19 de março de 2017

Volta a França perde mais um dos seus campeões

(Fotografia: Direitos reservados)
Roger Pingeon preparava-se para celebrar o 50º aniversário da sua vitória na Volta a França, num 1967 que teve tanto de bom para celebrar, como ficou marcado por um dos momentos mais trágicos do ciclismo. Foi o ano da morte de Tom Simpson no Mont Ventoux, na 13ª etapa, de quem o francês era colega na Peugeot, ainda que no Tour estivessem a representar as respectivas selecções. Nessa altura, Pingeon já tinha vestido a camisola amarela, numa fuga solitária brilhante no quinto dia. Conhecido pelas suas longas pernas, o francês era visto como um ciclista muito inteligente na forma como abordava as corridas. No entanto, em termos de grandes vitórias, acabou por acontecer tudo num curto espaço. Tão rapidamente se transformou num dos grandes nomes do pelotão, como acabou por se ir eclipsando.

O ano seguinte à sua grande vitória, o ciclista gaulês debateu-se com dores nas costas, mas ainda assim venceu duas etapas no Tour e esteve perto de se sagrar campeão do seu país. Em 1969, Pingeon venceu a Volta a Espanha e depois ficou em segundo no Tour, atrás de Eddy Merckx. Seria o seu último pódio numa grande volta, tendo somado quatro etapas na Volta a França e outras duas na Vuelta quando se retirou em 1974. Deixou a competição e tornou-se comentador televisivo. "Era uma pessoa humilde e que se integrou muito bem nesta comunidade", salientou  Georges Gouly, presidente da câmara de Beaupont, localidade perto dos Alpes onde vivia Pingeon. Foi Gouly quem confirmou a morte do antigo ciclista neste domingo, depois de sofrer um ataque cardíaco às quatro da manhã.

Em poucos meses a Volta a França perdeu três dos seus campeões. Em Dezembro foi Ferdi Kübler (97 anos, vencedor em 1950) e no mês passado Roger Walkowiak (89 anos, campeão de 1956). São 23 os ciclistas que venceram o Tour que continuam vivos, sendo o mais velho o espanhol Federico Bahamontes. Venceu a corrida em 1959 e tem 88 anos.


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