21 de março de 2017

"Nota-se uma pressão que não se tinha antes. Agora os adeptos de futebol também seguem a equipa. Mas isso é muito bom"

Alejandro Marque sente que regressou a casa. Foi no Tavira que viveu alguns dos melhores momentos da sua carreira, ainda que a Volta a Portugal que conquistou em 2013 tenha sido ao serviço da OFM-Quinta da Lixa. Desde o momento da apresentação na cidade algarvia que o espanhol começou a reviver um passado que o marcou. "Sempre foi uma equipa onde fui muito bem tratado", confessou ao Volta ao Ciclismo. Começou a época muito bem e aos 35 anos disse estar num projecto que o motiva. Garantiu ainda que apesar da equipa ter três ciclistas com potencial para ganhar a Volta a Portugal, que não haverá nenhum problema de liderança e que todos estão focados em concretizar o objectivo do Sporting-Tavira.

Porém, neste regresso à estrutura do Tavira há uma grande diferença: o peso do nome Sporting. Alejandro Marque não esconde que é diferente vestir de verde e branco e de ter o símbolo do leão. "Nota-se uma pressão que não se tinha antes. Agora os adeptos de futebol também seguem a equipa", referiu o ciclista que, contudo, acrescenta de imediato: "Isso é muito bom, pois acaba por haver muito mais retorno." Marque fala ainda da reacção das pessoas quando vêem, por exemplo, o carro da equipa, que tanto pode ser de aplausos, como de assobios por parte de prováveis adeptos de outros clubes.

"Estive com o Joni Brandão na Efapel e na altura combinámos uma liderança partilhada e terminámos no segundo e terceiro lugar"

Com a longa experiência que tem no ciclismo, pressão é algo com que está habituado a conviver. "Voltar aqui é importante e motivador", disse. E nota-se. Marque tem aparecido sucessivamente no top 20 das corridas em que tem sido chamado, com destaque para o 13º lugar tanto na Volta ao Algarve, como depois na Volta ao Alentejo. "De mim podem esperar dedicação. Sou muito profissional e tento trabalhar ao máximo para que os resultados apareçam. Espero que assim seja e que consiga muitas vitórias para o Sporting-Tavira", realçou.

No entanto, a palavra "eu" não é a mais importante, mas sim o grupo, o Sporting-Tavira. Para Alejandro Marque é excelente estar numa equipa com três ciclistas com capacidade para ganhar a Volta a Portugal. Além dele, Joni Brandão e o italiano Rinaldo Nocentini, que tem sido o corredor da equipa algarvia em destaque neste início de temporada. Mas o espanhol salientou que estão concentrados e unidos em garantir que o Sporting-Tavira saia vencedor, independentemente do ciclista que der essa vitória.

Assegurou, por isso, que o entendimento entre os potenciais líderes é completo e dá o exemplo do que aconteceu em 2015. "Estive com o Joni Brandão na Efapel e na altura combinámos uma liderança partilhada e terminámos no segundo e terceiro lugar [vantagem para o português]. Creio que a nossa relação continua a ser boa. Não temos nenhum tipo de problema e o objectivo principal é ganhar pela equipa. Não vamos deixar que os nossos objectivos individuais coloquem de parte os do Sporting-Tavira. Queremos vencer com esta camisola", frisou.

O ciclista espanhol regressou à estrutura do Tavira depois de no ano passado ter estado na LA Alumínios-Antarte, onde não conseguiu encontrar a sua melhor forma, ficando inclusivamente fora do top dez na Volta a Portugal. Alimenta o sonho de voltar a conquistar a principal prova nacional, mas recorda os grandes momentos que viveu no Tavira entre 2008 e 2010 quando foi uma peça fundamental na equipa que ajudou David Blanco a conquistar três vitórias consecutivas na Volta a Portugal, (viria a vencer também em 2012, mas já na Efapel). "Aqui persiste o bom ambiente que se vivia então na equipa. Foi inesquecível contribuir para aquelas vitórias", recordou.


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