11 de outubro de 2016

Os principais candidatos ao título mundial de contra-relógio

Kiryienka foi um campeão discreto, mas já surpreendeu em 2015...
(Fotografia: Team Sky)
Falta Fabian Cancellara que optou por sair em grande com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. No entanto, a ausência do suíço não tirará qualquer mérito a quem conquistar a camisola arco-íris no contra-relógio desta quarta-feira, no calor de Doha. Poderá estranhar-se não se ver Cancellara (e também Chris Froome, medalha de bronze no Rio de Janeiro), mas não faltam candidatos de luxo a um título que será difícil imaginar ver Vasil Kiryienka voltar a conquistar. Aqui ficam os principais candidatos, entre os quais se inclui Nelson Oliveira. Porém, não será de colocar de parte a possibilidade de uma surpresa, pois afinal serão 40 quilómetros feitos com temperaturas a rondar os 38 graus e com o vento a ameaçar ter um papel de destaque. Com estes ingredientes... tudo é possível.

Rohan Dennis (26 anos, Austrália)

O ciclista da BMC teve de ultrapassar a frustração de um quinto lugar nos Jogos Olímpicos, pois um problema mecânico retirou-lhe uma medalha que parecia certa. No entanto, este poderá muito bem ser o ano de Rohan Dennis, que já terminou no top dez em Mundiais. É o campeão australiano e somou bons resultados no ano todo em contra-relógios, confirmando-se como um dos melhores da especialidade.

Tom Dumoulin (25 anos, Holanda)

A medalha de prata nos Jogos Olímpicos não o deixou completamente satisfeito, ainda que tenha sido um feito tendo em conta que semanas antes, na Volta a França, tinha fracturado o braço. Neste final de temporada Dumoulin não se tem mostrado na melhor forma. Porém, soma vitórias em contra-relógios no Giro e no Tour. O percurso plano não o deverá deixar muito animado, ainda assim, este holandês tem uma grande ambição e um título mundial seria perfeito para terminar o ano, daquele que já é um dos melhores contra-relogistas mundiais.

Tony Martin (31 anos, Alemanha)

Já não é o Tony Martin de outrora, mas o alemão ainda tem algo para dar. Prepara-se para uma nova fase da carreira, agora na Katusha, mas Martin será sempre recordado como um dos melhores da história, tendo ganho a camisola do arco-íris entre 2011 e 2013, além dos três títulos por equipa, o último alcançado no domingo, sempre pela Etixx-QuickStep. No entanto, Martin deu algumas indicações neste final de temporada que a sua forma poderá colocá-lo na luta por mais um título, ou pelo menos pelo pódio.

Alex Dowsett (28 anos, Grã-Bretanha)

Não foi um ano auspicioso para o britânico, apesar de ter conquistado pela quarta vez o título nacional. De resto, só conseguiu uma vitória no contra-relógio da Volta à Polónia, que certamente saberá a pouco para o antigo recordista da hora. A ausência no Tour deixou-o aborrecido com as escolhas de Eusebio Unzué, director desportivo da Movistar, desanimando ainda mais o ciclista. Porém, Dowsett é, sem dúvida, um dos melhores contra-relogistas da sua geração e um nome a ter em conta.

Jonathan Castroviejo (29 anos, Espanha)

Ficou perto de uma medalha olímpica, mas chegou aos primeiros Europeus abertos à elite e levou o título de campeão. Estamos a falar de um ciclista que foi duas vezes campeão espanhol (2013 e 2015) e que há um ano, nos Mundiais de Richmond, ficou na quarta posição. Castroviejo, companheiro de Dowsett na Movistar, é mais um que enveredou pelo discurso de Doha não ter um percurso que o favorece. Mas claro que avisou que irá dar tudo para tentar tornar-se no primeiro espanhol a sagrar-se campeão do mundo desde Abraham Olano, em 1998.

Taylor Phinney (26 anos, Estados Unidos)

Era considerado uma das grandes promessas dos Estados Unidos, mas desde a aparatosa queda nos campeonatos nacionais em 2014 e que ameaçou a sua carreira, Taylor Phinney tem tido dificuldades em mostrar o seu melhor. Este ano Phinney recuperou alguma da motivação perdida - foi campeão nacional pela terceira vez - e até escolheu deixar a BMC para em 2017 iniciar um novo capítulo na Cannondale-Drapac. Depois de ter perdido no domingo o contra-relógio por equipas para a Etixx-QuickStep, Phinney apostará muito forte no esforço individual.

Maciej Bodnar (31 anos, Polónia)

Aparece como um dos outsiders e muito devido ao terceiro título nacional conquistado este ano, mas principalmente com o sexto lugar nos Jogos Olímpicos. Ciclista experiente, falta saber como se adaptará às difíceis condições atmosféricas. Porém, é daqueles nomes que poderá muito bem ser autor de uma surpresa.

Primož Roglič (26 anos, Eslovénia)

Atenção a este jovem ciclista. Esta ano confirmou todo o seu potencial como contra-relogista ao vencer o esforço individual na Volta a Itália. É certo que a chuva prejudicou alguns dos favoritos que partiram mais tarde, ainda assim Roglič mostrou-se em grande nível e desde então que vem somando resultados interessantes. É o campeão esloveno da especialidade e certamente um outsider para a luta desta quarta-feira. Foi décimo nos Jogos Olímpicos.

Vasil Kiryienka (35 anos, Bielorrússia)

Entra neste lote de candidatos por ser o campeão em título. Há um ano surpreendeu tudo e todos ao conquistar a camisola do arco-íris. Apesar de lhe serem reconhecidas as qualidades de contra-relogista, nunca se imaginou que pudesse sagrar-se campeão mundial dada a concorrência. No entanto, foi dos campeões mais discretos que já se viu. A sua função na Sky sempre foi de protecção a líderes pelo que raramente teve a oportunidade de andar a fundo num contra-relógio. A prova foi o 120º lugar no esforço individual do Tour. Kiryienka tem algo a provar. Tem de demonstrar que não foi campeão por acaso e, por isso, espera-se que dê luta, mesmo que não repita o feito de 2015.

Nelson Oliveira (27 anos, Portugal)

Já é um nome de respeito entre os contra-relogistas mundiais. Este ano tem o terceiro lugar na etapa do Tour, o sétimo nos Jogos Olímpicos e o quarto nos Europeus. O percurso não é para as suas características e o próprio admitiu em entrevista ao Volta ao Ciclismo que não queria dar esperanças de um top dez ou top cinco. Porém, há sempre que esperar algo do português, cuja evolução no contra-relógio tem sido fantástica. Há um ano foi 13º nos Mundiais de Richmond, mas em 2014 terminou com o sétimo tempo e em 2013 foi 15º. Apesar de não querer elevar em demasia as expectativas, a verdade é que é difícil não esperar o melhor de Nelson Oliveira, mesmo num percurso tão plano. O português começará a sua prova às 15:03 locais, ou seja, às 13:03 em Portugal Continental e poderá assistir na RTP2.

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