8 de outubro de 2016

O polémico contra-relógio de equipas abre os primeiros Mundiais no Médio Oriente

A BMC parte como grande candidata a repetir o título de 2015
(Fotografia: Team Sky)
A temporada já vai longa, mas dada a escolha de Doha como palco dos Mundiais, as competições realizam-se cerca de um mês mais tarde do que o normal. O cansaço pode ser muito, mas a camisola do arco-íris é motivação suficiente para que o Qatar receba alguns dos melhores do mundo, principalmente no ano que os sprinters voltam a ter um percurso à sua medida. Mas as provas de fundo de elite masculina e feminina só se realizam daqui a uma semana e pelo meio há muito a decidir, com 12 títulos em discussão, a começar pelo contra-relógio por equipas, com destaque para Nelson Oliveira, o único português que estará nesta prova, ao serviço da Movistar.

A competição esteve em risco de não se realizar, com as equipas a acusarem a UCI de abuso de poder, ameaçando boicotar a prova. Em causa estava a escolha de Doha que obrigaria as formações do World Tour a gastarem milhares de euros para fazerem uma prova de 40 quilómetros. A Lotto Soudal, uma das equipas que não estará presente, estimou que o gasto fosse entre 40 a 50 mil euros. A UCI resolveu a questão tornando a presença opcional, retirando os pontos que normalmente estão em disputa para o ranking. Deu ainda dois mil euros para ajudar nas despesas. Dez das equipas do principal escalão resolveram marcar presença. Do escalão Profissional Continental só a polaca CCC vai competir, enquanto do nível Continental são seis as inscritas. Infelizmente, nenhuma delas é a W52-FC Porto, que apesar de ter lugar nesta prova, optou por não ir precisamente por questões financeiras.

A BMC e a Etixx-QuickStep voltam a partir como favoritas, com a equipa americana a ser a vencedora de 2015. Ambas mostraram-se em grande forma no contra-relógio por equipas no Eneco Tour. Porém, a Movistar poderá ter uma palavra a dizer. Juntamente com Nelson Oliveira (campeão português) estará Jonathan Castroviejo (campeão europeu), Alex Dowsett (campeão britânico), Imanol Erviti, Jasha Sütterlin e Andrey Amador. Há um ano a equipa foi terceira, mas parte com ambição para alcançar algo mais.

Como outsiders com grande potencial partem a Orica-BikeExchange, a Lotto-Jumbo e a Giant-Alpecin. Sky, AG2R, Astana e Katusha são as restantes equipas do World Tour. A Sky é normalmente uma candidata, mas ciclistas como Vasil Kiryienka (campeão do mundo em título de contra-relógio) e Michal Kwiatkowski não se têm apresentado na melhor forma.

Pode ver aqui as equipas e os ciclistas que vão competir no contra-relógio por equipas, que começa amanhã às 15.30 locais (menos duas horas em Portugal Continental). Mas antes, às 14:10 serão as senhoras que vão dar início aos Mundiais de 2016, com oito formações a disputarem o primeiro título destes campeonatos.

Quanto às temperaturas, uma das grandes questões que poderá provocar o encurtamento de algumas corridas, as previsões apontam para uma máxima de 37 graus, precisamente na altura em que irão decorrer os contra-relógios.

Segundo o site da UCI, as competições poderão ser acompanhadas através do canal do organismo no YouTube, mas não em Portugal, pois os Mundiais terão transmissão na RTP2.



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