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Froome está a tentar manter-se afastado da polémica. Até quando?
(Fotografia: Facebook Chris Froome) |
O cerco está a apertar-se em redor da Sky. De pouco serviu alguns ciclistas, como Geraint Thomas, terem apoiado publicamente Dave Brailsford depois de ter sido publicada a notícia que alguns corredores estariam a ponderar pedir o afastamento do homem forte da equipa. Agora veio a público que Chris Froome terá recusado assinar um documento que deveria reforçar a ideia que toda a equipa apoia Brailsford. Segundo dois meios de comunicação social britânicos, os responsáveis resolveram não publicar o comunicado para não aumentar ainda mais o embaraço que vive o director. Mas a Sky revelou a carta e documentos enviados ao Ministério Público sobre as suspeitas que rodeiam alegados medicamentos dados a Bradley Wiggins. Na carta lê-se que Brailsford admite que foram cometidos erros e que a equipa aceita as responsabilidades.
"Alguns membros do staff não cumpriram com todas as políticas e procedimentos que existiam na altura. Lamentavelmente, esses erros significam que não fomos capazes de providenciar a documentação completa que deveríamos ter sobre determinada corrida. Aceitamos toda a responsabilidade", lê-se na carta, citada pelo Velonews. No entanto, Brailsford salienta que esse erro não significa que tenha sido cometida alguma ilegalidade relativamente à utilização substâncias que fossem proibidas. "Muitas das suposições que surgiram sobre a forma como actua a Team Sky são incorrectas e as implicações não são verdadeiras. Há uma grande diferença entre falhas no processo e irregularidades. O nosso comprometimento para com a luta contra o doping tem sido um dos objectivos da Sky desde a sua criação. A nossa missão é competir e ganhar de forma limpa e foi o que fizemos durante oito anos", escreveu Brailsford.
O mal-estar na equipa começa a ser difícil de esconder. O arrastar da situação, as explicações muito pouco esclarecedoras, a pressão do Ministério Público e as constantes notícias publicadas são vistos como factores destabilizadores. Por essa razão é que alguns ciclistas estarão a pensar pedir o afastamento de Dave Brailsford, que acaba por estar no centro de toda a polémica. Segundo o Telegraph e o Daily Mail, entre os dez corredores - dos 28 que compõem o plantel da Sky - que não terão assinado o comunicado de apoio ao homem forte da equipa está Chris Froome. É a grande figura da Sky, mas também tem sido o que mais tem feito para se demarcar das suspeitas, pois não quer que os seus triunfos sejam colocados em causa.
Froome está longe da competição há algum tempo, estando a treinar na África do Sul, longe dos holofotes mediáticos. Nas redes sociais vai dando conta do seu dia-a-dia, mas sem nunca se referir à instabilidade que se vive na Sky. E por esta altura da temporada, a palavra instabilidade começa a ganhar força, pois com as atenções mais centradas nas suspeitas do que nas exibições desportivas, a verdade é que os resultados na estrada neste ano estão a ser uma desilusão. Em 2016, por esta altura, a equipa contava com 10 vitórias, incluindo a conquista do Paris-Nice. Este ano soma cinco, mas quase todas de menor importância, exceptuando a vitória de Michal Kwiatkowski na Strade Bianche e o título nacional de Sergio Henao. O colombiano ainda está na luta pelo Paris-Nice, mas tem 1:05 de desvantagem para o líder, Julian Alaphilippe (Quick-Step Floors).
Com a investigação a decorrer, a polémica estará longe de terminar e começa a colocar-se a questão do futuro da equipa e, mais a curto prazo, de alguns ciclistas. Chris Froome, por exemplo, é muito minucioso na sua preparação e sempre pautou o seu discurso por um ciclismo limpo, querendo ser um exemplo disso mesmo. O contrato termina apenas em 2018, mas será que o britânico está disposto a continuar? É muito cedo para entrar nestas alegações, mas a pressão que Froome sofreu durante o Tour de 2015, em que teve de lidar com cuspidelas e agressões por suspeitas que a Sky estava a recorrer a substâncias dopantes, certamente que é algo que não esquece e o que acontecer na estrada este ano poderá definir a posição de um Froome que até agora tudo está a fazer para se manter afastado de um polémica que não irá conseguir evitar para sempre.
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