Depois de rapidamente ter feito frente a uma decisão dos organizadores do Giro, Tour e Volta a Flandres, a UCI cedeu e alterou a regra do número de ciclistas permitidos por equipas nas corridas. A partir de 2018, as formações serão constituídas por oito corredores nas três grandes voltas e sete nas restantes provas. Em Novembro do ano passado, a ASO (que organiza o Tour), a RCS Sport (Giro) e a Flanders Classics (Volta a Flandres) decidiram que iriam diminuir o número de ciclistas nas suas corridas já em 2017. A intenção foi travada pela UCI, que recordou que qualquer alteração desse tipo de regra teria de ser aprovada pelo Conselho de Ciclismo Profissional (PCC, sigla em inglês). A intenção caiu por terra, mas afinal não foi esquecida. Na mais recente reunião do PCC foi decidido que, por razões de segurança, a redução de ciclistas deveria tornar-se uma realidade.
É mais uma vitória principalmente para a ASO que tanto tem lutado com a UCI por alterações no ciclismo, de tal forma que chegou a ameaçar tirar a Volta a França e outras corrida que organiza do calendário do organismo e criar um à parte, num braço-de-ferro resolvido durante 2016. A UCI vai aos poucos cedendo e acaba mais uma vez por o fazer, ainda que o faça a seu tempo e não quando os organizadores querem. Não deixa de ser uma surpresa esta mudança, apesar de já há algum tempo ser reivindicada por muitos ciclistas. O extenso pelotão nas grandes voltas (e não só) é dado como causa para incidentes graves como as quedas colectivas que tanto acontecem principalmente no Tour. Num pormenor à parte, há também quem defenda que com menos ciclistas também será difícil certas equipas controlarem tanto as corridas - leia-se nas entrelinhas, a Sky na Volta a França -, e dentro de um ano vamos saber se esta teoria se confirma.
Quanto à segurança, é uma medida que deverá agradar a muitos. A partir de agora, seja nas grandes voltas, seja em outras corridas, independentemente da categoria, passam a ser permitidos no máximo 176 ciclistas. No comunicado publicado no site da UCI, lê-se que a nova regra terá ainda de ser aprovada, mas tal não deverá ser um impedimento para que entre em vigor em Janeiro.
No mesmo texto a UCI anuncia que o calendário World Tour irá manter-se basicamente igual ao de 2017. A Volta ao Qatar não fará parte. De recordar que a corrida subiu este ano à principal categoria, mas problemas financeiros levaram ao seu cancelamento. Já a Volta ao Turquia, que foi adiada para Outubro, mantém-se para 2018 também na fase final da época.
Porém, se as corridas serão sensivelmente as mesmas - o calendário oficial só será revelado em Setembro -, haverá algumas mexidas nas datas. A UCI decidiu evitar que a Volta a França se realizasse (os primeiros dias) ao mesmo tempo do Campeonato do Mundo de Futebol, na Rússia, e a competição será adiada uma semana. Esta alteração irá levar a mudanças nas corridas, de diversas categorias que se seguem ao Tour. A ver vamos se poderá afectar a Volta a Portugal.
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