhor - na Volta à Polónia, em Agosto, onde conquistou a única vitória de etapa e também a classificação por pontos - "já era tarde".

"Talvez fosse mais fácil apenas esquecer [2015], mas eu tentei aprender algumas lições. Olho para o que aconteceu, vejo como as coisas correram mal e tento tirar algo de positivo. Bem, não quer voltar a ficar doente!"

Quanto à saída da Giant, que foi uma das grandes surpresas do mercado de transferências, Marcel Kittel considerou que foi a melhor opção para as duas partes, tendo aproveitado o facto da Etixx-QuickStep estar à procura de um sprinter, numa altura em que não ia renovar com Mark Cavendish: "Chegou a um ponto que não iria funcionar para ninguém. Foi um sentimento que foi crescendo durante o ano. No fim, todos concordaram em começar de novo, todos podiam seguir o seu caminho. Penso que foi bom para mim e para a equipa."

Para Kittel foi certamente. Já para a Giant, que ainda não ganhou este ano, talvez não tenha sido... O sprinter alemão, de 27 anos, soma sete vitórias, mais a classificação geral da Volta ao Dubai, também a camisola dos pontos que conquistou igualmente na Volta ao Algarve. Nas provas em que participou, só no Paris-Nice não ganhou. E as vitórias foram extremamente importantes para Kittel. "Havia pressão [para ganhar], mas há sempre pressão quando se é um sprinter, por isso, era importante ganhar o mais cedo possível. Há sempre dúvidas quando se está longe da bicicleta durante tanto tempo", afirmou, elogiando a forma como a equipa prepara os seus sprints.

A Volta a Itália (duas vitórias de etapa) - que começa esta sexta-feira - e a Volta a França (oito) estão no calendário de Kittel. Já a Volta a Espanha, o alemão disse que dado praticamente não existirem etapas para puros sprinters, então quase não vale a pena ir. Precisamente sobre cada vez mais as tiradas que normalmente era planas e que agora muitas vezes têm pequenas dificuldades, Kittel preferiu não se queixar. Porém, afirmou que a Milano-San Remo - o monumento normalmente considerado como o dos sprinters - é cada vez mais feita para ciclistas como Peter Sagan.

Houve ainda tempo para falar sobre Tom Boonen. "Ele é uma referência para mim", referiu, acrescentando que o belga é um ciclista de equipa e que se tiver de trabalhar para lhe preparar o sprint, fá-lo-á. "Espero ter a mesma satisfação a pedalar durante seis horas por dia quando tiver naquela fase da carreira. É notório que o Tom aprecia. Ele está a divertir-se e nem todos o conseguem fazer."

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