(Fotografia: @SterZLMToer) |
José Gonçalves não é de festejos exuberantes ou de grandes palavras. Dos gémeos Gonçalves é o mais tímido, mas que não existam dúvidas que a conquista da Ster ZLM Toer, na Holanda, é um momento importante para a carreira de um ciclista que se estreou no World Tour este ano e que procura afirmar-se de forma a conseguir continuar ao mais alto nível.
O ciclista de Barcelos é conhecido por ser um lutador. Não joga à defesa e foi assim que conquistou as suas vitórias, das quais até hoje se destacava a Volta à Turquia (2016), então ao serviço da Caja Rural. No sábado Gonçalves venceu a etapa precisamente ao seu estilo. Atacou no momento certo, isolou-se e com a vitória conquistou também a liderança. Este domingo competia à Katusha-Alpecin defender a camisola amarela, mesmo que só tivesse levado para a Holanda seis ciclistas, em vez dos oito permitidos.
Trabalho feito e bem feito. "Estou muito feliz! É a minha primeira vitória na geral nesta corrida e quero agradecer à minha equipa por tudo o que fez. Eles [companheiros] fizeram um trabalho fortíssimo e foi excelente", salientou José Gonçalves, citado pelo site da sua formação.
Mas a Katusha-Alpecin está duplamente em festa neste fim-de-semana, no melhor momento da equipa desde que José Azevedo se tornou director geral. Simon Spilak conquistou a Volta à Suíça, naquela que é a primeira vitória do ano para a equipa numa corrida por etapas no World Tour em 2017.
Simon Spilak (30 anos) tinha vencido a sétima etapa, na qual saltou para a liderança que segurou até final. Foi a segunda vez que o ciclista esloveno triunfou na Volta a Suíça (a primeira foi em 2015), num triunfo que é bastante especial para a formação que este ano trocou a nacionalidade russa precisamente pela suíça.
A Katusha-Alpecin soma assim 12 vitórias em 2017, quatro esta semana. Seis pertencem a Alexander Kristoff, ainda que só uma do norueguês seja de numa prova do World Tour, na Eschborn-Frankfurt.
Para José Gonçalves é também uma vitória que lhe permitirá consolidar o seu lugar na equipa. O português tem sido um excelente homem de trabalho e quando lhe foi dada liberdade na Strade Bianche, terminou na 11ª posição. Com contrato apenas para 2017, aproveitar os momentos que surgem para se mostrar pode ser decisivo para alcançar o objectivo de continuar numa formação do World Tour.
Gonçalves deixou Primoz Roglic (Lotto-Jumbo) a 11 segundos e Laurens de Plus (Quick-Step Floors) a 13. A equipa belga teve ainda assim razões para sorrir já que Marcel Kittel venceu a última etapa, naquela que foi a 32ª vitória do ano. Veja aqui a classificação final.
Quanto a portugueses, de referir ainda o quinto lugar de Rui Costa (UAE Team Emirates) na Volta à Suíça - ficou a 3:09 de Spilak), corrida que já venceu três vezes. Pode ver aqui a classificação.
Apesar do dia de felicidade na Katusha-Alpecin, José Azevedo não esqueceu a tragédia de Pedrógão Grande. O director da equipa deixou uma mensagem no Twitter.
A todos os familiares e amigos das vitimas do incendio em Pedrogāo Grande os meus sentidos pesamos.— Jose Azevedo (@JoseAzevedo73) 18 June 2017
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