10 de outubro de 2016

O sonho do World Tour de Daniel Viegas e João Almeida pode muito bem começar no Qatar

Um voltista e um classicista. Daniel Viegas e João Almeida sonham alto, sem no entanto deixarem-se levar por uma ambição desmedida. Sabem o que querem e sabem o quanto terão de trabalhar para concretizar os objectivos. Daniel quer um dia estar na Volta a França. Já João prefere as clássicas e quer enfrentar o inferno do norte do Paris-Roubaix. Daniel quer também tornar-se num contra-relogista e talvez seguir os passos de Nelson Oliveira.

Esta terça-feira, os juniores portugueses (ambos com 18 anos) partem para o contra-relógio nos Mundiais do Qatar, tendo também agendada a presença na prova de fundo, na sexta-feira, na companhia de Pedro Teixeira. Os dois ciclistas do Clube de Ciclismo da Bairrada são repetentes nestas andanças dos Mundiais, pelo que não deixam transparecer grande nervosismo ou ansiedade. É mais entusiasmo que sentem por voltarem a estar num palco que sabem poder ser importante para os seus futuros.

O objectivo é tentar melhorar os resultados de há um ano. "Esta ano evolui bastante. Sinto-me melhor e com maior capacidade. O percurso [da prova de fundo] não é bom para mim, é sempre a rolar, mas nunca se sabe. É um campeonato do mundo e a sorte também tem a sua influência", referiu Daniel Viegas ao Volta ao Ciclismo. Já João Almeida - que venceu a Volta a Portugal do seu escalão - afirmou que o percurso é melhor para ele, contudo, admitiu que nunca competiu num como o de Doha: "Não estou habituado, será uma nova experiência."

João explicou como será enfrentada a corrida de 135,5 quilómetros: "Primeiro vamos tentar chegar integrados no pelotão. Depois vamos tentar o melhor lugar possível no sprint, que é provavelmente como irá terminar." Acrescentou que  estão "mais ou menos habituados ao ritmo" deste tipo de provas, ainda mais tendo este ano competido em algumas competições no estrangeiro pela equipa e também em duas pela selecção.


O calor é, naturalmente, uma preocupação, mas João Almeida rapidamente dispara: "Sou do Algarve. Estou mais habituado do que a maior parte dos ciclistas." Porém, realçou que em Doha é muito diferente. "O país é outro, as pessoas são outras, as comidas são diferentes. Mas há países que têm alguma desvantagem, pois têm frio o ano todo!"

Mesmo estando ainda no escalão de juniores, ambos têm consciência que a participação em Mundiais poderá ser relevante para o futuro na modalidade. "Somos novos, mas é agora que se faz a diferença e um bom resultado pode definir muito a nossa carreira", salientou Daniel Viegas, que assegurou que "irá lutar" para chegar ao pelotão do World Tour. "É preciso muito trabalho e também muita sorte para encaixar nesse pelotão. Se calhar há um milhão de ciclistas e só lá estão 200 ou 300", acrescentou João Almeida.

Para já é o momento de se mostrarem em mais um Mundial para depois continuarem a trabalhar e tentar confirmar as expectativas de serem mais dois jovens talentos a emergir no ciclismo nacional.

»»Nelson Oliveira: "Vou dar o meu máximo para obter um bom resultado, mas não quero dar esperanças aos portugueses de um top dez ou um top cinco"««

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