27 de julho de 2016

Rafael Reis não tem futuro em Portugal

(Fotografia: Volta a Portugal)
Não é algo que se escreva com base em 3,6 quilómetros em Oliveira de Azeméis. Estes últimos quilómetros acabaram por ser mais uma consagração (vestiu a camisola amarela) para um jovem ciclista com um futuro que não poderá passar por Portugal. A evolução dos últimos anos e o potencial que continua por explorar em Rafael Reis, faz com que aos 24 anos o jovem de Palmela tenha certamente à sua espera uma carreira - que muito merece - além fronteiras.

No contra-relógio continua a afirmar-se cada vez mais como um grande talento e em Portugal já é difícil batê-lo. Este ano soma oito vitórias, a maioria precisamente no esforço individual e só nos Campeonatos Nacionais encontrou quem já está noutro nível, ainda que completamente acessível a Rafael Reis daqui a alguns anos: Nelson Oliveira (ciclista da Movistar). José Mendes (Bora-Aragon 18) relegou Rafael para terceiro, mas um título nacional de elite é algo que deverá acontecer com alguma naturalidade nos próximos anos. Não nos podemos esquecer que o cartão de visita de Rafael foi apresentado em 2014, quando foi quarto nos Mundiais de Ponferrada, em sub-23 (já era campeão nacional daquele escalão).

Mas na Volta a Portugal voltou a impor a sua superioridade que só o companheiro e líder da W52-FC Porto parecia ter capacidade de a colocar em causa. No entanto, Gustavo Veloso teve um furo e foi obrigado a trocar de bicicleta. Rafael Reis acaba por ser um justo primeiro líder, numa perspectiva de tudo o que já fez este ano, que o colocam como líder o ranking nacional. Não há qualquer discussão de Rafael ameaçar a liderança de Veloso. A equipa portista tem como único objectivo levar o galego à terceira vitória consecutiva na Volta a França. São apenas 11 segundos de diferença. Porém, pelo menos na primeira etapa, Rafael Reis poderá mostrar um sorriso de quem tem a camisola amarela vestida. E talvez até consiga mantê-la mais um ou outro dia, pois o jovem da W52-FC Porto também tem evoluído na montanha.

Quem também estará certamente feliz será Joni Brandão. O líder da Efapel teve um resultado muito animador no contra-relógio, uma modalidade que não é de todo o seu forte, mas neste prólogo foi o melhor entre os candidatos à geral. Com diferenças tão curtas, não há razões para grandes festas. Mas lá que deve ser motivador, certamente que o é.

1ª etapa: Ovar - Braga (167,4 quilómetros)


Ao segundo dia não haverá descanso. A etapa será bastante sinuosa e terá um segunda categoria antes da descida final até à meta em Braga, com destaque para o difícil circuito Bom Jesus/Sameiro/Falperra, que será ultrapassado duas vezes. Santa Maria da Feira, Gondomar, Valongo, Paredes, Santo Tirso e Famalicão serão municípios em festa com a recepção do pelotão.

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